Tudo certo, FlatOuters? Me chamo Walther Nucci, sou formado em administração e assumidamente fanboy da VW. Não tinha como não ser, moro em São Bernardo do Campo, onde está instalada a primeira fábrica da VW fora da Alemanha, em atividade há mais de 50 anos. Constantemente vejo novidades em primeira mão, carros camuflados, carros de frota executiva “exclusivos” e meu pai trabalha há mais de 30 anos lá. Cresci dentro destes carros e lembro de vários deles, resumindo, do 1.0 T ao 2.5, do ar à água, conhecemos bem a marca.
Espero contar as diferenças, vantagens e desvantagens de um carro blindado de uma forma que seja interessante e ajude a tirar um pouco do preconceito que gearheads têm em relação a esta modificação. E sim, eu também tinha este preconceito até ter o primeiro.
Quando fiz 18 anos em 2008, ganhei um Gol Power 1.6 G5 e foi um dos carros que mais curti. A primeira multa, primeiro susto, a primeira blitz e primeiro incêndio em fiação de som a gente nunca esquece. Na época, com quase todos os opcionais, ele custou R$ 34.000.
Encomendamos um Fox Prime “G2” com alguns opcionais logo na sequência, por apenas R$ 36.000, valor inacreditavelmente baixo nos padrões atuais – e olha que nem estamos falando de tanto tempo atrás, isso foi em entre 2009 e 2010. Eu o vendi com 7 km no odômetro. Sim, ele marcava 000.007 km.
Saiu da fábrica e foi para a loja, pois uma amiga da família resolveu vender sua preciosidade, um Audi A3 1.8T com 30.000km — única dona — e não deixei a oportunidade passar. A partir deste dia surgiu minha paixão por carros de categoria superior, porém com mais idade, fazendo valer o custo x benefício, prazer ao dirigir mas sendo penalizado pela manutenção mais cara. Fiz questão de manter o visual original, até mesmo sem película nos vidros. A única coisa fora do original era o chip de potência (de 150cv para 195cv – poderia ir a 225cv, mas limitei por ser câmbio de quatro marchas sem Tiptronic, mais frágil que o do A3 de 180cv, que tinha Tiptronic de cinco marchas) e o vinil preto no teto.
Depois dele, arrumei um emprego um pouco longe de casa e precisava de um carro econômico e viável para o dia-a-dia, mantendo o conforto da falta da embreagem: “PI-CAN-TO, essa Pic* é um encanto”, segundo amigos profissionais do bullying. O carrinho era bem legal no dia a dia, super econômico, fazendo na faixa de 11 km/l na cidade e sempre acelerando “forte”. Por incrível que pareça, ele era muito rápido na cidade com seu câmbio curto, baixissimo peso e motor de 12v, mas deixava muito a desejar quando carregado. Para ter uma idéia, ir para a Ilha Bela foi desesperador, o carro não atingia 40km/h nas subidas da serra de Maresias, Paúba etc. Quando o troquei, queria um carro VW. Já estava com saudades do Gol.
Antes de comprar o carro deste Project Cars eu era um feliz proprietário de um Golf Mk 4,5 Sportline 1.6 flex e depois de quase 50.000km juntos já estava na hora de trocar. Minha mãe tinha uma Jetta Variant 2.5 e eu era apaixonado por ela (pela mãe e pela Variant) e achei que seria interessante trocar o Golfão em um Jetta MK6 2.0 flex. Imaginei que seria bem parecido no geral com a Variant, porém com um pouco menos desempenho.
Carro comprado. Prata, tiptronic, com teto, couro, rodas 17. Bacana. Até parecia um bom carro. Passada a impressão inicial os defeitos apareceram. A decepção com o “Santana” veio por diversos motivos: o acabamento era pior que o do Golf, tinha até rebarbas nas portas e excesso de plástico, não havia couro/tecido nas laterais de porta e isso é inadmissível em um carro desses (e alguns ainda chamam o Golf de jurássico…), o teto solar era ruidoso, suspensão dura e também ruidosa por eixo de torção, e ela me deixou na mão indo para o trabalho uma vez por conta de uma bieleta que rompeu. Era ruim de curva, fazia 4,5km/l com etanol e 6 com gasolina e era lento. Nossa, como era manco.
