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Os melhores carros com supercharger de fábrica de todos os tempos – parte 1

Dedicamos alguns posts nos últimos dias para falar dos carros turbinados, no mundo todo e no Brasil. Agora, nada mais justo que dar uma atenção especial aos carros com compressor mecânico de fábrica — aqueles que, para muitos entusiastas, são sobrealimentados da maneira certa.

Como de costume, tivemos várias sugestões bacanas — tão legais quanto a nossa, o Dodge Challenger Hellcat. Então, sem mais delongas, vamos à lista com as respostas!

 

Mercedes-Benz SLR McLaren

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Antes do Mercedes-AMG GT, e antes ainda do SLS AMG, este era o halo car da Mercedes-Benz: o SLR McLaren, desenvolvido em parceria com a equipe britânica de Fórmula 1 (na época, a Mercedes-Benz era dona de 40% do McLaren Group). Se o SLS AMG era inspirado no 300SL “Gullwing”, seu antecessor também tinha inspiração em um clássico dos anos 1950: o 300SLR Uhlenhaut Coupé, versão de rua do lendário 300 SLR. Ele tinha este nome porque foi projetado (e era guiado regularmente) por Rudolf Uhlenhaut, chefe da divisão de competição da Mercedes-Benz na época.

A inspiração pode não ficar evidente logo de cara, mas definitivamente está lá — as proporções, o capô longo, o formato da traseira e, claro, as portas que abrem para cima. Contudo, também há um quê de Fórmula 1 por causa do formato do “bico” na dianteira. Sem dúvida, o SLR McLaren é um carro de visual chamativo até hoje, doze anos depois de seu lançamento em 2003.

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O que o coloca nesta lista, contudo, está debaixo do capô: o SLR McLaren foi o último supercarro da Mercedes-Benz a usar um compressor mecânico em vez de turbos no motor. Estamos falando de um V8 de 5,4 litros com comandos nos cabeçotes, três válvulas por cilindro, construção toda em alumínio, cárter seco (como nos carros de corrida) e um compressor mecânico Lysholm que gira a 23.000 rpm para entregar 0,9 bar de pressão. O resultado são 626 cv a 6.500 rpm e 79,5 mkgf de torque entre 3,250 e 5.000 rpm. O câmbio é automático, de cinco marchas.

Com este conjunto mecânico, o SLR McLaren vai de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos, com máxima de impressionantes 337 km/h.

 

Ford GT

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Os leitores não nos decepcionaram, e o Ford GT foi um dos mais citados. Não é para menos: o supercarro lançado em 2005 (há dez anos!) era uma homenagem merecida ao GT40 — o protótipo que, entre 1966 e 1969, venceu quatro edições seguidas das 24 Horas de Le Mans e quebrou a hegemonia de uma certa equipe de carros vermelhos de Maranello. Você pode ler a história toda aqui (parte 1) e aqui (parte 2).

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A versão conceitual do Ford GT foi apresentada em 2002, como parte das comemorações do centenário da fabricante, que seria no ano seguinte. O carro, projetado por Camilo Pardo, conseguia uma façanha impressionante: ainda que fosse um carro maior, as linhas e proporções eram muito semelhantes às do carro original mas, ao mesmo tempo, não pareciam deslocadas no tempo.

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O carro de produção, que foi batizado apenas como Ford GT (uma fabricante de réplicas havia comprado os direitos sobre o nome “GT40” nos anos 1980 e decidiu não vendê-los de volta à Ford), era bem parecido com o conceito, mudando apenas alguns detalhes estéticos como faróis e retrovisores. A homenagem ao passado continuava do lado de dentro, pois o interior seguia a mesma estrutura do clássico (destaque para o grande conta-giros à direita, voltado para o piloto).

