E aí, FlatOuters! Como estão? Antes de tudo, gostaria de agradecer todos que estão acompanhando o PC #27 – espero ter respondido a todos no primeiro post. Agora, vamos lá para a segunda parte da prosa.
Quando falo que tenho um Fiat 147 me fazem duas perguntas: “você cabe dentro dele?” Sim, eu caibo! Mesmo com meu 1,90 m, como podem ver no vídeo abaixo. Logo respondida a primeira, seguem com a segunda: “Por que um 147?”
No Post 1 expliquei um dos porquês eu desejar um 147: acho um pocket rocket nacional clássico que tem um bom potencial pra virar um canhãozinho etc. Mas uma das coisas que faz o 147 ser uma paixão minha é o seu pioneirismo. Baseado no 127 italiano, este carrinho foi pioneiro em diversas frentes:
– Primeiro carro da Fiat produzido no Brasil, marcando o início das operações da fábrica de Betim, Minas Gerais no dia 9 de julho de 1976;
– Primeiro carro brasileiro com motor transversal dianteiro;
– Primeiro carro no Brasil com coluna articulada;
– Primeiro carro a álcool fabricado em série em todo o mundo (a partir de 1976);
– O menor carro a diesel da época, sendo vendido na Europa e Argentina;
– Primeiro carro brasileiro com todas as “variantes” tradicionais: hatch, sedan, perua, furgão e pick-up (Há quem tenha feito os conversíveis);
– Primeira modelo de passeio a derivar uma picape leve;
– Primeiro carro brasileiro com o estepe junto ao compartimento do motor, ou seja embaixo do capô dianteiro;
– Primeiro carro brasileiro de pequeno porte com suspensão independente traseira;
– Primeiro carro no Brasil a utilizar para-choques de plástico polipropileno em larga escala (no modelo europa em 1980);
– Primeiro carro brasileiro com desembaçador traseiro.
Quantos primeiros não? Ah, também foi o meu primeiro carro!
Curiosidade: na terra de nossos hermanos, o 147 foi produzido até 1996 como o nosso modelo Spazio mas chamado de Vivace.
História da Abarth
Abarth? O que é isso? Já perdi as contas das tantas vezes que já expliquei o que significava esse nome.
O FlatOut já explicou, mas vou dar uma rápida pincelada.
Carlo Abarth (ou Karl Abarth, nome de batismo) nasceu na Áustria, foi pentacampeão de motociclismo (detalhe: ele fabricava suas motos) e era amigo de Ferdinand Piëch, neto de Ferdinand Porsche. No pós-guerra tornou-se o representante italiano do estúdio de design da Porsche. Abarth trabalhou na construção de um motoposto da empresa Cisitalia: Cisitalia 360 da empresa Cisitália que em 1949 faliu e o deixou sem nenhum tostão. Então Abarth juntou o que sobrou da Cisitalia e fundou a Abarth & C. com seu amigo Guido Scagliarini, montando sua própria equipe de corrida, a Squadra Abarth. Seu logotipo ostentava o signo astrológico de Abarth, o escorpião. Costumo brincar dizendo que o escorpião é pra lembrar que o carro é envenenado (bom trocadilho, não?).
A virada de mesa de Abarth foi o lançamento do Fiat 500, onde viu o potencial em um carro leve e barato. Aumentou a taxa de compressão do motor de 479 cm³, instalou um carburador Weber 26 IMG, modificou os sistemas de alimentação e de admissão e instalou um de seus kits completos de escape, dobrando a potência de 13 cv para 26 cv e melhorando o comportamento dinâmico do carro.
Em 1963 venceu os 500km de Nürburgrin e em 1971 a Fiat comprou a Abarth e a transformou em sua divisão de rali. Nos anos 80 batizou os carros da Lancia e nas 2 decadas seguintes passou meio esquecida, colocando-a em suas versões esportivadas. Mas graças ao senhor das rodas, a Fiat relançou a Abarth como divisão esportiva. Na minha opnião, destaque para o Fiat 500 695 Biposto de 190 cv.
E depois de 36 anos estou colocando meu 147 1978 no mundo Abarth. E pra começar, fiz a compra de alguns mimos para o carrinho:
Centros de roda, emblema escorpião em aluminio polido e a mosca branca de olhos azuis albina: o emblema Fiat 147 Racing.
Compra de peças
Tirando portas, capô e tampa traseira que comprei usadas, o resto será tudo novo, então comecei as compras.
Acho que nunca mais vou pagar tão barato nessas peças. O capô e as portas custaram R$ 350 e a tampa traseira nova, porém parada a mais de um ano saiu outros R$ 350
Lentes da lanterna traseira e parafuso de acrílico.
Batente da porta, tranca da tampa traseira e fechadura lado esquerdo.
Entrada de ar do capô…
… kit de borrachas e canaletas dos vidros.
Ainda faltam/estão para chegar: os trincos das portas, buchas da suspensão em PU, Reservatórios de água do radiador e do esguicho do pára-brisa, par de lanternas dianteiras, mini grade, retrovisor interno e externos, entre outras coisas.
Definição do motor
Foto ilustrativa
A ideia inicial era manter meu 1.300 com carburador de corpo duplo, mas como sempre queremos algo a mais, a opção foi encarar um coração do Punto T-Jet, 150 cv originais. E como na vida nem tudo são flores, está difícil de achar esses motores turbo por aí.
Então comecei a pensar no plano B, C, D, E. Cogitei voltar a ideia inicial e usar o 1300, ficar com os aproximadamente 70 cv usando álcool até achar um T-Jet BBB (Bom, Bonito e Barato).
Ai pedi ajuda aos universitários do aclamado grupo FIAT 147 BRASIL, e os caras são feras, entendendo o que eu queria chegamos numa receitinha de bolo que foi a seguinte:
Pegar o 1.300 e colocar um cabeçote de Strada ou Palio 1.5 MPI com válvulas de escape da Strada Working (31 mm, contra 29 nas originais), trocar o comando de válvulas por um 272 de rua, rechear esse bolo com filtro esportivo, coletor de escape 4×1 com saída de 2,5” até o fim e injeção programável. Com sorte, chegarei a algo entre 90 a 100 cv. Está muito bom pra um começo. O que acham?
Funilaria
Continuo na espera, pois ainda não terminaram o tenebroso 147 que estava na minha frente. Se a Fiat bater na porta deles, ou vão presos ou vão ganhar um troféu, pois o que colocaram de soldas e chapas nesse carro… dá pra dizer que fizeram uma cópia idêntica! No próximo post espero contar mais sobre a funilaria. Obrigado a todo por acompanhar mais um episódio dessa longa saga! Até os próximos posts.
Por Guilherme Rodrigues, Project Cars #27