Foram tantas alegrias que oito meses depois, o carro estava à venda. Isso foi uma decepção muito grande, pois imaginava que compraria um excelente carro, com valores e qualidades justas, sabendo que não era um TSI, mas vi que nada mais era que um Bora três mais caro e sem o acabamento do antigo irmão mexicano. A saudade do Golf era constante. Me senti um pouco traído pela marca e fiquei meio desconfortável com o IPVA e Seguro. Não por não poder pagar, mas por achar que era um dinheiro jogado no lixo, ainda mais quando não se está satisfeito com o bem.
O que comprar? Começou o dilema. Após uma certa indecisão, que variou de Up! zero km até Golf VR6 2003. Cismei que queria dois carros pelo preço de um, afinal, fazendo isso finalmente eu poderia ter um carro mais velho melhor, sem sofrer tanto com manutenção, pois teria um daily driver novo e barato. BINGO! Descobri o que queria.
A compra
Caçando um Jetta 2.5 MK5, faço contato com um vendedor particular e descubro que ele já havia vendido o carro do anúncio, mas ele tinha outro à venda. Sim, alguém tinha dois carros iguais e à venda simultaneamente. Caí sem querer na segunda opção, que me agradou mais do que o do anúncio efetivamente e comprei o Jetta que protagoniza este Project Car e com o troco e depois de alguns rolos, abracei um Honda Fit Ex 1.5 Vtec manual.
Um pra Daily Driver, outro para o final de semana. Adivinhem qual é qual?
Errado.
O Daily Driver é o Jetta. O Brinquedo é o Fit. Parece estranho, e de fato é. Pior ainda quando eu contar pra vocês que quem recebeu os ups foi o Jetta e o Fit ainda está totalmente stock!
Após a compra
Meu Jetta estava meio caidinho, é o básico, com somente couro e rodas aro 17 de opcionais, a suspensão estava meio gasta, surgiu um ponto de ferrugem no teto, martelinhos aqui e ali. Aqueles faróis sem projetores assassinavam a frente do carro, a luz de air-bag acendeu. Com o passar dos meses, comecei a achar a escolha pela cor relativamente rara, kilometragem baixa e pela sua boa condição de acabamento haviam me cegado e que havia feito besteira. Eu não precisava passar por aquilo. Eu tinha um carro zero até dias atrás!
Ao cair da noite, o ‘tesão’ voltava, o ronco do motor é sensacional, andava muito mais, os defeitos de pintura sumiam e eu me sentia o rei da rua. Ninguém poderia fazer nada comigo!
Como assim “ninguém poderia fazer nada comigo”?
Violência
Em questão de um ano aconteceram vários episódios de violência na minha família e amigos. Em família levaram um enquanto entrava na garagem, tentaram levar duas vezes outro carro em semáforo, emboscaram um terceiro carro em movimento e abordaram outro no trânsito, mas era blindado. Contando os amigos que “levaram cano”, um deles levou um tiro no para-brisas que atravessou o encosto de cabeça do passageiro. Sorte que ele estava sozinho. Também tentaram roubar uma amiga na porta da casa dela, mas ela loucamente reagiu e fugiu e levaram três carros de amigos na porta do meu prédio, enquanto chegavam ou saíam daqui.
Todas as vezes foram armadas e nunca ter acontecido uma tragédia com ninguém ao meu redor é realmente um milagre. Resolvi que era hora de estar um passo a frente e de me antecipar a essa onda criminosa que assola o Brasil e o principalmente as grandes capitais. Por isso, o Jetta deste Project Car é blindado.
Essa parte cheia de ‘x’ é o vidro. São 21mm. Agora faz sentido ele ser o Daily Driver, não?!
