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Compradores de Porsche 911 S/T não serão donos dele por um ano
O Porsche 911 S/T é algo realmente sensacional. São nada menos que 525 cv de um seis cilindros contraposto de 4 litros, que gira até mais de 9000 rpm. Todos eles tem câmbio manual de seis marchas, e é o mais leve dos 911 atuais, aos 1390 kg. Uma magnífica criação de uma empresa com longa história de criações magníficas.
Mas não é exatamente algo raríssimo, já que quase 2000 deles serão feitos. Tá, o número exato é 1963 carros, número que é também o ano de lançamento do primeiro 911, dã. Cada um deles custará não menos que US$ 291,650 (R$ 1.507.830), e se você colocar todas as opções disponíveis, o que parece ser norma aqui, chega fácil aos US$ 400.000 (R$ 2.068.000). O que é muito dinheiro, acho que não precisamos dizer. Um monte de gente acha que vale a pena e tal, e o carro sem dúvida é divino, mas é o tipo de dinheiro que a vasta maioria da população mundial, vamos falar sério, vê como uma obscenidade.
Mas mesmo assim, parece que, pelo menos nos EUA, existem muito mais pessoas dispostas a comprar 911 S/T do que existirão 911 S/T. Por isso, um executivo da Porsche disse ao The Drive durante uma mesa redonda de mídia no Rennsport Reunion 7: “Queremos garantir que os carros estejam disponíveis para verdadeiros entusiastas, para serem dirigidos e desfrutados nos próximos anos. Por esta razão, quem receber um 911 S/T nos EUA será obrigado a aderir a um período de retenção mínimo acordado, fixado em um ano. Na prática, isso significará que os carros nos EUA serão inicialmente alugados por este período antes da transferência de propriedade.”
Então hoje em dia 400 mil doletas não te compram um 911 S/T, mas o direito de, depois de um ano de uso, comprar um 911 S/T. O que é estranho pacas, e dentro de qualquer lógica, um absurdo. Mas quando os carros viram joias disputadas, na verdade mais valiosas que seu preço de venda, é o que acontece. Vejam a Ferrari: comprar uma zero é um privilégio, disputado a tapas. É, mesmo os bilionários tem seus próprios problemas.
É a pura definição de “problemas de primeiro mundo”, essa. Mas faz sentido. Quando se entende que a maioria desses carros receberá o opcional favorito de Carlo Rampazzi, o Paint to Sample Plus, a gente começa a entender que é realmente outro mundo, alienígena e incompreensível por nós, meros mortais.
O que é o Paint to Sample Plus? Por módicos US$ 43.390 (R$ 224.326, preço de um Chamonix zero km inteiro), a Porsche pinta seu 911 S/T em “qualquer cor sólida ou metálica tecnicamente viável com base em uma amostra de cor enviada”. É mole? (MAO)
Chevrolet Spin terá reformulação abrangente
A Chevrolet Spin, quem diria, continua firme e forte além de 2023. Este ano marca dez anos de seu aparecimento, e parece que vai marcar também mais uma grande reformulação da van de cinco ou sete lugares. A GM informou em um comunicado, que ela será equipada com arquitetura eletrônica modernizada que permitirá a implementação de atualizações remotas de ampla abrangência.
O diretor de “Serviços Conectados” da GM América do Sul diz: “A atualização remota abre um mundo de novas possibilidades para o consumidor, que poderá ter à disposição um leque de opções para otimização e a customização eletrônica do veículo, sem a necessidade de se deslocar até uma oficina”
Parece que também o painel será no idioma moderno, com telas integradas. Boatos indicam algo parecido com o que a marca oferece lá fora no Trax/Seeker: central multimídia e quadro de instrumentos digital posicionados lado a lado. Por fora extenso face-lift, que deve trazer elementos da nova Montana, e dar uma cara mais de SUV no carro que já foi carinhosamente apelidado de “Capivara” no passado.
Se imaginava que os motores turbo tricilíndricos poderiam ser adotados, mas por enquanto, parece que não: ao que tudo indica, permanece com o último descendente da família 1 da GM, o quatro em linha SOHC de 1,8 litro atual.
