Dando continuidade nesse terceiro post, venho contar a minha curta vivência com o Colt. Sim, curta porque pintou outro projeto — um outro japonês esportivo e girador —, e como sempre tive vontade de acelerar um desses e nunca tive oportunidade, acabei comprando. Mas antes, vamos falar como foram os últimos meses com o Colt e o que mais fiz nele nesse meio tempo.
Passei o carro no dinamômetro, mas a mistura estava muito irregular: um dos bicos injetores estava muito sujo, como pude constatar depois, o que acabou causando essa falta de linearidade no gráfico, estava mas ainda assim, o resultado ficou bem próximo ao divulgado pela Mitsubishi para o 4G93DOHC.
O pneu traseiro lado direito, vivia perdendo pressão, apesar de não haver furos nos pneus, e em casa certo dia, cansado de ir na borracharia pedir para olhar, constatei que a roda estava tão fina na borda da parte interna que estava permitindo a passagem de ar, devido as “diamantadas” do dono anterior. Desmontei o pneu da roda e a levei para soldar na parte interna em toda extensão do diâmetro. Ficou bom mas ainda continuei procurando uma roda usada em bom estado. Foi aí que comprei de um camarada do RJ uma roda nova e a soldada foi para o estepe.
Depois, um ladrão escolheu o meu carro entre todos os demais da rua e roubou o som, um desprezível LG que nem USB tinha. Na hora de levar o rádio ele quebrou meu painel, subi o morro atrás do console e só encontrei partes dele pelo chão. Voltei para a internet e em uma semana estava em casa um console novo. Ainda bem que encontrei, toda vez que olhava para o painel quebrado tinha vontade de matar o meliante. O novo player, foi escolhido a dedo, não poderia ser algo chamativo, tinha que ter as cores do painel e não ser arcaico, por que não um CD player com USB da própria Mitsubishi? So encontrei um sem chicote, mas após alguns dias quebrando a cabeça com esquema de ligação, estava instalado no carro.
Ao abrir o capô, topei com o enorme compressor de ar-condicionado Delphi, adaptado em uma placa de ferro, com as mangueiras soltas e dando volta sobre o radiador — uma das várias obras do dono anterior me incomodavam. Apesar do
ar-condicionado estar gelando perfeitamente, tinha que dar um jeito naquela gambiarra.
Foi então que procurei na net e acabei comprando o compressor do mesmo camarada acima que me vendeu a roda. Quando chegou o compressor, verifiquei que o sentido de giro dele era anti-horário. Compressores scroll só podem girar em um sentido. Aquele não era do Colt e sim do Civic motor D- Séries, o série B usa um compressor alternativo com pistões. Bom voltando ao Colt, nova procura e dessa vez comprei e chegou o compressor correto. Um parênteses antes de continuar: os compressores scroll são mais eficientes e roubam menos potência do motor, até no tamanho são menores e suportam maiores rotações.
Depois vieram a tampa do porta malas que não existia, retirada das folgas dos cabos da alavanca usando rolamentos 6208, conforme recomendação de fóruns gringos, e algumas buchas da suspensão. No teto começaram a aparecer alguns pontos de ferrugem e como o camarada que faria instalação do compressor do ar também entendia de restauração de carro antigo, levei o carro para fazer o serviço. Ele se interessou pelo carro e nessa mesma época, pintou um Civic VTi, com um veneninho aspirado. Juntei minhas economias e abracei o carro, tendo que vender o Colt.
Mas Colt foi um carro que me surpreendeu pelo desempenho e agora estou satisfeito com VTi também. Não dá para dizer que um é completamente superior ao outro — cada qual se sobressai em algumas qualidades. O Honda é mais racer, o Colt é mais dia-a-dia, com suspensão macia, progressividade do motor e mais compacto. Mas o VTEC é alucinógeno, e o comportamento da transição dos comandos é mais brutal nos B16, que nos novos I-VTECs, saí de ~110 cv à 5.500 rpm, para próximos dos 200 cv acima dos 8.000 rpm do VTi com com os upgrades que foram feitos posteriormente no motor.
Abaixo seguem algumas fotos dos carros da família. Cada carro é uma experiência, e um novo grupo de amigos que vc faz. Todo fim de semana tem alguma coisa eu para mexer, os franceses são ótimos corredores, mas tem a elétrica minuciosa — o que, no fim das contas, é um pretexto para juntar a galera para resolver os problemas e tomar uma cerveja.
Agradeço ao Flatout pelo espaço, e aos que acompanharam um forte abraço!
Por Diego Malavazi, Project Cars #152