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Project Cars Project Cars #235

Project Cars #235: a história do meu Fiat Uno 1.6R

Olá, fanáticos por carros! Esse é o Project Cars do dono mais sortudo que vocês irão conhecer. Ele envolve um pouco de historia de vida, sonhos, restauração e preparação. Então vamos lá.

Era um vez um garoto de 17 anos que tinha sua namoradinha bonitinha e todo fim de semana namorava e tinha a rotina (casa dela o dia todo, fim de noite voltar para casa de ônibus) e assim foi por longos meses. Em um domingo normal fizemos um churrasco na residência dela e passei um pouco do horário. Mesmo assim fui para o ponto de ônibus por volta de 23:30. Eu já tinha perdido o ônibus que costumava pegar e fiquei esperando o próximo quando surgiu um EcoSport prata na minha frente e sem falar uma única palavra fui surpreendido por uma pistola na janela. A arma é disparada contra mim, o carro foge e eu fico sem saber o que fazer, apenas com aquele terrível sentimento de que não voltaria mais para casa.

Fui levado para a Santa Casa, fui operado e, em um resumo bem básico, fiquei uma semana no CTI e mais um mês internado. Nesse período cada dia que passava me contavam um tiro a mais que eu tinha levado. Cheguei no hospital com dois, depois foram quatro, depois seis e, finalmente oito. Sim: oito tiros — seis no meu braço direito, e dois na minha barriga. Nisso vieram os problemas: meu braço quase foi amputado e foi determinado o uso de colostomia definitiva. Felizmente superei tudo tranquilo e hoje estou aqui contando esta história bem louca a vocês.

Mas vamos logo ao projeto automobilístico que é o que interessa mesmo. Logo após o incidente me conta que minha vida mudou completamente. Eu andava de Downhill e com o braço assim adeus esporte. Uma semana depois de sair do hospital vendi a bike e comprei meu primeiro carro, um Escort L 1986 1.6 que mais cheirava álcool do que andava. No mesmo momento já começou a vontade de restaurar o carro, colocar rodas, suspensão, som e todas aquelas loucuras de adolescente. Só tinha dois problemas: 1) eu não tinha dinheiro; 2) eu mal sabia dirigir. Tentei fazer um rat com esse da foto, mas o projeto do Escort foi por água abaixo.

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Voltei a trabalhar, voltei à minha rotina e decidi mudar de carro. Comprar algo decente que pelo menos andasse e fosse mais bonitinho. Foi quando meu amor de infância veio à tona. Eu perdi meu pai cedo então toda minha convivência masculina foi com tios e primos mais velhos e eles sempre tinham carros da Fiat. Foi assim que rolou aquele amor pelo Fiat Uno e assim fui em busca de um. Encontrei um modelo S 1986 recém reformado e fui me informar. Ele queria R$ 4.000 e então joguei na lata: “dou meu Escort e mais R$ 2.000. Topa?”

Voltei pra casa de Uno.

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Só tinha um problema: eu ainda não sabia dirigir direito. Tive que aprender na marra, e em uma semana me sentia o Ayrton Senna na chuva. O carro durou bastante: coloquei som, filtro esportivo (mesmo sendo 1.3) tirei as calotas feiosas. Até que um dia estava tava no trabalho e pensei: ”cara vou transformar meu carro em um 1.6R”.

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Sondando o amigo Mercado Livre achei molduras, aerofólio, volante, cintos e coisa que só o R tinha. Pensei em em comprar tudo! Minha meta deixa ele com visual do R e futuramente turbinar o 1.3. Mas aí novamente deu tudo errado. O carro começou a dar problema no trambulador, no pedal de freio, no motor e então desisti. Decidi ir por um caminho mais fácil: comprar um 1.6R.

No dia seguinte, às oito da manhã anunciei no OLX: “Compro Uno 1.6R / Não importa cor / Não importa o ano”. Às três da tarde recebi uma ligação: “Alô!  Você ainda quer um uno 1.6R? Eu tenho um branco todo original interessa?”. Lógico que interessa! O carro estava a 140 km da minha casa, e por isso fiz as perguntas básicas sobre o carro (como está o motor, peças originais, documentos) e claro, o preço.

O carro estava com tudo ok e todo original, e o cara queria R$ 6.500. Mais um problema: não tinha o dinheiro. Por sorte ele topava pegar o meu S 1986 e mais R$ 2.500. Marcamos e fui ver o carro. Chegando la tive o pico da felicidade e desânimo ao mesmo tempo: sim era um 1.6R branco lindo, mas não tinha nada original. Até hoje me pergunto se ele me iludiu ou não sabia mesmo.

Comecei a avaliar o carro e encontrei bancos com outro tecido, sem molduras, nem volante original, nem o para-choque original, nem os farois de neblina e calotinhas. Pior: o documento estava atrasado, o fundo não estava muito bom, os faróis também não, a pintura estava horrível e mais um monte de coisas. Negociando ele baixou para R$ 6.000.

Voltei para casa pensando no carro, mas no caminho, parei em um cruzamento e, do nada, um cara junta a traseira do Uno que eu ia trocar pelo 1.6R. A traseira ficou horrível.

E agora? Tenho um carro batido. Peguei um empréstimo com meu sogro, consertei o carro e fui fazer a troca. Antes de me entregar o carro o vendedor pediu para se despedir do carro pois “gostava tanto da época em que ia para a roça com ele”. Sim: o cara ia para a roça com o carro!

Andei uns 20 minutos pela cidade para me acostumar com o carro, entrei na Dutra e voltei para casa. Se com o Uno S eu nunca tinha passado dos 110 km/h, com o novo fui com gosto: 100, 120, 140, 160 km/h! O volante trepidava demais e o farol mal iluminava o que vinha à frente. Eu estava feliz demais!

Chegando à casa da minha namorada estacionei o carro e me segurei para não passar a noite mexendo no carro. Vocês sabem… não tenho muita sorte com a noite na rua. No dia seguinte acorde e comprei dois faróis, duas setas, duas lanternas e instalei no carro. Desvirei os encostos de cabeça e fiz uma solução de desengraxante com outros produzidos para limpar o carro. Tirei as calhas de chuva, olhos de gato, passei aspirador, refiz a ligação dos faróis e pronto. Depois desse primeiro tapa ele estava assim:

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Depois disso eu já estava com o queijo na mão. Faltava a faca. Por onde começar? Decidi ir com o básico, revisando o motor que estava bem feio, sujo e cheio de gambiarras. Troquei óleo, velas e cabos, filtro de ar, óleo e combustível e ele já virou outro carro. Tentei rodar com ele usando gasolina mas pipocava demais. Eu mantinha 40 e, de repente, sem acelerar, ele saltava para 80 km/h. Achei mais prudente deixar queimando GNV mesmo.

Com a mecânica parcialmente ok, parti em busca dos itens originais. Mas essa é uma história para o próximo post. Até lá!

Por Dhyego Machado, Project Cars #235

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