E aí, galera. Sentiram nossa falta? É chegada a hora de me despedir de vocês com a terceira e última parte. É claro que continuarei a mexer no carro, ainda tem alguns detalhes para consertar e outros para aperfeiçoar, mas acho que neste primeiro ano com ele consegui concluir todo o ciclo de mudanças que eu pretendia.
Logo de cara aviso que o stubbymirror (espelho retrovisor do lado esquerdo de mão inglesa) ficou de lado por enquanto. Mas só para explicar, por questões aerodinâmicas (será?), o MkIV veio com o retrovisor do lado direito menor (nos países de mão inglesa é o esquerdo). Eu consegui um desses de mão inglesa, para que meu carro tivesse os dois retrovisores pequenos.
O problema é que o campo de visão diminui drasticamente, então, por enquanto, o deixei guardado. A outra opção é colocar o do lado direito grande, pois nos países de mão inglesa… bom, vocês já entenderam.
Eu esperava que a segunda parte saísse antes do BGT 7, mas à essa altura, já sabemos que não foi assim. Então, continuando deste ponto, os fatos a seguir ainda compreendem um pequeno período pré-evento, mais precisamente a partir de setembro. E já começo me ferrando. Primeiro tive que trocar o pára-brisa por causa de uma pedrinha um pedregulho lançado por um caminhão na estrada. Serviço realizado numa franquia da Carglass. Serviço de primeira e peça 100% original:
Aí, beleza. Todos os vidros do carro, inclusive o do teto solar, tem a película de controle solar Llumar AirBlue 80. Por que? Porque meu xará Fernando, segundo dono do carro, resolveu que sim. Na verdade, é uma película que se aplica geralmente apenas no pára-brisa, justamente pela propriedade de diminuir o calor no interior do carro e filtrar 100% da radiação UVA. Ou é UVB. Ou as duas. Concluindo, agora eu tinha a tal película no carro inteiro, menos onde mais precisava. Demorou uns 10 dias pra Autoglass conseguir um rolo. Se soubesse que eles trabalhavam com isso, teria trocado o vidro com eles também, pois sairia mais barato e mais fácil. Vida que segue.
Passei o repelente Glaco, que funciona assim:
Acima de 45km/h, não preciso mais dos limpadores. Quanto mais intensa a chuva, e maior a velocidade, mais notável é o efeito.
E não é que o cara da Badgeskins mandou mesmo os skins corretos sem cobrar nada? Parece até uns vendedores do Mercado Livre de tão honesto:
Pois bem, como tinha voltado a rodar com as rodas Long Beach, comecei a cuidar das RC para colocá-las de volta no carro. Uma delas tinha sofrido um dano que eu desconfio que tenha sido causado por um pedal de bicicleta daqueles de alumínio, pois era bem no centro da roda, e era impossível eu ter ralado o centro da roda num meio-fio de calçada. Enfim, tinha um belo ralado e um pequeno lascado na parte que está circulada em vermelho na foto abaixo:
Aí na foto o defeito já havia sido reparado. E aí começa a tragédia. O amigo que me vendeu as rodas disse para tomar muito cuidado caso precisasse fazer algum tipo de reparo nas rodas, pois tinha sido extremamente difícil acertar o tom exato do prata para ficar igual às originais de GLI. Pra piorar as coisas, ele não tinha mais o código da tinta, e nem a loja onde ele mandou fazer. Levei em duas lojas aqui na cidade, e a resposta foi a mesma: não temos este pigmento. Na terceira, o colorista tento, mas falhou. A quarta tentativa foi com um colega que é pintor, e disse que tinha um retinho de uma tinta muito parecida. Resolvi deixar a roda com ele e fui bem claro na orientação: cubra somente a área afetada (que não chegava a 3 centímetros). Lembrando que meu irmão também é um pintor de mão cheia, mas paguei pra ver… e me ferrei de verde e amarelo. E prata.
Vejam na área circulada em verde que para tentar disfarçar a diferença de tons, ele pintou a área em volta. Essa foi a explicação dele. Aí na foto eu já tinha começado a lixar, mas a diferença ainda é notável.
