Nota-se, entre os entusiastas, certa tendência ao minimalismo — afinal, quanto mais simples, leve e desprovido de frescuras um automóvel, menos esforço seu motor terá que fazer para movê-lo rápido. Agora, todo mundo curte um pouco de luxo, não é? E a gente tem certeza que, em certos momentos, o melhor complemento para um belo motor é um carro bonito, confortável e bem acabado. Agora, tem gente que exagera…
Tudo bem, com dinheiro na conta, qual é o problema em querer o melhor que se pode comprar? O que a gente está querendo dizer é que existem opcionais e detalhes realmente caros, alguns beirando o inacreditável. Não estamos aqui para dizer o que vale o quanto custa e o que não vale, até porque a realidade de quem paga por este tipo de coisa é outra. Na nossa, estes itens opcionais e detalhes são realmente extravagantes — com alguns deles, dá até para comprar um carro novo, e dons bons! Olha só:
Gabinete de bebidas do Rolls-Royce Phantom
O que você faz quando junta a galera para o rolê e todo mundo decide levar algumas bebidas? Você descola uma caixa de isopor cheia de gelo, coloca no porta-malas e, quando chegarem, tudo ainda vai estar geladinho. Mas você nunca vai ver uma caixa de isopor no porta-malas de um Rolls-Royce Phantom. Quem tem grana para comprar um dos carros mais luxosos e caros do planeta — nos EUA, ele custa US$ 300 mil, ou cerca de R$ 1 milhão em conversão direta — certamente quer guardar seu champagne em um compartimento a altura.
O gabinete de bebidas do Phantom não é uma caixa no porta-malas, e sim um fundo falso coberto por um deque de madeira. Ao abri-lo, você dá de cara com um compartimento resfriado feito sob medida para seis taças (que acompanham o kit) e quatro garrafas de champagne. O opcional custa US$ 19.450, ou cerca de R$ 67,5 mil.
Agora, se você é do tipo que gosta de preparar seus próprios coquetéis, não se preocupe: por US$ 127 mil (R$ 440 mil), você adiciona um luxuoso kit para preparar bebidas com todos os apetrechos necessários — uma coqueteleira, atomizador, copos com borda de platina (da Theresienthal, que fornece prataria para a Família Real Britânica), utensílios e travessas. A caixa também é iluminada por uma elegante luz azul, para os ricaços que curtirem uma farra noturna.
Porta-copos de fibra de carbono da Ferrari FF
Porta-copos de série são itens cada vez mais vistos em carros comuns, e até mesmo populares. Agora, se você comprar uma Ferrari FF, a shooting brake com motor V12 de 6,3 litros e 660 cv de Maranello, vai precisar investir — além dos US$ 300 mil (R$ 1 milhão) na hora da compra, mais US$ 3.533 (R$ 12,2 mil) por um, isto mesmo, UM porta-copos de fibra de carbono.
Acabamento em granito do Maybach S600
Enquanto as fabricantes de superesportivos usam e abusam da fibra de carbono para conseguir o menor peso possível, quem faz carros de luxo não costuma se preocupar muito com isto. Quem compra um Maybach S600, por exemplo, sabe que o V12 biturbo de seis litros e 530 cv vai ter que se esforçar bastante para levar a limusine até os 100 km/h em 5,5 segundos. Ainda mais com o peso extra do acabamento de granito — sim, o mesmo material de que é feita a pia da sua casa — no interior.
E quanto custa isto? “Módicos” US$ 58 mil, ou R$ 201 mil em conversão direta — o suficiente para comprar não apenas uma pia de granito, mas uma casa inteira com uma pia de granito na cozinha.
O relógio Mulliner Tourbillon do Bentley Bentayga
Lembra quando o charme do Ford Ka era o pequeno relógio analógico no painel? Pois saiba que o acessório nunca saiu de moda entre os carros de luxo. E o Bentley Bentayga, SUV da marca britânica que é movido por um motor W12 de seis litros e 48 válvulas com dois turbos e 608 cv, não fica de fora.
A diferença é a qualidade do relógio: trata-se de um Mulliner Tourbillon, desenvolvido especialmente para ser aplicado ao painel do Bentley. Com um case de 28mm feito de ouro 18-quilates, visor com 12 diamantes (um para cada número) e um oscilador de ouro 22-quilates, o relógio custa nada menos que US$ 170 mil, ou R$ 590 mil em conversão direta.
