se um dia fosse incumbido da tarefa de criar um mote um slogan que encapsulasse todo significado da marca lotus sei exatamente o que faria afinal de contas uma famosa frase atribuida a varios artistas famosos durante os anos diz que artistas bons copiam grandes artistas roubam nao sou nem artista nem grande a nao ser talvez em massa corporea mas tal coisa nao me impede de roubar esta citaçao tao somente para que sua distorçao moral me permita roubar outra meu mote para a lotus seria a pura sensaçao desenfreada de movimento uma frase cunhada originalmente no primeiro teste do lotus elise na revista inglesa car em 1996 por paul horrell [caption id= attachment_288623 align= aligncenter width= 999 ] o elise original 1996[/caption] provando que grande sou so em tamanho fisico ja me enrolei aqui porque uma regra basica ao se roubar algo e nao avisar que algo e roubado muito menos dar data local e vitima do afano em questao mas enfim esta feito nao posso evitar nunca encontrei em nenhum canto escondido de toda a vasta literatura existente sobre a marca de hethel nada que chegue nem perto de descrever um lotus tao bem quanto esta pequena frase well done mr horrell a pura sensaçao nao so de movimento mas de movimento desenfreado um lotus deve nao somente ser rapido e veloz em linha reta porque este movimento desenfreado nao deve parar nem se apareçam curvas no meio do caminho usando baixissima massa perfeitamente distribuida em cada uma das pequenas areas de contato pneu solo e suspensoes de geometria perfeita e que permitam massa nao suspensa condizente um lotus parece rapido em absolutamente toda a situaçao adicionar potencia torna voce mais rapido nas retas subtrair o peso torna voce mais rapido em qualquer lugar e a famosa frase de chapman para isso [caption id= attachment_288629 align= aligncenter width= 999 ] elise hoje [/caption] colocando o minimo possivel de carro a nossa volta e usando teoria e pratica de suspensoes em seu extremo anthony colin bruce chapman ele sim um grande artista criou o mais proximo que pudemos chegar do automovel como uma extensao de nosso proprio corpo reduzindo o carro em volta de nos fez todo mundo criar novas metaforas para descrever seus carros comandos telepaticos apareceram aqui explicitando o fato de que os lotus sao uma extensao de nosso corpo em forma de carro a extensao do corpo em forma de carro pensando bem da um bom slogan tambem e dessa vez nao foi roubado mas voltando ao fio da meada muito por causa disso os lotus costumam durar muito tempo em produçao ajuda tambem que normalmente usam um motor comprado de outros; pode ser trocado por coisas mais avançadas sempre que necessario lotus sao carros esporte quando se atinge tao alto nivel de interaçao e dirigibilidade o campo para melhora e algo estreito pacas suspensoes com curso e nao muito duras mas perfeitas em geometria e toda gordura e superfluo eliminados sobrando apenas o que faz o carro bom para direçao esportiva uma vez acertado o ponto um lotus tem muito pouco lugar para onde evoluir um exemplo claro e o elise mesmo lançado em 1996 e tendo evoluido desde entao e basicamente o mesmo carro em 2021 a recente noticia do seu fim em produçao deveria ser esperada mas nao foi um choque todo mundo se pergunta o porque na verdade o inovador chassi de aluminio modular do elise ainda parece moderno e util e o carro totalmente competitivo mas a lotus prepara um novo carro de entrada que diz ser ainda melhor chamado ervilha emira e portanto nao ha lugar mais para o elise ali mas nao e surpresa para ninguem que em uma entrevista ao automotive news europe publicada no dia 7 de maio o diretor gerente da lotus matt windle admitiu uma possibilidade interessante que a fabricante venda os direitos sobre o projeto os componentes remanescentes e todo o ferramental do elise/exige/evora para outra fabricante dando sinal verde para a continuidade da produçao [caption id= attachment_288619 align= aligncenter width= 999 ] elan m100 aqui na versao s2 mesmo o sem sucesso vida longa [/caption] nao seria algo inedito mesmo um dos lotus menos bem sucedidos comercialmente o elan m100 de traçao dianteira foi ressuscitado duas vezes a primeira por um novo dono da lotus e depois pela kia na coreia que comprou o ferramental e direitos do carro ao fim da produçao pela lotus mesmo este lotus de pouco sucesso ainda nao parece ultrapassado hoje e alguns deles como o elise vao alem parecem desenhos eternos que nao deviam parar de ser oferecidos nunca lotus seven vira caterham o mais famoso caso de lotus eterno claro e o seven como sabemos a lotus assim como a ferrari nasceu no pos guerra como uma fabrica de carros de corrida que vendia carros de rua