Eu teria aceitado numa boa a diferença de tom ficasse apenas na pequeníssima área onde tinha o ralado, passaria despercebido. Mas não foi o caso.
Bom, deu até dó lixá-las, pois a pintura estava perfeita. Mas foi o empurrãozinho que me faltava para pintá-las de cinza. Sempre gostei da combinação carro claro, roda escura. Dessa vez escolhi o cinza Daytona, da paleta de cores da Audi. Pena que não havia tempo para muitos testes, pois faltava pouco mais de uma semana para o evento mais esperado do ano. Dessa vez quem fez o serviço foi meu irmão. Antes do verniz, estava do jeitinho que eu queria:
Se tivesse decidido por verniz fosco, ficaria ótimo. Mas eu queria brilhante, e no fim das contas ficaram um pouco mais escuras do que eu queria:
Mas mesmo assim, gostei. Vida que segue. Esperei até os 45 do segundo tempo, mais acréscimos, para poder aplicar o selante sem atrapalhar a cura do verniz:
Dei mais um talento no cofre, pois já estava bem sujo, e também coloquei um filtro novo, pois o outro, mesmo com limpeza e recarga do óleo K&N já estava com um aspecto feio, tinha alguns amassados:
Ainda deu tempo de conseguir umas pecinhas que estava procurando a algum tempo, que são os cordões retráteis do tampão do porta-malas:
E com tudo pronto, seguimos viagem para Águas de Lindóia na madrugada de quinta (29/10) para sexta (30/10).
Eu, o Chewbacca II, Nicolas e seu Polo GT cinza no documento, mas marrom aos olhos de quem vê chegamos por volta das 6:30 da matina, e literalmente abrimos o lava-rápido da entrada da cidade. Tento imaginar o que pensaram o dono e o funcionário do estabelecimento quando pedimos que ele só molhasse e enxaguasse os carros, pois quem iria lavar e secar seríamos nós. Não levem a mal, mas sabem como é, pode parecer frescura, mas…
Carro devidamente limpo, e mais gente chegando:
A fila já se estendia para quase 1 km além da praça, mesmo com a liberação da entrada antecipada em uma hora:
E a galera da Volkspage está de parabéns, pois mesmo com a fila já bem extensa, o controle de acesso melhorou muito em relação à edição anterior. Aliás, todo o evento foi melhor do que a sexta edição, que foi muito criticada, principalmente por coisas que não estavam sob o controle da organização, mas isso não vem ao caso.
Devidamente credenciado e bem-vindo:
Primeiros registros na grama sagrada da Praça Adhemar de Barros, pelo quarto ano consecutivo:
Ao fundo, o belíssimo MkIII do Emerson, e os amigos Daniel, Rossi e Otávio Nelle (dono do Project Car # 272).
Eu juro que a roda dianteira ficou perfeitamente alinhada por acaso!
E já na virada de sexta para sábado, ainda estávamos jogando conversa fora na tenda, afinal, é uma das únicas oportunidades que temos de reunir o pessoal de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, além dos outros participantes que vem de todos os cantos do Brasil:
No sábado, a praça lotou mais ainda, tinha mais lorota ainda para ser contada, e ainda mais chopp para beber (no meu caso, suco e água). Mas o Rodrigo Geis e o Éverson encontraram tempo para tentar consertar o cruise control do MkIII VR6 do Eugênio:
Mais uma utilidade do WD-40: desengripar mola do sensor de acionamento do freio do módulo de piloto automótico dos Golf MkIII VR6
Falando em amigos, sabem que eu reencontrei por lá?
Sim. Os rollmops. O Vittorio!
Não sei se ele vai se lembrar, de novo, pois nesse momento sua ECU já estava indicando excesso de etanol na mistura.
Mais umas fotos tiradas com minha batata:
No detalhe o MkIII GL do Rossi, com swap para VR6 12V, com miolo forjado e escape dimensionado. Rolaram alguns duelos… mas ninguém filmou!
Durante as noites chovia, e nas manhãs seguintes lá estávamos nós a secar e limpar os carros para sairem bem nas fotos. De roupas e pertences que levei, coube tudo numa bolsa e mochila pequenas, o restante do porta-malas foi preenchido com produtos para limpeza automotiva. Shampoos, toalhas e panos, ceras, limpadores, panos, quik detailers, pretinho, panos. Já mencionei panos?
