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Project Cars

Project Cars #08: a despedida da Valkyrie, minha BMW 328i Touring E36

Olá, galera do FlatOut. Esse vai ser o post final sobre da Val, vou tentar postar aqui os motivos que me fizeram passar Bimmer pra frente e ao final, uma surpresa pra vocês.

Um belo dia, lá estava eu com meus amigos no nosso café da manhã semanal das “maconhas”  e um deles chega pra mim e fala: “Pitão me vende as BBS?”

Respondi que as rodas não estavam a venda, mas que tudo na vida tem preço e que pela besteirinha certa no meu ouvido eu venderia. Chegamos num acordo, e lá se foram as BBS. Voltei com as antigas 18″ pro carro e a broxada foi animal. Simplesmente não era mais o meu carro. Era um outro carro que por acaso era meu. Não era um carro feio, só não era o meu. O ápice desse projeto foi naquelas fotos que postei aqui no último post, aquele era o meu carro. Mas eu pensei “ok, com dinheiro no bolso eu acho algo melhor”.

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Por outro lado, eu vivia um sentimento de falta empolgação, como se terminar este projeto fosse um “dever de casa”. O carro era um projeto já praticamente finalizado, e agora sem a cereja do bolo não tinha mais tanta graça.

Eu não tinha muito para onde ir, além de jogar um boost no carro. E eu não me sentia nem um pouco confortável com esta decisão. Alguma coisa me segurava em fazer isso, talvez o estado muito bom em que o carro se encontrava. Poderia também ser o fato de passados três anos eu ter patinado bastante no projeto ($$$) e não ter chegado onde eu queria. Isso me dava muita vontade de começar do zero novamente. A solução era simples: vender o carro. Porém, desta vez venderia original.

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E assim foi, aos poucos fui desmontando o carro, parachoques originais, rodas originais, suspensão original. Demorei uns dois ou três finais de semana fazendo isso no pouco tempo livre que tenho, e ao mesmo tempo que era um alivio ver a “vovó Val” retornando para ser vendida, era triste porque eu estava acabando com o meu projeto. Não é como a sensação de limpar a bagunça de uma festa no dia seguinte, foi mais ou menos como foi levar meus cachorros já doentes para sacrificar.

Ao mesmo tempo que era bem triste, me dava um alívio muito grande. Batia uma certa nostalgia porque que eu sabia que uma “era” havia acabado — e foi uma época muito feliz. Por outro lado acabava com a agonia de não saber o que fazer.  A única coisa boa disso tudo é que o projeto recomeçaria nas mãos do próximo dono, e eu iniciaria um novo projeto. Mas se dinheiro e espaço não fossem um problema, ela teria ficado na garagem.

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Saindo um pouco da bad vibe do parágrafo anterior, eu estava cheio de idéias excelentes sobre o que fazer no futuro. Eu queria muito partir pra agressão: uma M3 E46 e eu estava disposto a atravessar o país para pegar o novo carro, se fosse necessário. Anunciei os upgrades do carro entre meus amigos e praticamente dois dias depois tudo havia sido vendido. Um sucesso! O carro iria embora umas três semanas depois disso. E nesse período eu ficava pensando o dia inteiro em que carro eu iria comprar. Eu queria muito fugir um pouco de BMW antigas, estava pensando seriamente também no caso de pegar uma E90 seis cilindros e adicionar um pouco de “seniroridade” à minha imagem de engenheiro fanfarrão. Também passava boa parte do dia sonhando com conversíveis tipo Z4 e SLK, depois voltava pra uma C280 pra favorecer a maldita “senioridade”. Enfim, nem meus amigos gearheads conseguiam conviver comigo por causa dessa absoluta falta de foco. Antes de mais nada, a Val está em um ótimo lar, com um dono que vai cuidar muito bem dela e é gente boa demais! No fim, acabei fazendo mais um amigo.

Porém, volta e meia o nosso bom senso nos coloca com os pés no chão e nos força a desistir dos planos mais loucos. Dito isso os planos foram mudando, ficando cada vez mais adultos e pé no chão conforme eu me questionava sobre imobilizar quase R$100.000 em algum carro. O problema é que nenhum outro carro que não fosse um BMW M me empolgava, e o M3 tinha tudo que eu queria (menos o look sênior!). Nese momento eu já havia pensado em todas as possibilidades, desde comprar um Mustang pra montar o Vortec, até uma C280 pra dar um boost na minha sensação de “sucesso profissional”. Enfim, um período de muitas idéias e zero certezas.

Um belo dia a realidade me vem reta e direta e me dá um chute no meio do saco: você não precisa de um carro bonito para pagar de “engenheiro de sucesso”. Você não precisa de um carro de R$ 100.000 para brincar de ser piloto nem você precisa de um daily automático pra sentir a vida passando sem ser divertida. Veio o chamado! E o chamado dizia “você é babaca e precisa de um carro vulgar, com supercharger, banco concha e roll cage”.

Nesse momento ficou claro meu plano: comprar outra E36 e fazer com ela tudo que eu tive pena de fazer com a Touring. Esse carro é pra ser babaca, no melhor uso possível da palava babaca. E quem sabe este ainda não se torne mais uma história bem divertida a ser contada aqui em um outro Project Car?

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Dito isso, apresento a vocês a coupé vermelha que comprei com o intuito exclusivo de fazer todas as maldades que não consegui fazer com a Val. Essa é sem pena, vai ser com direito a tapa na cara, sem KY e com força!

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Filipe Soares, Project Cars #08

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