Olá, galera do FlatOut! Meu nome é Paulo Henrique, tenho 22 anos, sou mecânico há cinco anos e sou proprietário de um Civic EG6 B16A turbo. É sobre ele que irei falar neste e nos próximos posts — de como o comprei até o fim de sua preparação (até agora ao menos). Vamos nessa?
Desde garoto eu sou fissurado por carros japoneses, mas nunca pensei muito sobre qual eu compraria no futuro. Contudo, lembro perfeitamente da cena que me fez escolher um Honda Civic EG6 (o hatch feito entre 1993 e 1995) até hoje. Foi aproximadamente há 10 anos, estava eu numa avenida conhecida aqui em Londrina/PR como JK, mais precisamente perto do centro de tratamento de agua da Sanepar. Não lembro o que tinha ido fazer naquela área central, mais lembro muito bem de estar voltando pra casa e ouvir um ronco vindo em minha direção e ver um belo Honda Civic Si ou VTi (não lembro qual modelo pois passou muito rápido) quando aconteceu um milagre chamado VTEC — sim, amigos, o condutor (ou a condutora) deu uma bela “vetecada” do meu lado! Eu nem sabia que carro era, mas eu estava decidido: eu tinha que ter um daqueles.
Aí começa minha procura por esse carro. Como não havia muitos na cidade foi meio difícil alguém saber que carro era — sério! Não sabia nem a marca de tão rápido que passou por mim. Procurava na internet discada só depois da meia noite porque era de graça (lembram?), e levei quase um ano para descobrir. Eu não sabia que havia vários modelos, motorizações etc. Foi só bem depois que conseguir entender praticamente os modelos exatos e a potência de cada um que descobri se tratar de um Civic VTi.
Então comecei a procurar o modelo, mas sem intenções de compra, pois na época trabalhava e estudava e meu emprego não era, vamos dizer sustentável. Eu trabalhava como lavador de peças e instalação e manutenção de ar-condicionado automotivo e direção hidráulica com um salário de R$ 300 em tempo integral, era difícil. Mais tarde a situação melhorou e hoje trabalho de mecânico na Fiat.
Voltando aos carros, com 18 anos tinha um Celta VHC-E que tinha herdado, mas nunca esqueci a ideia de ter um Civic. Aos 19 anos realizei o meu sonho e comprei meu primeiro Honda Civic VTi, já turbo. Era um kit que a gente chama de padaria!
Como eu moro no Paraná e o vendedor era de São Paulo, imaginem o quanto de gente que ficou falando na minha orelha! O que eu mais eu ouvia era “Você é louco! Vai trocar seu Celta zero por carro velho de São Paulo, alagado”, “E se esse carro quebrar!? Quero ver achar peças” e tanta outras coisas! Lógico que eu nem liguei — uma coisa que eu aprendi é nunca se desmotivar por opiniões alheias! Nesse circulo quem me mais desmotivou foi meu pai, só que hoje ele é quem mais curte o carro!
Carro pela internet (sim, eu fiz essa loucura!), vendi meu Celta e paguei o tão sonhado Civic. Felizmente o antigo dono é uma pessoa muito honesta. Ele foi sincero sobre o carro e até o trouxe pra mim aqui em Londrina. Quando o carro chegou em casa num sábado, todo mundo quis ver ou dar uma volta com ele. Juntei dois dos meu melhores amigos que estavam do meu lado e me apoiaram muito e chamei pra dar uma volta pela cidade. Sábado à noite, três guris num VTi com mais de 300 cv. Obviamente toquei o terror na cidade — foram quase R$ 200 em álcool!
Fiquei com andando com ele torno de um ano e muitas coisas mudaram. Conheci um pessoal que tinha a mesma paixão que eu — aqui em Londrina era bem raro esse tipo de modelo, havia o meu, um outro de um amigo que era idêntico ao meu (com a mesma cor, mesmo ano, mesma roda original pintada de preto e as mesma iniciais da placa), e um outro de um cara que não conheço. Mas ao longo desse percurso foram amizades crescendo e minha paixão pelo carro.
A vida foi seguindo, fui dando umas melhoradas no acerto e cada vez aumentando a pressão do turbo. Começou com 0,7bar e quando fui ver estava andando com aproximadamente 1,2bar — e o miolo stock!
Já sabem o que aconteceu né? Dei uma esticada e o carro nunca foi mais o mesmo. Ele ficou ruim em lenta e começou a fumar. Algo de muito ruim tinha acontecido. E é aqui que começa meu Project Car. No segundo texto vou explicar melhor o que está sendo feito no carro e quais serão os próximos passos. Até lá!
Por Paulo Henrique, Project Cars #182