O Daniel, dono do belíssimo MkIII branco ao fundo, também manja muito desse assunto, e além de me dar dicas preciosas, é o cara que botou a mão na massa para ajudar os demais a manter os carros limpos durante os 3 dias de evento, e o ajudei a limpar o carro do big boss Nilton.
Não vou ficar explicando o que é o BGT pois com a magnitude que o evento tem hoje, a mídia já faz a cobertura de forma muito competente, mas acho que nenhuma reportagem consegue fazer transparecer essa amizade, essa camaradagem, a ajuda mútua, e o carinho que temos com nossos preciosos queimadores de dinheiro carros.
E com certeza absoluta, nenhum site ou blog vai mostrar para vocês a bela surpresa que fizemos para o amigão Rodrigo Delli, que vai ser papai pela segunda vez. Nos organizamos via Facebook sem que ele soubesse, obviamente, e o presenteamos com fraldas, brinquedos, roupinhas, utensílios e todo tipo de coisas que o João Pedro vai precisar. Ver gotas de testosterona escorrerem dos olhos desse cover de Toretto misturado com Panthro dos Thundercats foi bem emocionante, admito:
Mais fotos, dessa vez, feita por profissionais (créditos para Mauricio Rocha Fotografia):
No mais, aquele papo de sempre: rever os amigos de outrora, conhecer outros com quem conversamos só pelas redes sociais e fóruns, ver de perto aqueles carros pelos quais babamos no teclado, como por exemplo uma RS4 que eu nunca tinha visto de perto, acordar cedo e dormir tarde, beber muito (suco) e comer pouco, voltar pra casa extenuado, mas feliz, já começando a contar os dias para fazer tudo de novo no ano seguinte.
Golf MkIII Club
Pensam que acabou? Tem mais fotos, do Fernando Marques (blog No Trânsito e Aütoplayerz)
Poderia até almoçar aí nesse cofre 😀
Quero agradecer a todo o pessoal da organização, especialmente os amigos Rodrigo Garcia, Wagner “Foguinho”, João “Gringo” e Arved, vocês estão de parabéns. Ignacio e Fabrício também, é claro. Ao Nicolas pela parceria na viagem, ao Ricardo Santos, ao Luciano Beto e à galera do MkIII Club. Nilton, Rodrigo Delli, Rodrigo Geis, Éverson, Pity, Rossi, Daniel, Dante, Emerson, Otávio e todos os outros, vocês são demais!
Agora sim. Acabou. Será?
Ainda não. Hora de agradecer ao Zé, que na verdade se chama Flávio, da Juts Imports. Ok, eu paguei, é claro, mas mesmo assim, obrigado por viabilizar a vinda do novo kit de suspensão, sobre o qual vou escrever para finalizar o derradeiro post.
É aquele kit que comentei na segunda parte, amortecedores Koni e molas H&R Sport. Além disso, tem todo o hardware necessário para montagem, no caso, porcas, parafusos, coxins, batentes rolamentos e… E só isso mesmo. Tudo original VW.
No post 2 comentei que tinha dado uma freada nos gastos e resolvi não trazer buchas de bandeja de R32/TT reforçadas. Mas, como desgraça pouca é bobagem e minha fatura já estava mais no vermelho que o caixa do governo, resolvi que um peidinho não faria diferença para quem já estava todo cagado, e acabei comprando também o kit de buchas de poliuretano Prothane para as bandejas, e Energy para a barra estabilizadora e bieletas.
Kit de buchas Prothane
Kit de buchas Energy
O problema é que na loja também tinha essa camiseta super maneira com referências capciosas ao automobilismo. As referências à Goodyear, Tag Heuer e Agip são moleza, mas acho que a outra (primeira de cima pra baixo na parte da frente), só os manjadores mais hardcore vão saber o que é:
Voltando a falar da suspensão, espero não me preocupar com ela por um bom tempo. As únicas peças não originais de toda essa brincadeira foram os terminais de direção e pivôs das bandejas, que comprei Nakata.