Este foi o motivo de tê-lo comprado, e veja, o que parecia ruim, na verdade é bom. O fato dele ser o básico, sem banco elétrico com aquecimento, sem teto solar, sem sensores fotocrômicos e de chuva e sem xenon original faziam com que eu evitasse uma série de possíveis problemas advindos de um carro usado e blindado. Apesar dos defeitos de lata, todos os vidros eram novos e não havia delaminação nenhuma, sem contar que internamente o carro estava muito bom, havia passado por uma revisão de blindagem com direito a certificado 2014 em uma blindagem 2007, único dono e com menos de 60 mil km.
Férias chegando, marcamos uma viagem em família para a Terra Santa — vulgo Miami e Orlando (haters gonna hate) — e achei que aquela era a chance de encostar o encouraçado para um banho de loja, assim não rodaria nenhum dia em SP sem ele. Sim, depois de tantos episódios de violência ao meu redor, estava com o c* na mão.
Primeiro problema : Antes de viajar, algumas coisas precisariam ser feitas com certa urgência e eu nem tinha pensando nos EUA como a solução em peças por medo das taxas e apreensões. A principal preocupação era resolver a luz do airbag. Devido ao carro ser blindado, muitas coisas são adaptadas (ah, vá!) e algum fio foi cortado e emendado, com o tempo ele oxidou e perdeu-se corrente. Relativamente simples e foi corrigido. Levei o carro ao local indicado pelo antigo dono e o conserto foi grátis, ao menos para mim! O fato é que agora não há erro e o VCDS (sistema de check do carro original da VW e também serve para alguns ups e personalizações) e não acusa erro.
Segundo problema, transformado em melhoria : No mesmo scan, o VCDS acusou um bug no volante provavelmente vindo do chicote dos botões. Assim que o erro foi apagado pelo computador, surgiu um conflito com a trava elétrica, que não destrancava o carro pelo botão da porta, que quando abria, abria só a do motorista e o vidro perdia a função one touch… Gerava uma bola de neve eletrônica assustadora. Então pensei, “por que não aproveitar e fazer um upgrade?”. Queria manter a originalidade e reduzir a dor de cabeça futura, então o novo volante teria que atender alguns critérios :
– Ser OEM
– Usar a mesma bolsa de airbag
– Ter algo diferente.
Comprei o volante do Polo GTI manual, aquele, mitológico em terras brasilinas. A peça é quase idêntica a original do Jetta, porém com diâmetro menor e aro mais gordinho. Escolhi o volante da versão manual pois é sem paddles shifts, ou seja, menos adaptações já que meu carro não os têm. Aproveitei o embalo e troquei um difusor de ar lateral direito que estava quebrado. Volante R$ 300,00 e difusor R$ 90,00 ambos no . Justo, achei que seria fácil manter o carro.
O medo de não conhecer o comportamento e o desgaste do carro blindado: manutenção
Ainda ainda antes de viajar, estava em São Paulo, numa rua meio esburacada (ah, vá! parte 2) e ouvi um estalo forte na dianteira, seguido de batidas metálicas. Fiquei preocupado, pois não imaginava o que poderia ser e preferi guinchar o carro apesar dele estar andando normalmente.
Era só uma bieleta solta, defeito crônico de todos os Jetta. Se voce tem um, é questão de tempo para ter que trocá-las. Comprei o par de bieletas novas com meu mecânico de confiança (média de R$ 200,00 o par) e na hora de instalar vejo uma bela mancha de óleo sobre o câmbio. Xingamentos profundos e momentos de pânico a parte, analiso com calma e vejo que o câmbio está perfeito e logo encontro o problema. Vazamento pela borracha da bomba de vácuo de óleo do motor que ao pingar caia sobre o câmbio.
