AFun Casino Online

FlatOut!
Image default
Car Culture

Os maiores motores de combustão interna do mundo

Na indústria automobilística dos anos 2020, menos é mais. O downsizing, prática que consiste em adotar motores de menor deslocamento, sobrealimentados e mais eficientes, no lugar de motores maiores de potência equivalente, já deixou de ser uma novidade indigesta para tornar-se o padrão da indústria. E a própria indústria caminha para o abandono completo dos motores a combustão interna nas próximas décadas – embora, como já explicamos nesta matéria, acreditemos que vai demorar um pouco mais.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como , ,  e muito mais!

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Mas existe um lugar onde os motores grandes sobrevivem. Quer dizer, não é exatamente um lugar, mas um setor da indústria global. E quando falamos “motores grandes”, queremos dizer motores GRANDES. Enormes. Gigantes. Colossais. Os maiores motores do planeta – como o monstro aí embaixo:

Este é um Duvant 9VOS, movido a diesel, que tem 3,4 metros de altura e 5,5 metros de comprimento. Ele pesa 34 toneladas e tem nove cilindros, cada um com 36 litros de deslocamento – totalizando 330 litros no total. O motor é capaz de entregar nada menos que 1.600 cv e, para isto, queima 350 litros de diesel por hora – enquanto produz um rugido aterrador. Apenas três unidades foram produzidas pela francesa Duvant em 1962, e o motor do vídeo ficou exposto em Paris durante o salão Rétromobile em 2012.

Mas, se não foi usado mover nenhum veículo, para que servia este motor?

A resposta: ele era um gerador a diesel, usado para produzir eletricidade. Depois de pronto, ele foi levado para o subsolo do Hipódromo de Auteuil, nos arredores de Paris – e foi o responsável por gerar toda a eletricidade utilizada pelo local por quase trinta anos antes de ser aposentado, em 1990. Depois disto, o motor foi removido do local pelos membros da Association des Amoureux des Vieux Moteurs (“Associação de Apreciadores dos Motores Antigos”, em tradução livre) para ser restaurado, retificado e transformado em uma atração para todos os que curtem estas máquinas superlativas.

Hipódromo de Auteuil, onde funcionava um dos Duvant 9VOS

O ronco ensurdecedor, a fumaça preta do escapamento e o fato de ter escadas e plataformas para manutenção impressionam, claro. Mas o Duvant 9VOS é antigo e, desde sua concepção, motores a diesel ainda maiores, com mais cilindros e muito mais força, foram desenvolvidos e produzidos. E nem todos eles são estacionários.

Um exemplo muito interessante são os motores em V da Anglo Belgian Corporation (ABC). A empresa existe desde 1912 e sempre fabricou motores grandes para veículos pesados, e também para serem usados como geradores. Atualmente, eles fabricam motores de seis e oito cilindros em linha, com potência que varia entre 1.175 e 2.400 cv (naturalmente aspirados) ou entre 5.300 e 7.000 cv (turbodiesel); e também motores em V. Estes podem ter 12 ou 16 cilindros e entregam entre 3.600 e 4.800 cv.

Embora até sejam ocasionalmente usados como geradores estacionários, estes motores também costumam ser empregados em embarcações – e são especialmente populares em barcos rebocadores, que muitas vezes usam dois motores.

O processo de partida em um rebocador destes é impressionante por si só. Periféricos como bombas de óleo e ventoinhas precisam ser ligadas de antemão, individualmente. Depois, liga-se o motor de partida – que é um Scania a diesel de 250 cv normalmente usado em caminhões. Só então é que se dá a partida no motor em si. Abaixo, veja um V12 turbodiesel de 5.500 cv ser ligado:

Outra fabricante especializada em motores a diesel gigantescos é a alemã MTU Friedrichshafen, que foi fundada em 1909 por Wilhelm Maybach e seu filho Karl Maybach. Wilhelm Maybach, na época, era diretor técnico da Daimler-Motoren-Gesellschaft, empresa precursora da Daimler AG e, por extensão, da Mercedes-Benz.

Os motores da MTU também são utilizados em embarcações – em seu site, a empresa recomenda seu uso em “iates rápidos, patrulheiros e barcos de bombeiros”, mas eles também são adequados para uso aeronáutico, em locomotivas (como geradores) e em caminhões de mineração. A família mais popular é a 4000, com motores de 20 cilindros em V, deslocamento de 86 litros e potência que varia entre 5.300 e 5.850 cv. São motores de giro baixo, no máximo 2.100 rpm, que privilegiam a durabilidade.

Como no caso dos motores da ABC, é preciso primeiro acionar o motor de partida e os sistemas de arrefecimento e alimentação antes de ligar o motor em si.

Outras fabricantes, como Caterpillar e MAN, também possuem suas linhas de motores a diesel gigantescos. Os Caterpillar da série 797 possuem configuração e dimensões parecidos com os motores da ABC, e costumam ser utilizados nos caminhões de mineração da própria Caterpillar – e também como geradores estacionários, em configurações com até quatro turbocompressores.

Agora, nenhum destes motores chega ao nível daquele que, de fato, é o maior motor de combustão interna do planeta: o Wärtsilä-Sulzer 14RT-flex96C, que não apenas tem as maiores dimensões externas como também é dono da maior capacidade volumétrica.

Estamos falando de um motor de mais de 13 metros de altura, 27 metros de comprimento e 2.300 toneladas – ele tem a altura de um prédio de quatro andares. O Wärtsilä-Sulzer 14RT é usado nos maiores navios cargueiros do mundo, que são capazes de transportar até 16.000 contêineres carregados, medem mais de 400 metros de comprimento e pesam mais de 200.000 toneladas (ou 200 milhões de quilos).

Como contamos nesta matéria, lá dos primórdios do FlatOut, um Wärtsilä-Sulzer 14RT é capaz de entregar 109.000 cv e 775.400 kgfm de torque girando a pouco mais de 100 rpm – o que faz sentido, considerando que só o virabrequim de um titã como este pesa 300 toneladas. É o bastante para que um navio equipado com ele chegue aos 27 nós de velocidade máxima, ou cerca de 50 km/h.

Existem por volta de 300 unidades do motor Wärtsilä-Sulzer 14RT em operação. Ele ainda é o maior e mais potente motor a diesel do mundo, e é possível que jamais seja superado neste aspecto.