Pintura em dois-tons do Range Rover SV Autobiography
Em matéria de utilitário esportivo de luxo, o mais algo que se pode chegar sem apelar para um Bentley é o Range Rover SV Autobiography — que, além de ser absurdamente confortável, espaçoso e bem acabado, tem o mesmo V8 supercharged de cinco litros e 558 cv do Range Rover SVR (aquele mesmo que, há não muito tempo, conquistou o título de SUV mais veloz do mundo no Nürburgring Nordschleife).
Um Range Rover SV Autobiography não sai por menos de US$ 86 mil (R$ 298 mil) — isto se você quiser que ele tenha uma cor só na carroceria. Se você for do tipo nostálgico pelas pinturas “saia-e-blusa” dos anos 1970 e 1980, porém, pode se preparar para desembolsar mais US$ 14,5 mil (R$ 50 mil) pelo acabamento especial DuoTone, mais escuro acima da linha de cintura.
Acabamento de fibra de carbono do Pagani Huayra e do Bugatti Veyron
Se a Range Rover cobra bem caro por uma pintura especial, no mundo dos supercarros o negócio é diferente: você paga uma grana preta para levar para casa um carro sem pintura — que pode (ou podia) ser um Bugatti Veyron ou um Pagani Huayra.
Caso você quisesse um exemplar do agora aposentado Bugatti Veyron com toda a fibra de carbono exposta, podia reservar mais US$ 300 mil (R$ 1 milhão) além dos US$ 2,2 milhões (R$ 7,6 milhões) pedidos pelo hipercarro com motor W16 quadriturbo de oito litros e 1.001 cv.
Com o Pagani Huayra, que ainda está à venda, a situação é parecida: Horacio Pagani oferece diversas opções de personalização feitas sob medida para cada cliente. No entanto, se o que você quer é um Huayra sem pintura, prepare-se para pagar US$ 1,1 milhão (R$ 3,8 milhões) pelo carro e mais US$ 152 mil (R$ 527 mil) para que ele saia da fábrica sem pintura alguma.
Teto “Starlight” da Rolls-Royce
O que você faz quando quer ter a sensação de dirigir a céu aberto, sob a luz das estrelas, mas não quer um conversível? Novamente a Rolls-Royce tem a solução: o Starlight Headliner, opcional que consiste em um teto com revestimento escuro e 1.600 pequenas lâmpadas de LED. O preço? US$ 12.100 (R$ 41,9 mil) — ou US$ 7,56 (cerca de R$ 26) por lâmpada.
Cristais Swarovski nos faróis do Mercedes-Benz Classe S Coupe
Em novembro de 2014, quando o Mercedes-Benz Classe S Coupe foi apresentado, a maior notícia não foi seu belíssimo visual, nem seu V8 biturbo de 4,7 litros e 455 cv — foram seus faróis, que traziam 47 cristais Swarovski cada um — opcional que custa US$ 25 mil, ou R$ 86 mil.
Cada um dos faróis traz 30 cristais para as luzes de direção e 17 cristais para as luzes diurnas, substituindo os LEDs. Curiosidade: como o formato dos faróis reflete e refraciona a luz de forma irregular, os faróis principais usam projetores convencionais.
Malas Louis Vuitton do BMW i8
Carros de motor central-traseiro normalmente sofrem com espaço para a bagagem, mas o BMW i8 é especialmente ruim neste quesito: além do motor 1.5 turbo de três cilindros e 231 cv atrás dos bancos, o esportivo híbrido ainda tem um motor elétrico na dianteira. Apesar de elevar a potência para 362 cv, a unidade de força acaba tornando o i8 um carro ainda menos prático.
Para resolver este problema, a BMW oferece um kit de malas Louis Vuitton feito especialmente para o i8, encaixando-se perfeitamente em todos os espaços livres do carro. Se quiser um kit destes, porém, você vai precisar pagar US$ 20 mil (R$ 69,3 mil) além dos US$ 135 mil (R$ 468 mil) que custa um i8 — um acréscimo de cerca de 20%.
O relógio Jaeger-LeCoultre Amvox2 do Aston Martin DB9
Se os Aston Martin estão entre os carros favoritos de James Bond, o relógio opcional do DB9 combina perfeitamente com ele. Isto porque, além de ser bem estiloso e muito bem feito, o relógio de pulso Jaeger-LeCoultre Amvox2 é um gadget bem interessante.
Ao bater de leve sobre a inscrição open do lado esquerdo, você pode destrancar as portas do carro à distância. Dando uma batidinha no meio do vidro, você liga os faróis — algo que pode ajudá-lo a encontrar seu Aston Martin DB9 naquele estacionamento lotado (como se fosse realmente necessário fazer isto para achar um Aston Martin…). Quanto isso custa? US$ 24,4 mil, ou R$ 84,6 mil.