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“Preços dos carros vão subir ainda mais”
Notou que o título está entre aspas? É por que ele foi dito pelo CEO da Renault, Luca de Meo, à imprensa espanhola em entrevista recente. Segundo de Meo, os preços dos carros vão subir ainda mais nos próximos 12 meses devido aos preços elevados dos semicondutores, bem como a alta dos preços do aço, gás, energia, cobre e alumínio. “O impacto no preço final do carro é inevitável“, disse ao jornal Expansion.
Tudo isso já foi abordado anteriormente naquela matéria da crise dos microchips: uma paralisação sem precedentes na indústria, menor capacidade produtiva pela falta de insumos, menor oferta, porém sem redução da demanda.
Como a crise dos chips parou a indústria e aumentou os preços dos carros?
Em condições normais a redução do volume de vendas já é suficiente para provocar uma alta dos preços, mas agora há um segundo fator combinado: a escassez de insumos limita o volume produzido, então as fabricantes revisaram suas estratégias para produzir automóveis de maior valor agregado — isto é: carros que têm margens maiores por serem produtos de maior valor percebido, como carros de luxo, esportivos e crossovers.
Então além de os preços subirem devido ao custo dos insumos, as fabricantes estão priorizando modelos de maior valor agregado para recuperar o capital de giro usado para manter a estrutura que ficou improdutiva durante as paralisações. Esse é um processo lento, infelizmente, porque acontece na forma de uma reação em cadeia — uma cadeia global de insumos e produção de veículos. Estima-se que a cadeia produtiva de automóveis só volte a se estabilizar a partir de meados de 2023. (Leo Contesini)
AC Schnitzer apresenta o BMW M3 mais potente já feito
A tradicional preparadora de modelos BMW, AC Schnitzer, apresentou nesta semana seu pacote de upgrades para o BMW M3 Competition G80, que transformou o esportivo dentuço no mais potente Série 3 de todos os tempos.
O pacote, como de praxe, inclui melhorias para o motor, incrementos aerodinâmicos e componentes para a suspensão. Começando pelo motor, a preparadora aumenta a potência de 510 cv para 590 cv e o torque de 66,1 kgfm para 76,3 kgfm — tudo com garantia de quatro anos.
A “mágica” da AC Schnitzer consiste em uma reprogramação do gerenciamento do motor, aliada a um sistema de escape mais permissivo, com duas saídas duplas emolduradas pelo agressivo difusor do para-choques traseiro. Além de otimizar o fluxo, o novo escape também reforça um pouco o ronco do seis-em-linha biturbo, que já não era dos melhores desde a geração anterior.
O pacote da suspensão é composto por um conjunto de coilovers RS capazes de ajustar a carga de compressão e retorno, além de rebaixar o carro entre 15 e 20 mm. A Schnitzer diz que tomou a precaução de não tornar a suspensão demasiadamente firme.
Quanto à aerodinâmica, o splitter frontal aumenta a downforce em até 40 kg a 200 km/h, enquanto o spoiler traseiro do teto coloca mais 20 kg de força vertical descendente. Além disso, o difusor combinado à asa com gurney flap produzem 70 kg.
O pacote é completado por um conjunto de rodas AC3 de liga super leve, medindo 20 polegadas de diâmetro com tala de 10 polegadas. Infelizmente, a AC Schnitza não divulgou o peso comparativo em relação às originais do M3. (Leo Contesini)
Esta é a nova versão militar do Mercedes G-Wagen
É fácil entender o motivo das pessoas acharem que sempre existiu somente um Mercedes-Benz G-wagen desde 1979. Por fora, parece que sempre foi o mesmo carro. Só que não.
O G atual é um artigo de luxo em corpo de jipe militar dos anos 1970; apesar de todo G-Wagen ter origem no jipinho espartano W460 em 1979, no fim dos anos 1980 a série G se dividiria em dois ramos genéticos separados, mas ainda correlacionados. O W461 era o jipe militar, vendido para frotistas e governos. E o W463 era o carro de luxo vendido para jogadores de futebol, estrelas de Hollywood e (principalmente) oligarcas russos, a preços capazes de alimentar uma aldeia nigeriana por 1863421863128 anos.
Finalmente, como bem sabemos, em 2018 apareceu um novo G-class de luxo, mas que estranhamente não mudou de código, permanecendo W463 “2ª geração”. É um carro totalmente novo com a cara do antigo. Se você ficou confuso não se desespere: provavelmente até dentro da Mercedes essa confusão é normal.
Agora aparece mais uma versão: uma nova geração também do G militar, baseada ainda no antigo W461 (que por sua vez é basicamente o jipe original W460 modificado), chamado agora de… W464. Se você ainda está comigo e entendeu, parabéns.