Mas estamos falando de motores com compressor mecânico, não é? Então lá vai: o Ford GT era movido por um V8 Modular (semelhante ao do Mustang SVT Cobra e anterior ao atual Coyote) de 5,4 litros com comando duplo nos cabeçotes e cárter seco. A sobrealimentação ficava por conta de um supercharger do tipo twin-screw, e o resultado eram 558 cv a 6.500 rpm e 69,1 mkgf de torque.

Com esta força, o Ford GT ia de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos, com máxima limitada eletronicamente a 330 km/h. Foram fabricados exatamente 4.038 exemplares em 2005 e 2006, mas temos certeza de que a relativa raridade foi só um dos fatores que contribuíram para que o Ford GT se tornasse um clássico moderno.

 

Chevrolet Corvette ZR-1

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Se tem Ford, tem que ter Chevrolet — no mundo dos carros americanos os opostos se atraem. E, bem, como (ainda) não há um Corvette de motor central-traseiro, talvez estejamos certos em trazer o Corvette ZR-1 como equivalente do Ford GT, ao menos em termos de desempenho. Que tal?

O ZR-1 era a versão mais nervosa da geração passada, a C6. O V8 supercharged de 6,2 litros entregava 647 cv a 6.500 rpm e 83,5 mkgf de torque a 3.800 rpm. Acoplado a uma caixa manual de seis marchas, era suficiente para levar o ZR-1 até os 100 km/h em 3,4 segundos com máxima de 330 km/h.

2009 Corvette ZR1 burnout

O motor mais potente, contudo, não era a única melhoria em relação ao Corvette comum: ainda havia painéis de fibra de carbono na carroceria (capô, teto e para-lamas dianteiros, sendo que o teto recebia apenas uma camada de verniz transparente), suspensão retrabalhada e as maiores rodas já usadas em um Corvette até então, de 19 polegadas na dianteira e 20 polegadas na traseira. Os pneus eram grudentos Michelin Pilot Sport 2, de medidas 285/35 e 335/30 na dianteira e na traseira, respectivamente.

E ele tinha até um apelido: Blue Devil — Diabo Azul. Apesar de ser oferecido em outras cores além do azul, este era o codinome do projeto nos seus primeiros estágios de desenvolvimento.

 

Caterham Seven 620R

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O Caterham Seven tem suas raízes o Lotus Seven, esportivo britânico com jeito de monoposto que começou a ser fabricado em 1957. O Seven era um dos carros que melhor traduziam a filosofia da Lotus: leveza acima de potência, limitando os recursos ao mínimo necessário para garantir a diversão ao volante. A empresa britânica Caterham adquiriu todos os direitos sob o Seven em 1973, logo depois que a Lotus deixou de fabricá-lo. Nascia ali o Caterham Seven, que permaneceu fiel ao projeto original desde então. Quer dizer, quase o tempo todo…

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Eis o 620R. Trata-se da versão mais nervosa do Caterham 7, equipara com um quatro-cilindros Ford Duratec de dois litros que, graças a um compressor mecânico, entrega nada menos que 314 cv a 7.700 rpm e 30,2 mkgf de torque a 7.350 rpm. São números típicos dos mais velozes hot hatches atuais, como o Civic Type R, mas há uma diferença crucial: o Seven 620R pesa 500 kg e tem tração traseira. Isto explica, também, seu nome: com 314 cv e 500 kg, ele tem 628 cv (ou 620 hp) por tonelada.

O grande barato de qualquer Seven é sua pureza: basicamente um motor sobre rodas, é um carro ágil, veloz e arisco. Adicione 315 cv à conta e o que você tem é diversão em estado bruto — desde que saiba o que está fazendo, claro.

 

Jaguar F-Type Coupe R

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O Jaguar E-Type é um dos automóveis mais bonitos de todos os tempos, e você sabe disso. Todo mundo sabe. Por isso, desde que ele saiu de linha em 1975 — há exatos 40 anos —, entusiastas do mundo todo clamavam por um sucessor que trouxesse a mesma elegância somada a um alto padrão de desempenho. Em 2013, este sucessor veio. No nome, inclusive: F-Type. De início, foi apresentado o belíssimo F-Type Roadster, com motores V6 aspirado e V8 supercharged. Obviamente, é neste último que estamos interessados hoje.

