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A experiência com os pneus Continental nos carros do Leo e do MAO

Em 2023 a parceria Continental-FlatOut completou três anos. Nesse tempo, você já viu o conteúdo técnico e informativo que produzimos para o nosso canal do YouTube — além do desempenho dos pneus Continental no Sandero do Juliano.

A relação com a marca, contudo, vem de antes mesmo desta parceria. O Volkswagen Fox usado pelo Juliano como camera-car do Midnight e outros vídeos, por exemplo, sempre foi equipado com os PowerContact 2, enquanto eu, Leo, uso esse mesmo modelo de pneus desde 2017. Com o estreitamento dessa relação pela parceria firmada em 2020, toda a equipe passou a usar os pneus Continental em seus carros, e agora chegou a hora de compartilhar com vocês como têm sido nossas experiências com eles.

O Juliano conta como está o desempenho do Sandero com os novíssimos ExtremeContact Sport 02 no mais novo vídeo do nosso canal do YouTube. O pneu nem está a venda no Brasil, mas ele já acelerou o RS com esse novo modelo na Capuava e, caros, eu vi pessoalmente o desempenho do carro, acompanhando na tabela de tempos cada volta rápida — que chegou a baixar 2,1 segundos o tempo com os pneus originais do carro. Uma grande surpresa para nós.

O MAO também tem usado os pneus na pista. Ao longo deste ano, ele participou dos Hot Laps em Limeira e de etapas do Rally de Clássicos de São Paulo e compartilha seu relato conosco. Logo depois, o Leo conta uma breve história sobre seu uso dos Continental PowerContact 2 — primeiro no Focus e, agora, no Up.

 

A diferença dos pneus

Uma das coisas mais legais em todo carro de motor dianteiro e tração traseira é como pneus duram mais, mesmo em uso esportivo. Como a grande parte da frenagem e toda a direção é feita na frente, e a tração atrás, o gasto é bem mais uniforme; mesmo se demorar para fazer rodízio, não muda muito o ritmo de gasto.

Se o carro for leve, então, o gasto é realmente pequeno. No meu Chevette, que deve pesar algo entre 750 e 800 kg em ordem de marcha, e com o tradicional esquema de motor dianteiro e tração traseira, eles duram muito. Foram dois anos de uso intenso, incluindo aí dez dias em pista, para acabar com o jogo de 175/70 R13 que coloquei neles assim que comprei o carro.

Mas acabados eles ficaram; percebi que não podia adiar mais a troca numa prova do Hot Lap Limeira; pedaços enormes deles começaram a se soltar. Nessa prova, ainda consegui um segundo lugar (e, tenho a dizer, me divertindo bastante com o carro sempre derrapando nas quatro rodas controladamente), mas não dava para imaginar outra coisa a fazer: precisava de novos pneus.

Pneu aro 13 de qualidade está ficando raro, todos sabemos. Mas felizmente, recentemente a nossa parceira, a Continental, voltou a fazer os excelentes PowerContact nesta minha medida, 175/70 R13. Pneu de primeira linha! Pensei que nunca mais apareceriam para esta medida, popular, por exemplo, nos Uno Mille. Mas não: agora temos os Continental de volta.

Parêntese aqui sobre pneu do Chevette. Muita gente se espanta que uso esses pneus, de medida minúscula e perfil alto hoje em dia, para uso em pista. Vale explicar os motivos aqui. Primeiro, temos que tomar cuidado com a relação entre o peso (a força que o carro faz no chão), e o tamanho da área de contato do pneu com o chão. Conforme aumentamos esta área de contato (aumentando o tamanho do pneu), mantendo-se o peso do carro constante, chega uma hora que a aderência diminui. Claro: a pressão (força / área) no solo diminui. Carro leve tem que ter área de contato de pneu condizente.

Também, para uso nas ruas, o carro fica melhor com o conjunto pneu/roda mais leves. A inércia das rodas/pneus menores ajudam no conforto, dirigibilidade, e agilidade com que ele se move por aí. Eu gosto de baixa massa não suspensa; faz a suspensão trabalhar com mais folga, impactos em buracos menores, e uma série de outras vantagens.

Tanto que meu carro está com rodas aro 13 de alumínio Italianas, Momo, originalmente criadas para as BMW ’02, o antecessor da série 3. Fun Fact: as rodas de Chevette tem exatamente as mesmas medidas de uma BMW 2002; é comum colecionadores colocarem rodas de Chevette nas BMW quando não acham originais. Eu, sempre do contra, fiz o contrário.

Mas essas rodas são levíssimas, e ajudam a reduzir a massa do carro e a massa girante que o motor tem que impulsionar; sendo assim melhora o desempenho do carro em geral. Se nunca usasse o carro em pista, a conversa acabaria aqui. É 175/70 R13, e pronto. Mas no futuro, estou pensando em tentar novamente uma medida que usava nos meus outros Chevettes nos anos 1990: 185/60 R14.

Isso por desconfiar que há um ganho em desempenho em pista com eles; serão rodas mais pesadas, sim, mas acredito que o ganho em limite mais alto contrapõe. E acredito, também, que ainda são de tamanho suficientemente pequeno para ganho, não perda, de aderência. Só tem um jeito de ter certeza: colocando rodas e pneus novos e testando. Como não somos “feitos de grana pura”, esta experiência vai ter que esperar o fim desses pneus aqui.

