Fim de ano significa, para muita gente, uma bela dose de tempo livre — a oportunidade perfeita para que você, entusiasta, se dedique a si mesmo — e a gente sabe que todo entusiasta curte se informar cada vez mais sobre os carros que tanto ama. Que tal fazê-lo lendo um belo livro? Pois nós separamos uma lista com alguns dos melhores livros que um fã de carros pode ter.
Lá no comecinho do FlatOut, há quase um ano (!), fizemos uma lista desse tipo. Só que o tempo passou, nós crescemos e há muitos outros títulos bem interessantes nas estantes das livrarias, sejam elas físias ou virtuais. Por esta razão, fizemos uma lista nova! Anote estas dicas — alguns destes livros são verdadeiras preciosidades.
“Ingo”, por Tiago Mendonça
Ingo Hoffman é o maior campeão da história na Stock Car, com 12 títulos em 30 anos na categoria — uma carreira invejável, levantada com maestria depois de um início turbulento na Fórmula 1, quando estreou em 1977 defendendo a injustiçada Copersucar de Emerson Fittipaldi. A história do veterano piloto, que hoje é coordenador e instrutor do curso de pilotagem Mitsubishi Racing School e mantém o (e até lê o FlatOut!), é contada em sua biografia autorizada, “Ingo”, do jornalista Tiago Mendonça.
Tiago colheu informações em mais de 25 horas de entrevistas, tudo compilado em mais de 400 páginas e 144 fotos — material que vinha sendo reunido desde 2008 — de um texto muito bem escrito e rico em detalhes. .
“O Homem que Dirigiu Tudo”, por Paulo Campo Grande
O editor da revista Quatro Rodas, Paulo Campo Grande, já está no jornalismo automotivo há duas décadas e já dirigiu mais de mil carros diferentes. Não são todos os carros do mundo mas certamente já o garantem posição privilegiada no assunto — e ele compartilha impressões inéditas de 102 modelos de carros que já dirigiu e conta os momentos marcantes que viveu graças a cada um deles — da visita à Bugatti, na França, só para dirigir um Veyron à diversão sobre três rodas em um Carver One. É leitura obrigatória, e custa R$ 29,90 na Livraria Cultura e em bancas de jornais por todo o País.
I Know You Got Soul, por Jeremy Clarkson
Nos intervalos entre as gravações do Top Gear, postagens no Twitter e encrencas com países inteiros, Jeremy Clarkson escreve, e muito. O jornalista britânico mais amado e odiado do mundo (ao mesmo tempo!) raramente economiza na acidez na hora de comentar qualquer coisa e às vezes pode soar meio exagerado em colunas semanais, mas seus livros são sempre cheios de sacadas geniais e boas piadas — sem comprometer o conteúdo. Entre eles, selecionamos I Know You Got Soul (“Eu Sei que Você tem Alma”, em uma tradução livre).
No livro, Jezza fala sobre os carros e outras máquinas que, para ele, têm “alma” — e conta seus percalços na busca por cada um deles. E, sendo Jeremy Clarkson, sabemos que nem tudo deu certo ou foi “politicamente correto”. .
“1.001 Carros para Dirigir Antes de Morrer”, vários autores
O livro traz exatamente o que o título diz — 1.001 carros que você deve dirigir antes de morrer. É claro que, a não ser que você seja um jornalista automotivo, fica difícil dirigir mais de mil carros, mas o livro vale por trazer uma seleção absurdamente abrangente dos modelos mais marcantes da história, desde os primeiros anos do automóvel até os carros mais avançados da atualidade. E o prefácio é de Nick Mason, baterista do Pink Floyd que também tem uma das coleções de carros mais incríveis do mundo.
Além disso, como já dissemos, há uma boa ênfase em modelos da década de 1950 e anteriores — uma faixa um tanto ignorada pelos entusiastas de hoje em dia (até pela falta de informações precisas e documentos visuais daquela época). .
Go Like Hell, por A.J. Baime
Na década de 1960 Henry Ford II, presidente da Ford; um jovem visionário chamado Lee Iacocca; e um ex-piloto de corridas chamado Carroll Shelby — já ouviu falar? — se juntaram com uma missão: acabar com a dominância da Ferrari no automobilismo europeu e trazer de volta os jovens entusiastas americanos que estavam deixando a marca do oval azul de lado. O primeiro passo? Vencer as 24 Horas de Le Mans.
Go Like Hell conta como eles conseguiram fazer isto — e ainda criar um carro capaz de vencer não uma, mas quatro vezes consecutivas na corrida de longa duração mais emblemática de todos os tempos. Curte o GT40, motores V8 americanos e uma boa história sendo contada?.
“O Colesterol do Trânsito”, por Gustavo Henrique Ruffo
Este é especial, até para nós do FlatOut! Explicamos: lá em 2013, quando ainda fazíamos o Jalopnik Brasil, o camarada Gustavo Henrique Ruffo publicou a divertidíssima coluna “O Colesterol do Trânsito” no site, falando de maneira bem humorada sobre alguns tipos de motoristas que atrasam nossa vida no trânsito e nas estradas e que, infelizmente, ainda existem aos montes por aí: o cara que parece desconhecer a existência das setas, o “dono” da faixa da esquerda, o cara que “esquece” que está ao volante de um carro e atrapalha a vida de todo mundo. Você já deve ter topado com um destes por aí, e “O Colesterol do Trânsito” certamente vai te fazer rir de algumas situações que já tenha vivido. Quer dizer, se o colesterol não for você! em edição impressa (R$ 40,38) e digital (R$ 13,99).