Dica pra quem tem 2.5: essa bomba possui uma borracha que resseca com o tempo e caso você pegue uma estrada bem animado, ela racha e vaza óleo de motor. Precisava só da borracha e fui na VW orçar a peça e surpresa: custava quase R$ 1.400,00. Eles não vendiam somente a borracha, mas sim o conjunto todo de bomba e borracha. Indignado, não comprei e resolvi consultar o pai Google, já que era possível andar com o carro tendo um pouco de cautela e atenção ao nível do óleo e deveria ser possível trocar a borracha, pois eu consegui desmontá-la e estava com ela nas mãos. Um santo lá do Jetta Clube me indicou ir na Audi fazer orçamento. Achei meio cômico, afinal, se na VW era caro, imagina na casa da tia rica…
Na Audi, o Part Number foi útil pois lá eles vendiam separado e gastei míseros 40,00 na borracha. Quarenta reais. Saí rindo a toa! Sempre consultem um concessionário quando forem buscar peças, as vezes vocês podem se surpreender com bons preços, mais vezes do que imaginam.
Beleza, os problemas que poderiam fazer o carro parar a qualquer momento estavam resolvidos e eu embarcava numa quinta-feira. Quarta-feira deixei o carro na funilaria Atomic Car em São Bernardo do Campo e mandei fazer todos os retoques de portas, para-malas, parachoques, tampa do porta malas, ferrugens no teto e martelinhos, além de umas floreadas, como pinças vermelhas, pintura de partes plásticas que estavam esbranquiçadas e uma reforma nas rodas. Tudo por R$ 3.200,00. Partiu EUA.
Estava passeando tranquilamente em WinterPark, município vizinho de Orlando, quando um amigo meu faz uma sacanagem sem tamanho. Sabendo do estado do meu carro e onde eu estava, ele me mandou o endereço de uma loja de acessórios para o grupo V.A.G., chamada Urotuning. Penso: “M@THER F*CKER! Não vou lá, depois vão me parar na Federal e vou perder tudo!”
Uma hora depois eu estava na loja. Obviamente sem controle emocional e financeiro algum, comprei um par de faróis com máscara negra e projetores e um par de faróis de neblina também pretos com projetor. Tudo? Somente US$ 410,00 plus taxes! Agora era só rezar para não ser parado na alfândega.
Dica: os Jetta MK5 com xenon de fábrica possuem sensores que ajustam a altura do facho automaticamente. Também possuem bi-xenon (luz baixa e alta), porém funcionam da seguinte maneira: quando os faróis (baixos) estão acesos, o alto passa a ser xenon também. Quando o farol baixo está apagado, ele usa uma lampada comum para a luz alta, ja que os reatores estão descarregados. É meio complexo e ja vi alguns carros ‘doidos’, com o facho subindo e descendo loucamente. Fuja deles, principalmente se forem blindados, pois o sensores que regulam o facho ficam ligados a suspensão, que é uma das partes mais castigadas pelo peso extra. É o típico opcional que é melhor não ter. O farol que comprei é a adaptação para quem tem faróis halógenos originais, que possuem um conector de 10 pinos, enquanto o com xenon tem 14 ou 15, salvo engano. Comprei o farol de projetor com 10 pinos e então tudo fica plug&play, inclusive já com o motor elétrico da regulagem manual, pelo botão original do painel.
De volta ao Brasil cheio de coisas passíveis de pesadas taxas – incluindo o kit brasileiro: iPhone, iPad, PS4, câmera e uma tonelada de roupas – , com um voo vindo da China pousando logo atrás do meu, passei pela Federal me sentindo o próprio João de Santo Cristo, como diria Renato Russo. Tudo deu certo, passei direto e vim pra casa.
No mesmo dia em que cheguei fui ver o meninão na oficina. Levei meu amigo corruptor, Leandro, que me fez ter medo da Polícia e da Receita pela primeira vez na vida e deparei com um carro desmontado, sem frente, sem traseira, todo desmontado e ainda sem retoques. Foi triste.
