Caros amigos do Flatout, venho compartilhar com vocês o sexto e penúltimo post do projet car #123, minha BMW 325 de pista. Conforme falei no último post, iria participar de uma prova no dia 29 de novembro de 2015, a subida da montanha de Campo Largo/PR, onde eu havia ganhado em minha categoria em 2013 e tinha como meta baixar dos 3:00:00 este ano. Infelizmente, tive alguns contratempos na prova que me impediram disso.
A prova consiste em três subidas cronometradas, onde vale o melhor tempo das três, apesar do clima excelente no dia, a chuva rondou o evento inteiro, então a prova poderia ser decidida na primeira subida, pois se chovesse os tempos não baixariam. Com isso na cabeça, inverti a estratégia utilizada na prova de 2013, quando utilizei a primeira subida para um “reconhecimento” da pista — ou seja: já parti pro tudo ou nada. Porém, já na primeira curva forte à esquerda, meu carro apagou.
Explico, na injeção há um modo de segurança em que o motor apaga se a pressão do óleo estiver abaixo de 2 bar quando a rotação do motor estiver acima de 3.000 rpm, porém, os motores BMW trabalham com pressão de óleo assustadoramente baixas, geralmente próximos de 1 bar nestas condições, e como não havíamos reprogramado isso o carro desligou. Demorei uns 10 segundos pra conseguir ligá-lo novamente. Saí cuspindo fogo de raiva e continuei de pé embaixo pra colher informações pra próxima volta. Na outra curva forte à esquerda novamente, adivinhem, mais uns 10 segundos de soco no volante, xingamentos etc. E como cereja do bolo desta belíssima volta, acabei escapando de traseira e bati no barranco. O estrago não comprometeu o funcionamento do carro para continuar na prova, mas minha confiança estava bem abalada.
Após descer e verificar que estava tudo em ordem pra continuar na prova, desligamos o modo de segurança da pressão do óleo, diminuí a pressão dos pneus traseiros, pois estava saindo muito de traseira e vamos para a segunda subida do dia com o mesmo pensamento em relação à chuva. Dada a largada o nervosismo passou e segui bem confiante na volta, a traseira ainda estava solta demais, lembrando que corri com um setup 100% voltado para pista. Uma suspensão de rua mais “esportiva” seria muito mais indicada para essa prova.
Vinha muito bem, fazendo tudo que havia memorizado de traçado pra cada trecho. Até que, na última curva que eu deveria acertar — pois dali em diante os trechos eram mais de alta — , acabei exagerando um pouco na dosagem do acelerador e rodei. Comparando os vídeos com a prova de 2013 eu havia baixado de 5 a 6 segundos até ali. Só isso já me colocaria abaixo dos 3:00:00 que eu almejava, e beliscaria o 2° lugar na categoria PRO-MOD, e ainda faltava mais 1/3 da volta, ou seja, provavelmente baixaria mais uns 3 segundos no mínimo. Mas como eu costumo dizer “SE minha tia tivesse torneirinha ela seria meu tio” — e isso não vale nada, o que vale é tempo na tela. No vídeo abaixo dá pra ver essa volta.
E na terceira subida, o que eu temia aconteceu: choveu. Aí os 3:00:00 vão ficar para a próxima prova.
Pra concluir sobre a Subida da Montanha de 2015, não posso de deixar comentar e parabenizar a volta do meu amigo Pombo que, para mim, foi a melhor subida de todas. Andar como ele andou não é pra qualquer um. Também quero parabenizar público presente na prova, que vibrava com cada passada dos carros, e no retorno aplaudiam cada um dos participantes. No último retorno tive meu carro cercado por um pai, a pedido do seu filho, para tirar umas fotos, fiquei bastante lisonjeado com isto, e também com as palavras desse pessoal me parabenizando. Legal ver que apesar de não ter feito um bom tempo, pelo menos garanti um pouco de espetáculo ao público.
Segue um vídeo da última subida do dia, com chuva:
Track days
Oktane 30/01/16 – AIC
Para o próximo track day, fizemos algumas modificações na suspensão traseira: testamos uma mola mais macia, e concluímos um sistema de regulagem de câmber e cáster que permitiu um alinhamento muito mais refinado pra traseira. Comentei no post anterior a dificuldade que estávamos tendo pra fazer caber o novo jogo de rodas com slicks de 18”, fizemos um para-lamas dianteiro na “lata” que ao meu gosto não ficou muito bom. Antes que fosse mexido no traseiro pedi para esperar e acabei encomendando um jogo de fenders da americana Hard Motorsport. Quando eles chegaram, instalamos os traseiros, colocamos as rodas e alinhamos o carro para participar de um track, organizado pela Oktane aqui no AIC, e testamos também uma asa traseira oriunda de alguma categoria que não sei dizer ao certo, mas que caiu como uma luva na traseira da BMW — pelo menos na parte funcional, porque na estética confesso que ainda não gosto dela.