O novo G militar é algo bem diferente de seu primo civil, apesar da aparência semelhante; tem mais a ver com as origens do veículo, algo rústico e parrudo para soldados, mineradores e exploradores. Mas não quer dizer que não evoluiu; é um carro bem mais aceitável em conforto do que jamais foi.
O W464 traz iluminação LED e o trem de força do G400D civil. Trata-se de turbodiesel de seis cilindros em linha de 2,9 litros, mas aqui com sistema de arrefecimento para serviços pesados, e pode funcionar com diesel de alto teor de enxofre, em altitudes de até 4000m. Os 245cv de potência e 61 mkgf de torque são transmitidos por uma caixa automática de nove marchas (antes cinco) para todas as quatro rodas. O W464 pode encarar uma inclinação de 45 graus e em terreno plano, diz a Mercedes, seu tanque de 110 litros proporciona uma autonomia de mais de 600km.
Tem um interior bem mais simples e espartano, um sistema elétrico de 24 volts e, no lugar da suspensão dianteira independente, um eixo dianteiro rígido como era tradição do modelo até 2018. A carroceria fechada do SUV de quatro lugares tem capacidade de carga útil de uma tonelada. O rack de teto sozinho pode aguentar 200kg, e o veículo pode rebocar mais de 3,5 toneladas. A capacidade de reboque do chassi-cabine é também 3,5 toneladas, mas sacrifica espaço interno da segunda fileira para poder aumentar a capacidade de carga em cima do chassi para 2,5 toneladas.
O G-Wagen W464 está programado para entrar em produção em meados de 2022, após o fim do W461, o que deve acontecer durante o primeiro semestre do próximo ano. (MAO)
“George”, a mula do GMA T.50, está em testes na Inglaterra
Um pouco de história: para desenvolver componentes diversos do McLaren F1, no início dos anos 1990, muito antes do primeiro protótipo ser construído, Gordon Murray supervisionou a criação de duas mulas de teste. Eram baseados no kit-car Ultima, de Lee Noble, que pesava algo similar ao futuro F1, e tinha também motor central-traseiro.
A primeira, se chamou “Albert”, e foi criada principalmente para testar o câmbio transversal. Para isso, já que o V12 BMW ainda não existia, usou um V8 Chevrolet, preparado para dar potência similar. A segunda se chamou “Edward”, e já tinha o motor V12 e câmbio do futuro F1. Ao fim de sua vida útil, ambos os carros foram destruídos, como é praxe na indústria com veículos experimentais não-homologados para venda.
Não é surpresa então que a mula do novo t.50 de Gordon Murray segue esta mesma tradição. Não é surpresa nenhuma, mas ainda assim nos enche de ainda mais admiração para com este grande engenheiro e apaixonado pelo automóvel. Só gente como nós, com paixão pelo que faz, pela história e legado que deixará quando deixar este plano, é capaz de fazer uma coisa tão legal assim. Se Deus realmente está nos detalhes, Gordon Murray merecia ser canonizado.
De novo baseado no Ultima, a mula do t.50 se chama “George”, e tem o V12 Cosworth aspirado que gira além dos 12000rpm que estará no veículo definitivo. Esta semana a GMA liberou um vídeo mostrando os primeiros testes do carro na pista de Millbrook, com Dario Franchitti ao volante. Para quem gosta de automóveis e entende o significado histórico desse momento, de arrepiar.(MAO)
Salão de Genebra cancelado pelo terceiro ano consecutivo
Já em decadência mesmo antes da pandemia, os tradicionais salões do automóvel que costumavam movimentar e reunir a indústria como uma comunidade de objetivos conjuntos, parecem ter dificuldades sérias de retomar suas atividades. Da Suíça chega a notícia que o tradicionalíssimo e gigante Salão de Genebra, que deveria acontecer em fevereiro de 2022, foi novamente cancelado. Será o terceiro ano sem Genebra.
Citando “questões de toda a indústria relacionadas à pandemia Covid-19”, os organizadores cancelaram o evento do próximo ano, para surpresa de muitos. O Comité permanent du Salon International de l’automobile, que organiza o evento, afirmou: “Gostaríamos de lhes assegurar que o ímpeto para a evolução da nossa plataforma continuará a fim de a levar ao seu pleno potencial em 2023. Agradecemos e pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado, mas desejamos evitar o cancelamento do programa em curto prazo devido aos problemas em andamento relacionados à pandemia. ”
O que se comenta é que os motivos principais foram as restrições ainda existentes em viagens e aglomerações, e a situação da indústria relativa a dificuldades de fornecimento, que provavelmente provocaria desistência de alguns expositores importantes, com o fim de economizar algum dinheiro nesse momento delicado. Será que a pandemia acabará também com o Salão do Automóvel? Não é nosso desejo, mas parece ser uma tendência irreversível. (MAO)