depois da vitoria de 1967 a ford encerrou o programa de le mans mantendo apenas o apoio a equipe de john wyer que correu e venceu com o gt40 mk1 modificado em 1968 e 1969 o sucesso do gt40 ironicamente acabou ajudando a matar o carro depois que john wyer derrotou a porsche com um carro supostamente obsoleto que aquela altura tinha cinco anos de pista ele acabou contratado pela propria porsche para operar uma das equipes oficiais de fabrica sem uma equipe e com sua missao realizada a ford encerrou sua participaçao no mundial de carros esporte wsc enquanto isso na mesma europa de le mans os ralis estavam se tornando cada vez mais populares os campeonatos nacionais se tornavam mais disputados — o que acabaria levando a fia a organizar um campeonato mundial unificado que se tornaria o wrc isso atraia as fabricantes que desenvolviam versoes especificas para esse tipo de competiçao a ford claro era uma delas acontece que naquele final dos anos 1960 tudo o que ela tinha era o escort nao era uma plataforma ruim pelo contrario o carro era um seda de duas portas com entre eixos curto e traçao traseira — uma configuraçao parecida com a do opel kadett por exemplo mas para conseguir um dominio semelhante ao de le mans eles precisavam de algo especial a soluçao para o departamento de competiçao da ford no reino unido era desenvolver uma plataforma dedicada capaz de receber com poucas adaptaçoes diferentes conjuntos mecanicos e esse projeto começou em 1970 mirando o porsche 911 e o alpine a110 seu nome gt70 a ideia partiu de stuart turner diretor do departamento de competiçao da ford britanica e roger clark que na epoca era um dos pilotos da equipe de fabrica de certa forma o gt70 era mesmo um sucessor para o gt40 a ford britanica colocou o desenvolvimento do monobloco e da carroceria sob a tutela de len bailey que ja havia sido engenheiro chefe no projeto do gt40 para enfrentar os ja citados rivais a ford optou pela configuraçao de motor central traseiro como no lancia stratos para ajudar a distribuir as massas feito sobre uma estrutura do tipo spaceframe de aluminio com subchassis dianteiro e traseiro o gt70 tinha carroceria de fibra de vidro e estilo semelhante ao dos lotus da epoca como no gt40 o motor ficaria atras dos bancos ligado as rodas de tras por um transeixo a suspensao era independente por braços sobrepostos nas quatro rodas estas eram de 13 polegadas e eram uma das poucas partes do carro projetadas especificamente para o gt70 o gt70 foi apresentado pela primeira vez no salao de turim de 1971 com uma carroceria especial desenhada pelo estudio ghia os outros cinco carros construidos tinham um visual diferente mais arredondado com farois escamoteaveis e uma traseira mais baixa em proporçoes o gt70 lembrava bastante o alpine a110 mas sua identidade visual era claramente mais moderna a ford fez questao de utilizar a maior quantidade de componentes de prateleira para manter os custos de desenvolvimento baixos os carros foram testados por pilotos de rali como o proprio roger clark timo makinen e hannu mikkola que alem de dar feedback sobre o comportamento dinamico e o desempenho do gt70 deram suas contribuiçoes para a ergonomia e o desenho do interior parecia uma receita fadada ao sucesso o motor mais utilizado pelo gt70 foi o v6 cologne de 2 6 litros vindo do ford capri acoplado a um transeixo manual de cinco marchas da zf preparado para render ate 240 cv em competiçoes com isto o gt70 deveria ter sido um sucesso mas nao foi o que aconteceu dois exemplares do ford gt70 chegaram a competir apenas o primeiro deles no rali ronde cenevole na frança com o proprio roger clark ao volante o carro era rapido mas sofreu com problemas na transmissao na suspensao e nos freios no mesmo ano outro exemplar participou do tour de france automobile com francois mazet e jean todt ao volante a dupla vinha fazendo uma excelente corrida ate bater na guarda de uma ponte enquanto atravessava os alpes entre 1972 e 1973 um terceiro carro equipado com um quatro cilindros cosworth bda de 1 6 litro e 125 cv foi inscrito em campeonatos de turismo na frança com o piloto guy chasseuil ao volante e carroceria decorada com as cores verde e amarelo da british petrol ainda que fosse muito menos potente o motor de 1 6 litro tornou o carro mais leve e baixou seu centro de gravidade corrigindo um dos principais problemas do ford gt70 em termos de equilibrio dinamico ainda no inicio dos anos 1970 a ford se deu conta de que o escort mesmo com um layout antiquado oferecia muito mais potencial do que o