Ainda de ressaca pós-BGT, segui para a Arved’s Garage. Fica a uns 100 kms da minha casa, mas se antes de fazer qualquer serviço lá, mesmo o conhecendo há algum tempo, eu já imaginava que meu carro seria bem cuidado, depois do que vem a seguir, não sobraram dúvidas de que dificilmente levarei meu carro em outro lugar. O Fábio, mecânico que está trabalhando lá, é muito competente, cuidadoso e caprichoso no que faz, e sob a supervisão de um cara que manja de cada mínimo detalhe dos MkIV, não tinha como dar errado.
Por isso, fica a dica. O foco da oficina é customização/pintura/suspensão, mas o Fábio está lá para os trabalhos de mecânica e seu carro não precisa ser obrigatoriamente VAG para ir lá fazer uma revisão ou manutenção.
Então, mãos à obra:
Preparando as torres dianteiras
Começando o transplante
Bieletas com as buchas Energy e kit traseiro já montado
Bandejas com as buchas Prothane
Pornografia automotiva: Olha os dutos desse disco de 288mm, que delícia!
Aproveitei para trocar o filtro de combustível, pois já fazia uns 15 mil kms desde a última troca:
Olha aí o Fabinho. Só porque elogiei seu capricho e zelo, segundos depois tomou um banho de gasolina.
Jogamos água benta antes de colocar o batente e a porca autotravante. Só para garantir…
Adesivo que veio com as molas e colei na parte interna da tampa do porta-luvas:
E essa é a famigerada Bilstein PSS9, depois do desmonte e limpeza:
Olhando assim, bate até um arrependimento. Baita kit bonito de ser ver, não é mesmo? Mas enquanto escrevo isto, elas já estão sob os cuidados de um novo dono. Digamos que consegui recuperar o investimento gasto com o novo kit e sobrou um trocado.
Este é o disco que ajusta a carga dos amortecedores traseiros, que trabalham invertidos:
E aqui o carro do jeito que está agora. A altura da dianteira já me agrada, mas a traseira ainda está esquisita. Dizem os gringos que consultei que esta não é a altura definitiva, pois passado algum tempo as molas irão ceder um pouco até chegar à altura correta. O manual não diz nada. Espero que isso aconteça logo.
O bom é que o com o tal peso em ordem de marcha, ele fica numa altura mais bacana. Só que não tive oportunidade pra uma foto em movimento antes de concluir os escritos.
As primeiras impressões são de que o carro está mais confortável, mas ainda firme, do jeito que eu esperava. Resumindo, está com uma pegada esportiva, mas não exageradamente duro. A nova suspensão filtra mais as imperfeições do asfalto. A dirigibilidade continua ótima, apesar do downgrade. Ainda passa confiança o bastante para ir rápido nas curvas, mas um pouco menos do que com as coilovers, portanto convém ser prudente pois o carro está um mais alto e com mais rolagem. A sensação é de estar dirigindo um carro 0 km. Não faz nenhum barulho, não tem nenhuma folga. Não poderia ser diferente, afinal, foi trocado TUDO que poderia ser trocado.
Espero que enquanto vocês estejam lendo eu já tenha conseguido arrematar essas belezinhas que caíram no meu colo:
É isso, pessoal. Termino por aqui, e me despeço de vocês, que acompanharam, elogiaram e criticaram. Espero que tenham gostado, e que possa ter servido de inspiração. Espero também que esse carro continue a me dar alegrias e a proporcionar momentos marcantes por bastante tempo. Agradeço à galera que votou nele e à do FlatOut pela oportunidade, pois foi um prazer enorme escrever aqui novamente. Nos vemos por aí e, when in doubt, Flat Out!!!
Por Fernando Correia, Project Cars #286
Uma mensagem do FlatOut!
Fernando, é bom ver que um dos esportivos mais raros do país está bem cuidado nas mãos de um fã da marca e do modelo. Mais legal é ver como a admiração por uma marca pode ser um estilo de vida que une e reune tantos petrolheads de todo o Brasil — e isso é algo que tem mais valor que a admiração ao carro em si. Parabéns pelo projeto e muita curtição com seu VR6!