Mas voltando aos pneus aro 13 atuais, como são os novos Continental? Pneu novo, qualquer pneu novo, é sempre uma delícia. A melhor coisa que você pode fazer para qualquer carro velho, é pneu novo, repito sempre sem parar feito papagaio para quem quiser ouvir. Não só pela segurança ativa renovada; o carro fica imediatamente melhor para dirigir. Meu Chevette imediatamente parecia que ganhou direção assistida: imediatamente mais leve, e de resposta mais precisa ao volante. Ao rodar também a diferença é imediata: mais macio, confortável, sem perder firmeza. Pneu novo é realmente uma delícia.

Os pneus Continental são realmente um nível de qualidade acima nesta categoria nisso: os pneus que estavam nele tinham boa aderência, mas eram duros; os Conti fazem a mesma coisa, sem cobrar preço no conforto.

E na pista, embora não tenha, subjetivamente, detectado maiores limites de aderência, eles de qualquer forma tornaram tudo melhor. Avisam mais claramente o ponto em que começarão a derrapar, e derrapando, são maravilhosamente mais controláveis. Eu acho que estou andando mais tempo além do limite, em pista, sempre derrapando, com eles. Capaz de acabar com eles mais rápido por isso, mas fazer o que? Eu sou uma criança…

As características diferentes desses pneus me animaram a experimentar com pressões maiores e menores também; um processo que ainda não consegui finalizar, mas farei quando voltar na próxima vez em pista. Volto aqui e conto o resultado, prometo. Mas pelo jeito, os Conti precisam de menos pressão na pista, comparado aos meus pneus antigos.

O que sei é que se o carro ficou uma delícia nas ruas, o fato é que estou mais rápido em pista com eles também. Coincidência ou não, depois de um terceiro lugar e três 2º lugares no Hot Lap Limeira, minha primeira e tão esperada vitória na categoria D1 veio na estreia dos Contis novinhos. Sucesso, finalmente!

Valeu, Continental. A vitória é minha e ninguém tasca, mas sem vocês, talvez nunca viesse! E, em nome dos donos de carros hoje desprezados e vira-latas que calçam pneus nessa medida, tenho que agradecer. Pneus de primeira linha Continental são um acontecimento a se festejar. Obrigado!

 

Seis anos de PowerContact – e contando…

Em 2016, o Classe A foi embora para dar lugar ao Focus. Ele era um pouco mais novo, mas acima de tudo, era mais barato e tinha manutenção mais simples. Na loja, durante a negociação, ouvi o velho argumento: “ele está com pneus novos”. Normalmente, quando ouço isso tenho o impulso de pedir ainda mais desconto, pq sei que terei de trocar os pneus logo. Nunca é um pneu de boa qualidade.

De fato não era. Era um genérico qualquer, comprado a preço promocional para que o vendedor pudesse dizer que o carro está com pneus novos. Usei o jogo por algum tempo até que, com as contas mais leves, decidi comprar um jogo novo. A loja tinha os Continental PowerContact a um preço interessante e na medida que eu precisava — na época, o carro tinha as rodas originais de 14 polegadas, 185/70 R14. Troquei o jogo e, de cara, notei duas mudanças no comportamento do carro: previsibilidade no limite e melhor frenagem

O pneu barato que veio no carro era “duro”. Escorregava do nada — especialmente com o piso úmido — e em frenagens de emergência deslizava à toa. Com os pneus novos, primeiro um susto: os flancos mais macios, mais confortáveis, deram um comportamento diferente nas curvas da estrada onde eu morava. Acostumado aos pneus imprevisíveis, numa curva mais empolgada senti um balanço da traseira que parecia uma escapada, mas era apenas o flanco, mais macio, avisando o que estava acontecendo ali — um comportamento muito mais seguro.

Não lembro exatamente quanto tempo rodei com estes pneus. Comprei o carro com 44.000 km e o vendi com 185.000 km. Neste intervalo de uso, troquei de pneus quatro vezes, sendo que a primeira foi aos 65.000 km, que foi a quilometragem na qual comecei a usar os Continental. Primeiro o PowerContact, depois, quando comprei as rodas de 16 polegadas, comprei um jogo da geração nova do modelo, os PowerContact 2 — isso um pouco antes de iniciarmos a parceria com a Continental. No ano passado, instalei mais um jogo de PowerContact 2, agora cedidos pela própria Continental, que foram embora com o carro, ainda com mais de meia-vida.

Falar em quilometragem é sempre muito relativo, pois depende do tipo de uso, do tempo de uso e do estilo de condução do motorista, mas faça as contas e você verá que eles duraram cerca de 40.000 km comigo.

Agora, com o Pote de Sorvete (o Up TSI, caso não tenha ficado claro), os pneus originais já estavam ressecados e desgastados e também tinham flancos duros. Ele estava deslizante e não alertava. Aderia até o momento em que escorregava no susto. No molhado, inclusive.

Na semana passada ele recebeu um novo jogo de PowerContact 2 e eu revivi a história de 2016 de novo: no início um estranhamento devido aos flancos mais macios. Mas depois de alguns quilômetros de estrada, debaixo de chuva, já me adaptei a eles. Como esperado, as médias de consumo não mudaram: os pneus originais eram pneus “verdes”, com baixa resistência à rolagem, mas ao custo de boa aderência. Com os Continental, mais aderentes, fiquei curioso para perceber se haveria diferença, mas não há nenhuma que não tenha sido provocada pela tocada.

Falando nela, é interessante notar como um mesmo modelo de pneu em diferentes carros aproxima, de alguma forma, sua interação com o carro — uma evidência da importância dos pneus no comportamento dinâmico do carro. A principal diferença agora é que, com os flancos mais macios, novamente ele alerta a proximidade do limite quando a gente se empolga, e roda com um pouco mais de conforto quando só preciso de ir do ponto A até o ponto B.