Como era a primeira vez, tivemos alguns problemas com a altura do carro, não consegui andar com a altura que ele foi alinhado, tivemos que subir bastante, pois apesar de ter cortado os para-lamas os pneus ainda pegavam no que sobrou da lataria. Perdi umas 12 voltas ajustando isso, e nestas voltas até percebi uma leve falhada do carro, mas como tudo aparentava estar certo não dei muita bola. Quando acertamos a altura, e consequentemente perdemos grande parte do alinhamento, voltei pra pista e as falhas aumentaram, a sonda acusava mistura pobre, mas como começamos o dia com aproximadamente 50 litros de metanol, descartamos a hipótese de ser falta de combustível — no tanque neste caso — e investigamos outras coisas.
Tiramos as velas, verificamos os cabos das bobinas etc, não encontramos nada. Voltei pra pista e desta vez quase não consegui andar, falhava demais, voltei para o box, não desliguei o carro e ficamos analisando o que poderia ser, quando escutamos a linha de combustível secar e o combustível dar adeus, ou seja, a “falha” era realmente falta de combustível no tanque, o que é uma noticia boa e ruim ao mesmo tempo. Boa porque não era nenhum problema e ruim porque fica inviável levar 300l de combustível para poder andar tranquilo em um track day. Nisso lá se foram mais algumas voltas perdidas pra achar isso, então abastecemos o carro com os 40 litros que restavam e parti pra andar as últimas voltas com metanol, enquanto o pessoal foi buscar etanol pra andar o resto do dia (tenho os dois mapas gravados na injeção).
Entrei na pista, já tinha uma boa aderência nas primeiras voltas e não perdi tempo, na primeira veio 1:37, na segunda 1:37 e na terceira 1:36:521, na quarta volta os pneus estavam acima da temperatura ideal, perdi a freada no final da reta e resolvi utilizar um pedaço da volta pra esfriá-los. Aí abri a outra volta mas na curva da entrada do miolo os parafusos da homocinética resolveram acabar com a brincadeira mais cedo. Vinha muito mais tempo — no vídeo abaixo dá pra ver que a tocada estava muito “fácil” e principalmente as frenagens estavam muitíssimo longe do limite.
Track day In 14/02/16 – AIC
Neste track, andei apenas pela manhã, andei somente no etanol e é nítida a perda de potência, principalmente na reta principal, onde a 5° marcha entra quase no final da reta. Com metanol isso acontece aproximadamente na saída dos boxes, mas mesmo com menos potência, pude ir refinado a tocada e me acostumando com o novo setup. Devo dizer que o que mais está me impressionando é a asa traseira, como mudou o carro. O S de alta da pra fazer com muito mais “propriedade” e com o carro muito na mão, o contorno da curva da vitória a mesma coisa, e como a traseira fica estável nas frenagens.
Falando em frenagem este é o quesito que ainda tem muito a ser explorado, acho que é o que falta pra poder andar na casa de 1:35 e beliscar o 1:34 alto, o que seria algo meio que inédito no AIC, um carro com menos de 200 cvs na roda andando abaixo de 1:35, isso se tratando de TDs.
Um comentário sobre o consumo de combustível, no metanol está fazendo aproximadamente 1 km/l, e no etanol 2 km/l, ou seja, levar bastante combustível pros TDs será uma necessidade, pretendo levar os dois tipos para os próximos tracks, explorar e acertar o carro no etanol e quando não tiver mais nada pra ser tentado no dia colocar metanol e ver o tempo que pode vir.
O que está por vir
Pretendo nos próximos meses apenas concluir alguns pontos que estão começados e ainda não foram concluídos, como o assoalho e o difusor traseiro e as borboletas individuais da M3 Euro, gostaria de fazer isso antes que o AIC feche, pra poder ver o potencial destes upgrades na pista, após isso vou dar uma atenção a parte estética do carro, um banho de tinta e a troca dos policarbonatos que já estão bastante riscados, e me preparar para viajar, pois já que não teremos mais autódromo em Curitiba, teremos que rodar um pouco pra poder utilizar o carro, minhas metas são: Londrina, Cascavel, as pistas do Rio Grande do Sul e voltar a andar em Interlagos.
Em um futuro não muito distante farei o post de atualização. Por ora me despeço aqui de vocês.
Até a próxima
Por Fabio Baggio, Project Cars #123