“O Novo Spin está sendo desenvolvido para trazer o mais surpreendente pacote de conectividade entre os crossovers de sete lugares do mercado brasileiro”, diz a Chevrolet. O que será um grande feito, pois o Spin nem Crossover é, né? No lançamento em 2013 era uma minivan, e o que mudou? Enfim, pelo jeito vai ser surpreendente numa categoria que nem é sua! Barrabás! (MAO)
Ford Ecoboost V6 anda engolindo válvulas, e causando “falhas catastróficas”
Em 2022, NHTSA americana, motivada por três petições apresentadas, iniciou uma investigação sobre o Ford Bronco. Agora, a entidade alargou o escrutínio para nada menos que 700.000 veículos da empresa; todos os carros que compartilham o motor em questão. A reclamação é pertinente ao motor EcoBoost de 2,7 litros; após 26 reclamações sobre “falhas catastróficas do motor”. Aparentemente, estão engolindo válvulas.
Na semana passada, a NHTSA elevou a investigação a um estágio de análise de engenharia. Esta medida seguiu-se ao fornecimento de provas pela Ford, compreendendo 328 reclamações de clientes, 487 reclamações de garantia e 809 trocas de motores. Esses casos abrangeram veículos Ford Bronco, Edge, Explorer e F-150, além de modelos Lincoln Aviator e Nautilus, todos equipados com motores EcoBoost de 2,7 litros ou 3,0 litros.
Até agora, as investigações identificaram múltiplos fatores contribuintes que podem levar à quebra das válvulas de admissão nos motores afetados. Parte integrante do problema é o material utilizado nas válvulas de admissão defeituosas, conhecido como Silochrome Lite. O fabricante iniciou uma modificação no design em outubro de 2021, mudando para uma liga menos suscetível ao superaquecimento das válvulas de admissão.
“A Ford reconheceu que uma válvula de admissão quebrada pode resultar em falha catastrófica do motor e perda de força motriz e observou que após uma fratura da válvula, um veículo normalmente requer uma substituição completa do motor.”, disse a NHTSA, declarando obviedades como só um órgão burocrático governamental pode fazer. Como os carros com problema estão em garantia, e o problema está sendo solucionado com modificação, provavelmente resultará em recall; mas como ninguém se feriu não deve passar disso. Veremos. (MAO)
Rivian perde R$ 170 mil em cada carro, segundo Wall Street Jourrnal
A picape elétrica americana Rivian R1T e o derivado SUV R1S são veículos aparentemente excepcionais, com avaliações eminentemente favoráveis pela imprensa internacional. São também um sucesso de vendas, mesmo o mais barato deles custando US$ 74.800 nos EUA, o equivalente a R$ 386.716. Parece que é uma empresa de futuro brilhante, não?
Bem, não se o Wall Street Journal estiver correto. Segundo uma análise, a empresa está perdendo US$ 33.000 (R$ 170.610) em cada carro vendido! Mesmo contando com um caixa confortável de 10 a 18 bilhões de dólares, a velocidade que uma perda dessas traz vai rapidamente acabar com as reservas da empresa.
Parte desse prejuízo financeiro pode ser atribuída à fábrica de Rivian em Normal, Illinois, operando com apenas um terço de sua capacidade total para atender à estimativa de produção de 52.000 unidades que a empresa publicou para este ano. Parece que os carros são mais complexos para se fabricar, e por isso mais caros, que a concorrência, também.
Isso é agravado por contratos de fornecimento mal negociados pela empresa, resultando em componentes bem mais caros que os da concorrência, uma distinta falta de experiência em como funciona esta indústria: uma queda de braço violenta nos preços de peças compradas.
O Jornal diz que o CEO da Rivian pediu a seus engenheiros que cortassem US$ 40.000 em custos de cada veículo, analisando as peças e as despesas de produção. Genial esse CEO: tô perdendo 33k por carro, chamo a engenharia para tirar 40k do carro. Um macaco Rhesus treinado talvez tivesse pensamento mais sofisticado. Mas divago: se o jornal estiver correto, é um buraco grande demais para a empresa sobreviver. Veremos. (MAO)