Fala, galera do Project Cars! Aqui é o Marcelo, mais conhecido como Marcelinho, e hoje vou contar um pouco da minha história e da história da Flora, meu BMW E36, que já é bastante longa com quase 15 anos de parceria. Foram muitas viagens, muitas risadas e alguns momentos tensos, como toda relação.
Bom, vamos começar por mim. Tenho 20 anos e vivo em Belo Horizonte, uma cidade maravilhosa que eu amo. No momento não estou estudando, mas já estou inscrito nos vestibulares pois quero ser designer automotivo. Atualmente trabalho como corretor na imobiliária do meu pai, e compro e vendo uns carrinhos para ganhar um troco a mais — o mercado imobiliário está mais parado que o Fred em campo.
Para ser sincero não sei quando comecei a gostar de carros, acho que isso já veio de outras vidas, sei lá, sempre gostei, e com certeza isso tem parte do meu pai, que desde que eu era criança me levava às feiras do Mineirão e à oficina que ele tinha na época. Ele gabava quando perguntava na frente dos amigos “Marcelinho que carro é aquele?” e eu respondia corretamente. Bons tempos.
Aqui em casa meu pai, que é Marcelo também, já teve todo tipo de carro. Como comerciante de carros e dono de oficina ele sempre estava com um carro diferente. Por aqui passaram todas as frentes de Opala e Caravan, Tempra e Uno Turbo, Marea Wekeend Turbo, Civic VTi, Gol GTi quadrado e GTI 16v, Vectra GSi e outros carros nacionais como Monza, Palio, Fiesta. Eu até me recordo de alguns deles como o Tempra turbo i.e duas portas preto, com bancos de couro que eu amava e até chorei quando foi vendido.
Dos importados tivemos uma Silverado 1500 V8, Mustang conversível V8, Alfas 164, duas BMW 325i E36 alemãs, um americana, BMW 318Ti, Mercedes 300E, Mercedes C280 e Audi A4. Hoje com a corretora ele continua trocando de carro e já passaram por aqui Hyundai Azera, um dos favoritos segundo ele, BMW X6, dois Cayenne, Audi TT e Mercedes C200K. É muito carro e pra mim, que sou apaixonado é um prato cheio!
Em meio a todos esses carros, veio uma linda menina azul, na época toda original, pouco rodada, silenciosa e impecável. A primeira vez que eu dirigi mesmo foi ela: a 325i SC4 Regino azul, que na época tinha acabado de ganhar um belo escapamento de 2,5” direto. Com meus 13 anos peguei ela e dei uma bela volta, foi maravilhoso o som do M50B25TU girando grave baixo, e mudando o tom para um grito agudo a partir das 4.500 rpm enquanto me pregava no banco. Nunca tinha subido giro em nenhum outro carro, foi fantástico, único.
O carro era fantástico tinha recursos com os quais eu não era habituado, como o câmbio automático ZF de cinco marchas, com modo Sport e neve, o piloto automático, os bancos com ajustes elétricos em couro preto e o que mais me encantava, o painel que envolve o motorista com iluminação laranja. É maravilhoso. Então veio a primeira grande tristeza. Meu pai chegou em casa com um Mercedes 300E e me fala “troquei pela BMW”, quase morri, fiquei triste pra C!#$%¨&*. Não podia acreditar como que ele fez isso! Um carro lindo e moderno pra época e ele troca em uma Mercedes 1987 ? Foi difícil de superar.
Alguns meses depois quando já estava me acostumando com a idéia do BMW ter ido embora ouço uma buzina, por volta das 18h. Meu coração congelou: era buzina de BMW. Quando abri o portão era ela, linda como sempre, mas silenciosa novamente! Meu pai em uma de suas transações malucas havia conseguido o Bimmer de volta junto com outra E36 vinho, alemã e automática. Nem liguei. A azulzinha estava de volta e era isso o que importava para mim.
Nessa segunda passagem dela ela recebeu alguns upgrades, como as raríssimas rodas da M3 Evolution de 17 polegadas, faróis de xenônio, suspensão rebaixada e o meu aclamado escapamento direto! O carro mudou, já era lindo, agora estava de cair o queixo, todo lugar que passava chamava a atenção. Alguns “entendidos” achavam que era uma raríssima M3 E36 quatro portas — acreditem já ouvi isso.
Nessa segunda passagem eu tive uma das maiores alegrias da minha vida: o BMW se tornou meu primeiro carro! E ela abriu as portas para que viessem os outros, e essas novas histórias eu contarei no próximo post, assim como meus projetos para ele, que envolvem uma troca do câmbio automático por um manual e respiração com ajuda de aparelhos! Até lá galera. Um forte abraço!
Por Marcelo Lucca, Project Cars #116