para poder fechar as contas estes carros de rua claro eram fortemente calçados nos principios das pistas carros esporte na tradicional forma do termo [caption id= attachment_288617 align= aligncenter width= 645 ] o lotus 6[/caption] mas diferente de ferrari bem mais velho e experiente enzo era 30 anos mais velho que chapman um industrial que começa com uma fabrica de verdade e uma solida base financeira chapman era um jovem filho de dono de pub em 1948 fazia carros literalmente no estabulo atras da casa de amigos seus funcionarios eram voluntarios e ate a namorada depois esposa hazel ajudando no trabalho os carros de ferrari eram obras de arte carissimas para a elite europeia continental chapman fazia kits com mecanica de ford e austin para entusiastas sem dinheiro conseguirem seu carro esporte e leva los para as pistas em 1956 a empresa ja era um grande sucesso de publico e critica o lotus 11 de competiçao era um sucesso de venda tremendo carregando outra inovaçao de chapman com ajuda do genial engenheiro frank costin para tirar mais velocidade de motores pequenos o baixo arraste aerodinamico mas para se concentrar no futuro elite tipo 14 um revolucionario cupe com monobloco em fibra de vidro descontinua o seu maior sucesso em volume de vendas de entao o lotus 6 o 6 era um pequeno roadster com chassi tubular ainda dependente de componentes do austin 7 que podia ser usado nas ruas e em pistas o que era muito importante nos anos 1950 epoca em que raramente um entusiasta podia ter dois carros na garagem mas entao por que descontinuar um sucesso [caption id= attachment_288631 align= aligncenter width= 999 ] lotus 6 1955[/caption] chapman fazia esses carros baratos vendidos em kit porque foi a unica maneira que se apresentou a ele para começar o que queria e ser como ferrari se sabia como vencer o velho papa do norte na formula 1 entao queria ser reverenciado e respeitado como ele nao gostava ser conhecido por ser um ingles garagista trambiqueiro algo que infelizmente no frigir dos ovos era hoje vemos que os mais incriveis lotus da era chapman eram os vendidos como kit o six e o seven o elite tipo 14 o elan tipo 26 mas chapman queria ser um ferrari ingles por isso morria o 6 mas como sabemos tambem ainda nao era a hora estimulado pela esposa depois de um almoço de domingo chapman resolve que ainda precisava de algo como o 6 para manter o caixa tilintando e entao ao mesmo domingo faz o projeto definitivo deste tipo de carro o lotus seven o seven e simplesmente o mais ascetico magro atletico e sensacional carro esporte ja criado carro esporte aqui dito com peso na definiçao original de algo apto as pistas e sem nenhuma concessao ao conforto ou qualquer outra coisa que nao seja velocidade e prazer ao volante [caption id= attachment_288602 align= aligncenter width= 999 ] super seven em kit sobrevive ate hoje [/caption] criado pelo mais minimalista e preciso dos engenheiros automotivos da historia e um carro absolutamente ideal teoricamente para esta funçao basicamente um spaceframe de pequenos tubos de aço soldados formando um bloco extremamente rigido e leve chapas de aluminio dobradas e rebitadas para revesti lo minimamente as unicas peças de superficie complexa sao o nariz e os paralamas os farois sao no estilo pre guerra expostos ao vento como olhos de inseto os pneus marcam as quatro extremidades do veiculo e portanto o carro inteiro e nao apenas o motor esta entre eixos imediatamente atras do eixo dianteiro esta o motor e o assento dos dois ocupantes imediatamente a frente do eixo traseiro o carro e extremamente baixo o mais baixo possivel e o motorista se senta de pernas esticadas com a busanfa a milimetros do chao normalmente sentado no banco do motorista consegue se espalmar a mao no asfalto vendido em kit e um sucesso imediato e duradouro [caption id= attachment_288608 align= aligncenter width= 640 ] super seven serie 4 1970[/caption] em 1968 aparecia o super seven serie 3 um carro sensacional mas que agora apenas se pagava sem lucro algum na venda chapman de novo tentando se mover para cima com os novos europa e elan +2 deixa claro que em breve pararia de fazer o roadster simplorio mas mike warner o engenheiro responsavel pela divisao de kit acredita que o conceito ainda podia evoluir cria um novo seven com carroceria em fibra de vidro e menos mao de obra envolvida que teria lucro de novo sem chapman saber este fica inicialmente bravo com a insubordinaçao mas o carro e lançado em 1970 com o nome de lotus super seven serie 4 apesar de feioso e hoje rejeitado por todos vende bem e com lucro por mais alguns anos em 1972 chapman decide acabar com o carro de vez entra em cena entao graham nearn dono da caterham