proprio gt70 — que ainda teve um quinto exemplar pintado de prata para fotos de divulgaçao o sexto carro foi utilizado para testes e e provavel que ele sequer exista hoje em dia em 1973 o projeto foi encerrado e o carro com pintura da bp foi levado de volta para a sede da ford na inglaterra onde ficou parado por mais de 25 anos antes de ser recuperado e restaurado em 2002 o gt90 a ford so pensou em voltar a fazer um supercarro de motor central traseiro nos anos 1990 em 1995 em plena agitaçao do mundo dos supercarros com o mclaren f1 mudando as regras do jogo como nunca antes na historia do automovel a ford levou ao salao de detroit um carro conceito que poderia te la colocada no topo do mundo mais uma vez como fizera trinta anos antes em le mans naquele ano o primeiro dos ford gt40 completava 30 anos e a ford achou que seria um bom momento para lançar um sucessor para o supercarro que dominou le mans entre 1966 e 1969 ele tinha ate elementos de design que remetiam ao seu ancestral como as portas com recorte no teto as proporçoes gerais dianteira curta traseira longa o motor central traseiro e uma releitura das rodas halibrand contudo a linguagem de design escolhida era bem diferente e muito contemporanea — um tanto ousada para a epoca era um conceito que combinava curvas suaves abruptamente cortadas por linhas retas que ficou conhecido como new edge e chegou aos modelos da marca lançados a partir de 1996 como o ford ka o ford mondeo reestilizado e o ford focus o gt90 havia sido desenvolvido em segredo por uma pequena equipe de engenheiros em tempo recorde de sua aprovaçao ate o prototipo final com motor transmissao e suspensao 100% funcionais decorreram apenas seis meses seis meses para fazer um supercarro do zero incluindo seu motor um v12 quadriturbo inedito o que ajudou os engenheiros foi o fato de eles terem usado diversos componentes do jaguar xj220 caso da transmissao de cinco marchas e elementos do chassi que era um monocoque de colmeia de aluminio coberto por paineis de fibra de carbono o v12 era uma derivaçao do v8 modular o motor usado pelo mustang gt na epoca que teve dois cilindros extras incluidos em cada uma das bancadas resultando em um v12 de 90 graus para manter o projeto em sigilo este motor foi testado em um lincoln town car talvez o modelo mais discreto da linha ford na epoca o motor era todo de aluminio deslocava 5 9 litros e com os quatro turbos garrett t2 desenvolvia 730 cv embora fosse pouco girador — o limite de rotaçoes era 6 300 rpm o calor dos coletores era tao intenso que ele poderia derreter a fibra de carbono da carroceria entao a ford aplicou placas de ceramica semelhantes as usadas no onibus espacial da nasa — uma aplicaçao de materiais tao exotica quanto o folheamento de ouro do cofre do mclaren f1 segundo a ford o carro era capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 3 1 segundos e seguir em frente ate os 407 km/h — praticamente o mesmo numero que o bugatti veyron atingiria dez anos mais tarde na epoca a ford deu a entender que o gt90 acabaria produzido — especialmente pela boa recepçao do publico que deixava claro que ele seria muito bem vindo mas ainda no fim daquele ano a ford admitiu que jamais pensou em dar continuidade ao projeto e o gt90 acabou engavetado antes mesmo de começarmos a sonhar com ele uma grande prova de que o carro poderia ter mudado a historia foram as impressoes dos jornalistas que tiveram a chance de pilotar o carro — como jeremy clarkson que disse que o gt90 era o paraiso na terra e john mccormick da motor trend que disse que mesmo com menos potencia a ford limitou o v12 a 400 cv para os testes o carro era extremamente rapido e tinha um comportamento dinamico perfeito alem disso o gt90 acabou marcando epoca para os jovens entusiastas dos anos 1990 sendo um dos principais poster cars de seu tempo um carro extremamente popular como modelo em miniatura alem de um icone dos games por ultimo a maior prova de que o gt90 poderia ter sido um grande sucesso nas ruas veio de um dos engenheiros de seu projeto fred goodnow se tivessemos um programa de desenvolvimento de dois ou tres anos sem duvida teriamos feito um carro muito competitivo disse recentemente em uma entrevista a revista top gear a ford so voltaria a fazer um gt de motor central traseiro novamente em 2004 para comemorar os 40 anos do ford gt40 original agora um modelo retro inspirado no visual classico do carro e com um desempenho e construçao bem mais convencionais que o gt90
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