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Project Cars Project Cars #322

Project Cars #322: a montagem do motor boxer 1.8 do meu Volksrod

Olá, segue mais um capítulo (curtinho), e ao contrário de todas as indicações, não será o último. O carro ainda não está pronto, mas estou postando mais um texto do progresso que rolou ao longo desse ano de intervalo desde o terceiro texto. Estou trazendo bastante conteúdo, mas quero deixar para mostrar o resultado final, somente quando o carro estiver pronto mesmo.

Atualmente ele se encontra com carroceria e estrutura prontas, faltando somente a montagem das mangas deslocadas na dianteira, junto ao conjunto de pinças e discos slotados.

A mecânica está praticamente pronta, mas acabou fugindo dos planos citados no post anterior (Virabrequim com curso original, 69 mm x pistões 88,00 mm ~ 1700 cc, comando W120, 294˚, rodando com 10-12 PSI empurrados pelo blower Detroit Diesel 3.53).

Acabei modificando experimentalmente o virabrequim, usinando os moentes fora do centro de eixo original, cheguei a cerca de 72 mm. Como fiz isso? Usando de um artifício clássico dos hot rodders dos anos 60-70, em V8 é claro.

Meu virabrequim é de part number xxxxxxxx.2KS, significa que possui dupla via de lubrificação nos mancais, do modelo mais moderno, é o mais indicado para uso em preparações em geral. Seu moente originalmente mede ø 55 mm, e a biela original tem 137 mm entre centros. Parti para a utilização de bielas de Kombi Diesel, ou os primeiros “AP”, com 136 mm entre centros, mas que possui moente de ø 47,77 mm.

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A conta genérica para modificar o colo dos moentes é a medida inicial (vide que você precisa descontar retíficas prévias), menos o moente desejado, dividido por 2.

No meu caso, o virabrequim já tinha uma sobre medida.

(54,75-47,77)/2= 3,49 mm

69+3,49= 72,49 mm

Usinando os moentes da forma acima, desloquei cerca de 3 mm, modificando seu curso de 69 mm para 72 mm. Poderia ter optado pela usinagem extrema, buscando 72,49 mm, mas evitei, por motivos de confiabilidade. Como disse, é experimental, posso acabar com uma quebra dessa mesma forma.

Soa fácil, mas calma, tem mais uma caminhada de problemas. Buchas para os pinos dos pistões, que nas bielas “AP” são ø 22,00 mm, e precisam ser feitas sob medida para comportar os pinos padrões dos cilindros de fusca, que são de ø 20,00 mm.

O que também precisa de atenção, é a mudança de levante do pistão no PMS, além de o mesmo “subir mais” pelo maior curso do virabrequim, temos de prestar na diferença entre centros das bielas.

Com 3 mm de curso a mais, 1,5 mm “para baixo” e 1,5 mm “para cima”, teoricamente acabaria sem folga em relação ao cabeçote, aí entra o fator da biela ser 1 mm menor. Não precisei calçar as camisas com anéis, mas também é uma opção para caso essa folga não seja segura ou não favoreça a taxa desejada (eu considero uma folga segura, a partir de 1 mm entre pistão no PMS e topo da camisa/cabeçote, mas há divergências sobre isso)

O deslocamento acabou em torno de 1800 cc. Como vimos não podemos ter tudo nesse mundo, o fato de aumentar curso do virabrequim e diminuir comprimento de biela, afeta diretamente na vibração gerada pelo conjunto, coeficiente ilustrado pela relação de R/L.

(Curso virabrequim/2)/ Entre centros da bielas = R/L

(69/2)/137 = 0,25

(72/2)/136 = 0,27

Quanto mais baixo, menor é a vibração. O limite de segurança para este coeficiente é 0,30.

Ainda por cima, as bielas AP, são ~ 2 mm mais largas, logo precisam ser emagrecidas longitudinalmente ~ 1 mm de cada lado, junto das bronzinas que possuem apoios laterais. Estes valores devem ser medidos e retificados individualmente, tendo a montagem correta conforme as folgas laterais e radiais indicadas em manuais de rebuild.

Todo o conjunto foi balanceado por profissionais qualificados, incluindo volante do motor, que foi aliviado em 12% da massa original. Moro em região de serra, não posso abusar muito no alívio, afinal tirando muito material, o motor tende a subir de giro mais rápido, da mesma forma que também perde giro muito rápido com o aumento da carga.

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Seguindo o baile, acredito que essa tenha sido a única modificação que ficou fora do escopo do terceiro post.

Arranjei o conjunto de pneus e rodas: 7,50 x 14 Firestone Deluxe, montados em rodas 14×6” e Pirelli 7,75 x 15, em rodas 15 x 5”. Por incrível que pareça ambos possuem a mesma altura/raio de giro quando montados, mas os Firestone 14” são muito mais largos, além de terem os clássicos frisos laterais, que eu acho extremamente charmosos.

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Spoiler (da história, não aerodinâmico)

Tenho trabalhado muito em peças de acabamento. Caramba, o que parecia simples, está se mostrando bem trabalhoso, estou customizando várias peças, tornando-as únicas e com meu toque, mas toma muito tempo, mais do que previ.

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Volante totalmente exclusivo. Já se encontra pintado e pronto.

De qualquer forma, sinto que fico devendo, pois queria um post mais longo, mas espero que logo possa ter o prazer de escrever o texto de conclusão, com o carro já pelas ruas.

Obrigado a todos que leram, agradeço também a todos os comentários dos outros posts, qualquer dúvida, é só deixar por aí que eu respondo.

Vou deixar mais uma foto da traseira sendo montada, ainda sem as rodas certas, e com essa baita resolução.

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Por Leonardo Muller, Project Cars #322

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