“O Livro do Carro: Enciclopédia Visual”, por Giles Chapman
Este fica bom na mesinha de centro da sala — com textos e com belíssimas fotos e ilustrações, “O Livro do Carro” é uma compilação de alguns dos melhores carros que já existiram em mais de 100 anos de existência do automóvel — e são mais de 1.200 deles. É perfeito para leitura casual e para ensinar às pessoas a gostar de carros sem forçar a amizade. O livro também é muito bonito, com capa dura e papel de qualidade. Existem edições e , ambas disponíveis na Livraria Saraiva.
Drive On!, por L.J.K. Setright
Se você quer mergulhar fundo na história do automóvel e em seu significado social ao longo das décadas, Drive On! é para você. Último livro do jornalista britânico L.J.K. Setright antes de morrer, em 2005, o livro explora as promessas cumpridas e não cumpridas que foram feitas à humanidade desde a criação do automóvel — e se pergunta como o carro ainda pode ser relevante nos dias atuais. É um verdadeiro clássico, que pode ser comprado novo por US$ 114 (cerca de R$ 300). Usado, fica bem mais em conta — dá para achar exemplares em bom estado por US$ 40 (R$ 104).
How To Drive: The Ultimate Guide from the Man Who Was the Stig, por Ben Collins
Quer dirigir como o Stig? Então leia este livro. Ben Collins, que já foi o piloto do macacão branco de Top Gear, protagonizou cenas hilárias no programa sem dizer uma palavra, mas também acelerava na pista particular de Clarkson, Hammond e May e registrava seus tempos de volta. Só que a carreira de Collins também passou pela Indy Lights, pela V8 Supercars, pela Fórmula 3 e até por Le Mans — o cara sabe o que fazer com um volante nas mãos, e seu livro How to Drive ele dá dicas de como dirigir e pilotar de forma mais limpa, confiante, eficiente e, claro, mais rápido. .
“Um Corvette na Noite e Outros Contos Potentes”, por Arnaldo Keller
Se você lê o FlatOut!, então provavelmente lê o — afinal, os caras já estão aí há seis anos e o time é formado por gente de peso. Arnaldo Keller é um destes caras. Jornalista automotivo há décadas e piloto sempre que teve a oportunidade, Arnaldo Keller mostra que os anos atrás do volante o renderam boas histórias — que, em “Um Corvette na Noite”, inspiraram contos de ficção (que se mistura com a realidade) que falam de dirigir carros — de noite ou de dia, na rua ou na pista — de uma maneira que qualquer um que respire combustão e tenha gasolina nas veias vai se identificar. .
Life at the Limit, por Sid Watkins
Life at the Limit é um verdadeiro clássico para os fãs de automobilismo — trata-se de um relato da carreira do Professor Sid Watkins, neurocirurgião da Fórmula 1 que viu de perto alguns dos acidentes mais impressionantes da Fórmula 1 — incluindo o fatídico acidente de Ayrton Senna em Imola naquele 1 de maio de 1994 que mudou para sempre a história do automobilismo. Detalhe: Watkins era amigo muito próximo de Senna e foi um dos primeiros a atendê-lo.
O livro traz o relato do acidente de Senna, mas também de outros acidentes fatais (como o de Gilles Villeneuve, na Bélgica, em 1982) e te coloca na beira da pista em cada um deles. É chocante, mas também essencial para entender como a segurança da Fórmula 1 — e do automobilismo como um todo — evoluiu ao longo das décadas. . Existiu, contudo, uma edição brasileira (“Vivendo no Limite”) — que é raríssima de se encontrar e pode chegar a R$ 300.
Os livros automotivos da editora Alaúde
“Um Corvette na Noite”, de Arnaldo Keller, foi publicado pela editora Alaúde. Contudo, o título não é o único voltado para o público gearhead lançado pela editora, que também tem em seu catálogo uma coleção inteira dedicada a clássicos brasileiros e verdadeiras enciclopédias sobre marcas e modelos do Brasil e do mundo, além de livros que contam histórias de personagens importantes na história do automobilismo brasileiro. .
Quer um destaque? Ficamos com “O Brasil na Fórmula 1”, de Alexandre Armando Vasconcellos, que faz uma retrospectiva da carreira de todos os pilotos brasileiros que deixaram sua marca na maior categoria do automobilismo mundial, de Chico Landi a Felipe Massa. .
Um tablet ou leitor de e-books
Você deve ter notado que alguns destes livros só têm edição digital (como I Know You Got Soul, do Jeremy Clarkson). Já faz anos que a Amazon lançou seu leitor de e-books dedicado, o Kindle, que custa R$ 299. Leitores de e-books como o Kindle não têm tela de LCD — em vez disso, usam tinta eletrônica (E Ink). São gadgets limitados, normalmente com tela monocromática, que possuem conexão com a internet apenas para baixar livros e exibir páginas de modo limitado. As vantagens: a leitura cansa menos pois a tela não emite luz direta, e o consumo de bateria é bem mais baixo. O Kindle básico comporta até 1.000 livros.
Ou você pode comprar logo um tablet — a maioria dos modelos disponíveis no mercado, como o iPad e a linha Samsung Galaxy, pode receber apps que permitem a leitura de e-books. Os melhores são (bem) mais caros que um Kindle, mas são perfeitos para quem quer mais recursos e se distrair entre uma leitura e outra.