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Car Culture

Os melhores hot hatches do universo: Nissan Pulsar GTI-R

Pouca gente lembra, mas a Nissan também competiu no Grupo B — e seu carro era bem diferente da maioria: o Nissan Silvia 240RS, um sedã com motor 2.4 e tração integral cujo melhor resultado fora um segundo lugar no Rali da Nova Zelândia em 1983. Mesmo sem vencer, o 240RS fazia bem para a imagem da Nissan (não se preocupe, vamos falar dele outro dia) e, quando o Grupo B foi extinto e as regras mudaram, a marca ficou sem um representante no rali.

Marcas que já tinham uma tradição mais longa no WRC se viraram facilmente — a Lancia só modificou o Delta para se adequar ao novo regulamento do Grupo A, por exemplo. Mas a Nissan não tinha esta possibilidade e precisava de um carro novo, pois desistir do WRC não seria uma jogada muito esperta. Na verdade, a melhor solução era fazer justamente o oposto: escolher seu carro mais famoso, barato e que fosse competitivo.

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Não havia muita escolha: o hatchback Pulsar se tornaria o novo carro de competição da Nissan no Campeonato Mundial de Rali.

O Pulsar era um carro compacto que já estava em sua quarta geração e era o modelo mais vendido da Nissan na Europa. A primeira geração havia sido lançada em 1978 e recebido o código N11. Sendo assim, a quarta geração era chamada de N14.

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Em alguns mercados seu nome era Nissan Sunny — e havia outro modelo que também era conhecido como Sunny que em alguns países se chamava Sabre ou Sentra. A verdade é que as nomenclaturas de alguns carros japoneses nas décadas de 1980 e 1990 era bastante confusa, com carros mudando de nome dependendo do país e até trocando os nomes entre si. Nós vamos chamá-lo de Pulsar, mesmo.

Enfim: o Pulsar era bastante compacto para ser competitivo e conhecido o bastante para, caso conseguisse bons resultados nos estágios de Rali, a Nissan pudesse colher os frutos nos showrooms das concessionárias.

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Em suas versões mais comportadas, o Pulsar era um hatch de duas e quatro portas e sedã e vinha equipado com motores de 1,3 a 1,8 litros e potência de 80 a 140 cv — não era exatamente um foguete, mas também não era um carro lento e tinha potencial. E, se você acompanha o FlatOut, é bem provável que conheça a receita usada pelos fabricantes que querem extrair todo o potencial de um bom hatchback — empregada em modelos como o Golf R, por exemplo: turbo e tração integral.

O motor em questão veio da prateleira da Nissan: o quatro-cilintros de dois litros com turbo e comando duplo no cabeçote SR20DET. Usando em modelos como o 180SX, seu potencial já estava mais do que provado em alguns dos esportivos favoritos dos adeptos do drift — imagine então o que faria em um carro mais leve como o Pulsar!

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A característica mais marcante do motor usado no Pulsar era a posição do intercooler, montado acima do motor, que exigiu a adoção de uma enorme entrada de ar quádrupla no capô, que se tornou uma das marcas registradas do Pulsar GTI-R. Com 220 cv (230 cv com combustível de alta octanagem) a 6.400 rpm e 28,5 mkgf de torque a 4.800 rpm, a versão de rua chegava aos 100 km/h em menos de seis segundos com máxima declarada em 232 km/h. O quarto-de-milha era feito na casa dos 13 segundos.

Mas o motor não fazia todo o trabalho sozinho: ele era acoplado a uma transmissão manual de cinco marchas que levava a potência para as quatro rodas através de um sistema de tração integral que, como no Skyline GT-R, era dotado de um acoplamento viscoso e diferenciais de deslizamento limitado em ambos os eixos.

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Foram produzidas cerca de 12.000 unidades entre 1990 e 1994 — um número bem alto para um especial de homologação, visto que eram necessárias 400 unidades para que o Pulsar GTI-R pudesse competir nas pistas.

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O modelo de competição tinha cerca de 50 cv a mais — ou seja, tinha cerca de 280 cv. Mas era relativamente pesado, com mais de 1.100 kg, e o intercooler em cima do motor comprometia o sistema de arrefecimento.

Como consequência, o Pulsar GTI-R não era tão competitivo assim nos ralis. Seu melhor resultado foi um terceiro lugar no Rali da Suécia em 1992), o Pulsar GTI-R foi muito bem recebido nas ruas por seu desempenho acima da média. Para se ter uma ideia, seu tempo de 0 a 100 km/h o tornava só meio segundo mais lento que a Ferrari Testarossa — 5,9 segundos para o hatch, 5,4 segundos para o supercarro italiano.

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A história do Pulsar GTI-R é breve — logo depois de aposentá-lo dos ralis, ainda em 1992, a Nissan decidiu focar-se nas corridas de longa duração e simplesmente desistiu de levar a diante seus esforços no WRC.

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Contudo, sua vida mais longa nas ruas foi a prova de que o Pulsar GTI-R poderia ter sido um gigante dos ralis e, por isto, ele é mais do que digno de estar entre os melhores hot hatches do universo para a gente. E para muitos de vocês, também, temos certeza!