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Em 2014 a Jaguar atendeu ao desejo de milhares de entusiastas e apresentou a versão cupê do F-Type, criativamente batizado de F-Type Coupe. E o modelo R, equipado com o V8 supercharged, é o mais desejável de todos.

Além da belíssima silhueta de grand tourer que, francamente, dispensa comentários, o F-Type Coupe R tem um belo coração: seu V8 de cinco litros (que desloca exatamente 5.000 cm³… não é bom ler isto?) entrega 550 cv a 6.500 rpm e 69,3  mkgf de torque entre 2.500 e 5.500 rpm. Com isto, o F-Type R é capaz de chegar aos 100 km/h em 4,2 segundos com máxima de 300 km/h.

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Além disso, o F-Type R tem um excelente comportamento dinâmico graças ao acerto da suspensão independente do tipo duplo-A nas quatro rodas e à rigidez da estrutura de alumínio. O torque do motor V8 digno de um muscle car britânico garante boa aceleração e rabeadas violentas nas curvas, ao som das estraladas do escapamento (que são propositais) e do zunido do supercharger. O que mais se pode querer? Leia nossa avaliação com ele aqui!

 

HSV Maloo GTS

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Nada grita Australia! como uma boa Ute, não é mesmo? E se for para colocar uma Ute em uma lista dos melhores carros com supercharger de fábrica, que seja a HSV Maloo. Não é difícil entender porque os australianos gostam tanto destas coisas: uma picape de visual radical, tração traseira e um V8 supercharged de 6,2 litros debaixo do capô.

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É o mesmo motor do Camaro ZL-1. São 584 cv a 6.150 rpm e 75,5 mkgf de torque a 3.850 rpm. A transmissão pode ser automática ou manual (yeah!), sempre de seis marchas, e o conjunto é capaz de levar a picape aos 100 km/h em 4,8 segundos — 0,3 segundo mais veloz que o Porsche 911 Carrera S. E você ainda pode levar 400 kg de bagagem na caçamba! Vá tentar fazer o mesmo no Porsche…

Parece sensacional, não? E é, como você pode conferir (ou relembrar) neste vídeo com Chris Harris. Só há um problema: a Maloo GTS foi produzida em uma série limitada de cerca de 150 unidades e é a última de sua espécie. Em 2017, as famosas Utes australianas da Ford e da Holden deixarão de ser produzidas. Ao menos temos uma despedida em grande estilo.

 

Dodge Charger Hellcat

Nossa sugestão foi o Dodge Challenger Hellcat. Ninguém deve ter se surpreendido, afinal estamos falando do muscle car produzido em série mais potente do planeta, do Dodge produzido em série mais potente da história, e do carro que está roubando toda a atenção (e provavelmente declarando o fim) do atual Dodge Viper. Tudo graças a seu V8 Hemi 6.1 supercharged de 717 cv e 89,8 mkgf de torque, que é capaz de fazer o Hellcat cumprir o quarto-de-milha na casa dos dez segundos a mais de 2.00 km/h.

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Mas e se você quiser tudo isto, mais a praticidade de um sedã de quatro portas? Foi para responder a esta pergunta que, semanas depois de apresentar o Challenger Hellcat, a Dodge revelou o Charger Hellcat. Acompanhando a reestilização promovida no modelo, não dá para dizer que o Charger Hellcat é discreto.

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Na verdade, ao abrir mão do visual retrô, o sedã talvez aparente ser até mais veloz que o Challenger. E isto é ruim? Talvez, se o que você quer é um sleeper. Mas só o fato de ser um sedã com um V8 supercharged de 717 cv direto da fábrica justifica totalmente sua inclusão nesta lista. Leia mais sobre o Charger Hellcat aqui!

Achou que faltou algum modelo na lista? Não se preocupe — a parte 2 já está no forno!