O cara que fabricava a tinta havia se acidentado e meu funileiro sabia que eu era exigente e não quis ‘terceirizar’ a tinta do meu carro e o deixou parado, esperando o rapaz voltar à ativa. Atrasou, mas gostei muito da atitude e do resultado. Perguntei sobre as rodas… e uia! Estavam reformadas e pintadas de preto fosco!
Entreguei os faróis para o funileiro (e amigo) e num passe de maldade, não de mágica, ele me diz: “Você vai montar esses faróis e por essa grade cromada velha? Arruma as do GLI !” Novamente, sem controle emocional e financeiro algum, gostei da idéia e dois dias depois estava eu com um kit completo da frente colmeia. Onde arrumei? Adivinhem só…
‘Swap’ : A grade superior junto da parte lisa central e inferior eram ‘plug&play’, porém as laterais (que alojam os faróis de neblina) não serviam devido a maior altura da peça. Desencanei e mandei colocar somente as centrais. A essa altura eu só queria meu carro pronto antes de ter que voltar a trabalhar, pós férias.
Uma semana depois, volto lá e vejo meu carro de traseira, na porta da oficina já montado, lavado, polido, rodas pretas, pinças vermelhas, vou dando a volta e vejo os novos faróis e…TODAS AS GRADES!
WTF! Como assim, jovem?
A grade não foi adaptada no para-choque, o para-choque foi adaptado para receber a grade! Ficou absolutamente sensacional, o funileiro chamou a responsabilidade pra ele e encarou o desafio de montar aquilo tudo em um tempo quase recorde. Quando acendia os faróis de xenon com lâmpadas de 4300K originais que peguei de uma Tiguan, ficava perfeito, do jeito que eu via os GTI nos EUA. Foi feito um serviço artesanal de recorte e preenchimento de plástico do parachoque para deixa-lo simétrico, alinhado e suportado pelas travas originais, sem a fragilidade típica de adaptações e mantendo tudo no seu devido lugar. Faltava apenas o logo VW, pois o original não servia, era muito grande. O Leandro, pra variar, se encarregou de me arrumar um no diâmetro certo e na cor certa: Black Piano.
Carro em casa, frente nova, sem riscos, sem ferrugens, rodas foscas…agora sim estava ficando a minha cara! O volante com a costura vermelha combinava – sem querer – com o friso vermelho da grade do GLI e com as pinças.
Essa pequena e feliz coincidência me agradou muito, já que tudo até agora havia sido muito por acaso, achado “no susto”, ou seja, mesmo caçando coisas sem um foco inicial, tudo casou. Decidi que aquele carro só poderia ser meu, já que tudo conspirou de forma bacana e que agora precisaria de um rumo para ser concluído, afinal, apesar de nos importarmos com a estética, ela é fundamentalmente a parte menos importante de um carro.
Queria que fosse diferente dos projetos ‘roda + suspensão’. Até porque, ninguém mexe em carro blindado. Queria agradar VW Lovers, deixando as demais pessoas com aquele ar de ‘hummm, ta diferente, mas não sei o quê’, recheado de detalhes discretos. De quebra, não precisaria me preocupar com tentativas de roubá-lo.
Ele queria me levar para o BGT ! Ele me disse isso na garagem! Eu juro…
Comentei que queria algo diferente, que chamasse a atenção de quem entende de VW.
O projeto
Decidi que eu teria um “Jetta GLI”, versão pseudo-esportiva que nunca veio para o Brasil, em nenhuma geração. Para quem não conhece, a versão GLI dos Jetta equivale a estéticamente a linha GTI do Golf, com alguma melhoria mecânica, mas nada tão signficativo como a difereça de um Golf comum para um Golf GTI. Mas isso varia de geração para geração.
Felizmente, a única geração de Golf e Jetta em que houve compartilhamento da frente foi na MK5. Pode parecer estranho afirmar isso, mas é só pensar no Golf MK4 em relação ao Bora, no Jetta novo em relação ao Golf novo, que já temos noção de como “são iguais, mas diferentes”. Este tema foi citado pelo FlatOut neste link.