cars em surrey ao sul de londres nearn era representante da lotus mas seu negocio mesmo era vender seven montava os kits da lotus em sua oficina e vendia carros completos basicamente embora um bom volume de negocio viesse da venda de kits tambem o fim do seven era realmente tragico para ele nao sobreviveria sem o carrinho resolve falar com chapman pessoalmente [caption id= attachment_288607 align= aligncenter width= 612 ] nearn de terno claro [/caption] o resultado ja conhecemos nearn compra os direitos o ferramental e todo o estoque de peças da lotus para o seven monta alguns carros com o resto do estoque do serie 4 herdado da lotus e os vende como caterham super seven depois de acabadas as peças do serie 4 reverte para a produçao em casa da versao mais admirada o serie 3 entre carros novos kits e peças de reposiçao nearn acreditava que faria grana suficiente para viver fez bem mais que isso evoluiu e cresceu de uma forma constante e saudavel se tornou um empresario bem sucedido e sua empresa respeitada mundo afora nunca mais parou de fazer o pequeno lotus ate hoje o caterham seven e produzido no mesmo lugar sem previsao de parada vegantune evante o elan tipo 26 renasce o acordo com a caterham em 1973 previa a manutençao da produçao do motor lotus twin cam o quatro em linha derivado do ford kent com cabeçote dohc lotus mas ao redor de 1975 a lotus embarcava na aventura de produzir um motor proprio e resolvia abandonar o antigo motor para manter a produçao para a caterham reposiçao e outras aplicaçoes de competiçao subcontrata a produçao para um terceiro [caption id= attachment_288632 align= aligncenter width= 480 ] o vegantune vta num caterham super seven[/caption] este terceiro era a vegantune empresa de preparaçao de lotus fundada em 1965 pelo ex engenheiro da brm george walter robinson a maior especialidade da empresa nao era o seven e sim outro famoso lotus equipado com o twin cam o elan tipo 26 lançado em 1962 e ainda hoje considerado o mais perfeito lotus e talvez o melhor de todos os carros esporte ingleses um minusculo e leve roadster com suspensoes independentes chassi espinha dorsal e carroceria de fibra de vidro aerodinamica [caption id= attachment_288616 align= aligncenter width= 999 ] o lotus elan tipo 26 1962 [/caption] em 1978 contrato com a caterham findo a lotus resolve parar com a fabricaçao do twin cam definitivamente mas a vegantune sabia que ainda existia demanda para o motor e nao se faz de rogada; cria sua propria versao dele com decadas de experiencia na unidade desenha moldes novos para o cabeçote resolvendo velhos problemas e usando novas ideias com dois carburadores duplos dell’orto 40dhla o novo motor dava de 140 a 160hp com 1 6 litros com possibilidade de chegar a 1700cm3 e 180cv chamava se vegantune vta mas o motor teve varios problemas de durabilidade fazendo a caterham começar a comprar motores cosworth bda em 1983 e desenvolver o seu proprio ford kent ohv preparado o 1700 sprint de 135 cv a custo bem menor a vegantune entao resolve fazer o seu proprio caterham seven usa sua vasta experiencia em restauraçao de elan descontinuado em 1973 para criar uma versao melhorada zero km o elan como o seven iria renascer [caption id= attachment_288615 align= aligncenter width= 999 ] evante elan renascido[/caption] em 1985 aparece o vegantune evante a empresa usava chassi e suspensoes de elan comprados no mercado de reposiçao e usava seu proprio motor uma nova carroceria em fibra de vidro e desenvolvida levemente modernizada a partir do modelo original e voila mais um neoclassico ingles o carrinho era interessantissimo pesando apenas 750 kg mesmo com painel de madeira e bancos pneus e rodas maiores que o original junte isso a 150 hp de seu bravo e girador motor de duplo comando multicarburado e se tem algo realmente interessante o motorzinho nao tinha limitador de giro era analogico simples a antiga e frequentemente girava acima de 7500rpm testes de epoca mostram que o evante podia fazer o 0 100km/h na casa dos 5 segundos [caption id= attachment_288634 align= aligncenter width= 999 ] miata o elan da mazda [/caption] mas dura pouco em 1989 aparece o mazda miata apesar de nao ser uma copia e claramente baseado no elan uma modernizaçao e reinterpretaçao livre japonesa do classico de chapman mas ia alem era um carro moderno preciso barato e de qualidade uma carissima copia do classico feita a mao como o evante nao tinha a menor chance de competir o desenho da lotus pode ser imortal mas neste caso somente depois de reinterpretado e tornado solido e confiavel pela mente japonesa da mazda esta sim e a unica forma de se melhorar um lotus
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