Por isso, tecnincamente, todo Golf MK5 é um Jolf e todo Jetta MK5 é um Getta.
Eu já tinha no meu carro os itens mais difíceis para se transformar o Jetta Highline (comum) no Jetta GLI: as grades, os faróis e as rodas . Comecei a caçar algumas coisas específicas e fundamentais para o facelift e sempre pensando em possíveis upgrades técnicos e estéticos, aproximando das versões gringas.
Itens estéticos pós definição do projeto:
-Manopla de câmbio do MK6, menor e com costura vermelha: R$ 250,00 –
-Conjunto de pedaleiras: R$ 180,00 –
– Carcaça da chave original: R$ 200,00 – KIS Chaveiro – Shopping Morumbi
– Badge GLI na grade.
-Bandeiras da Alemanha na alavanca de regulagem de altura do banco: R$ 10,00 –
-Abridor de garrafas que completa o painel – e todos donos roubam na hora de vender o carro: R$ 25,00 –
-Aerofólio: R$ 190,00 –
Itens técnicos:
-Filtro inbox K&N: R$ 350,00 –
-Molas Eibach: R$ 700,00 – BTM Performance
-Válvula de Escape Deepy: R$ 500,00 + 250,00 de instalação
-Remap REVO, já agendando na BTM Performance
-Upgrade de Freios: estudando possibilidades. Me indicaram o projeto de discos Fremax slotados, com pastilhas EBC green stuff, troca dos flexíveis por aço inox e fluido Dot4 Racing. (Vou detalhar o motivo deste upgrade no Post 2).
-Pneus novos: Continental ContiSportContact 5 91W (615kg de carga por pneu e top speed de 270km/h) R$ 2.000,00
Obviamente, nem tudo foi feito a tempo de postar neste primeiro post, mas espero que até março tudo seja concluído. Ninguém mandou a China ser tão longe.
A sensação de estar no caminho certo chegou quando meu carro foi bastante fotografado no último BGT. Lógico, sei que não é um Jolf do Arved, nem o Golf clean do Yuri, mas, comparando o investimento deles com o meu, até que estava bom! Ninguém tinha 100% daquelas grades montadas, havia somente carros com a grade central com as laterais originais ou todas colmeias, porém no formato da original. Aquela grande, recortada mais larga, sem o friso cromado, ninguém tinha.
Recebi vários questionamentos de como aquela adaptação de grades havia sido feita e quando dizia que mandei ‘meter a faca’ no para-choque todos me chamavam de louco.
Foi legal, este carro me fez conhecer muita gente fanática por carros e por VW, que depois alguns tornaram-se amigos ‘virtuais’, repletos de dicas de manutenção e upgrades e os de SP constantemente marcam encontros em postos, oficinas e dinamometros.
Com certeza o FlatOut teve influência nisso e não só em mim. O site traz a essência de amizade vista nos comentários e traz de fato, coisas culturais e curiosas, e sempre é citado nas rodas de conversa automotiva em geral. Quando é perguntado pra alguém ‘voce lê o FlatOut?’, as respostas geralmente são “três vezes por dia”.
O BGT passou, o FlatOut está no ar, o carro continua aqui… a customização está no fim, e agora?
Agora é hora de falar sobre o que chamou a atenção da galera seguidora deste site. A Blindagem. Os prós, que são muitos, e os contras, que são mais ainda, de mexer em coisas não tão visíveis, porém mais importantes. A dificuldade na mão de obra, já que ninguém quer mexer em um blindado. Ninguém. Ninguém mesmo. Nem a blindadora, dependendo do caso.
Está na hora de entrar nos detalhes no melhor estilo Globo Repórter, com o Sérgio Chapelin dizendo: Blindados, de onde vieram? Do que se sustentam? Como são produzidos? Quais os cuidados para ter um? Os detalhes amanhã, no FlatOut.
Até o próximo post!
Por Walther Nucci, Project Cars #205