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Project Cars Project Cars #331

Project Cars #331: baixando tempo em Interlagos e uma volta rápida com Rubens Barrichello

Fala, FlatOuters! No último post falei sobre o retorno do Golzinho à vida. De lá pra cá muita coisa aconteceu com o projeto – felizmente, 90% delas foram extremamente positivas (aleluia, graças a Deus, avemariacreemdeuspainossofilho)!

Lembram que eu comentei que a temperatura da água do motor estava subindo direto? O problema era o radiador; descobrimos que ele estava quase completamente entupido! Uma turbina de 747 sugndo ar para o resfriador não resolveria o problema, do jeito estava. Acabei trocando o componente – e, ainda assim, só por garantia, colocamos uma ventoinha mais forte. O resultado veio na temperatura “travada” em 90º em todas as voltas rápidas que fiz no Track Day do dia 18/02 no Autódromo de Interlagos. Ficou perfeito!

O único detalhe agora é a temperatura do óleo, que não está estável – possivelmente pelo posicionamento do radiador do lubrificante, localizado numa região com pouco vento frontal. Após três voltas rápidas em Interlagos, a temperatura do óleo chega aos 130 graus, momento em que tiro o pé para resfriar o carro. A ideia agora é ver se dá para reposicioná-lo e sanar este problema sem partir para novas alternativas.

Não bastasse a animação de ver o carro finalmente rodando (e saudável), um convite fantástico chegou do trabalho. “E aí, o Golzinho dá conta de fazer a volta rápida?”, perguntaram os meus chefes Cassio Cortes e Gerson Campos (apresentadores do Acelerados, caso alguém aqui não saiba). Já era certo que o Gol “Darth Vader” participaria da Volta Rápida em algum momento. Eu só não tinha me tocado que a coisa estava para acontecer de fato. Tremi nas bases, mas disse que sim. Confirmei o carro 2 meses antes da gravação.
… Ele só não estava totalmente pronto…

 

Preparativos para a Volta Rápida

Após ter confirmado a presença do Gol para a gravação, corri como um retardado para arrumar o que faltava, bem como conversar sobre apoio com algumas marcas que há anos acompanham o projeto do Gol, sem tanta visibilidade. Decidi adesivar o Gol e, francamente, achei o visual sexy, baby! Mas como ele é cria minha, sou suspeito para falar, né?

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Foto: Rafael Micheski / Revista Track Day

Corri para a Impacto Especiais, onde fui atendido pelo Sérgio, proprietário da empresa – que conheço desde a época em que trabalhava na Revista Fullpower, por sinal. Expliquei o que seria feito e ele se prontificou em desenvolver o “chão” do carro. E ele sabia da complexidade da solicitação melhor do que eu: desenvolver a suspensão de um carro, ou seja, estabelecer os comportamentos do veículo, é algo extremamente complexo – e leva tempo, pois exige testes.

Partimos para um projeto com coil-over, molas com mais carga (300 libras na dianteira e 200 libras na traseira, num carro de 812 kg que anda na rua), amortecedores especiais, menor altura em relação ao solo, porém, com geometria consideravelmente conservadora. Como a gente não teria tempo de fazer grandes alterações, caso fosse necessário, o mais sensato foi partir para um setup básico, porém, confiável. Eu não toparia colocar um veículo perigosamente arisco nas mãos do Rubinho. Até porque um carro muito arisco eu não sei dirigir.

A suspensão do hatch ficou pronto uma semana antes da gravação e eu ainda fui testá-lo no Track Day da Time Attack, no dia 18/02 – apenas 2 dias antes da gravação. Tinha que ter certeza que o Gol estava seguro para a tão esperada Volta Rápida. Já deu para sacar o nível da nóia, né?

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Rafael Micheski / Revista Track Day

Além da suspensão, neste corrido processo parei o Golzinho mais uma vez na Keller Preparações, onde o Eduardo Keller, responsável pela alma do hatch, fez um suporte para apoiar o câmbio (travando-o), instalou um escape direto e revisou o acerto da injeção eletrônica.

No meio tempo também fui na ATS Pneus, onde o Gol recebeu novos discos de freio da Fremax na dianteira (uso discos de Vectra, com furação 4×100, 280 mm de diâmetro e 25 mm de espessura), teve as pastilhas de freio substituídas (usava as BP-20 da própria wilwood e passei para as BP-30, mais extremas), assim como o fluído de freio.

Na ATS Pneus também instalei um novo jogo de Yokohama Advan Neova R (são os pneus que uso há anos) 205/50 R15 nas fantásticas Enkei, modelo RC-G4, que o amigo Rafael Nazário, da Nazaworks, arranjou para mim!

Com 6,5” de tala (largura), elas não só acomodam melhor os pneus 205/50 (diminuindo a torção do pneu, por ser mais larga), como pesam 6,5 kg cada – quase 2 kg mais leve que as 15”x6” que eu usava até então! E como rodas mais leves ajudam a suspensão a trabalhar melhor, sabia que estava fazendo um upgrade no projeto. E o visual…pqp… sem palavras.

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Instalamos as rodas Enkei somente quando fui levar o carro para o Velocittá, para o Rubinho fazer a Volta Rápida do Acelerados! No track Day em Interlagos, usei as rodas Scorro que tinha até então

 

Sobre o Track Day de 18/02

No próprio dia 18/02 rolou uma gravação para o Acelerados no Track Day, eu tinha apenas 2h de pista, e estava babando de vontade de acelerar – não só para ver se estava tudo ok com o carro, mas para ver se seria nesta oportunidade que eu atingiria o “desfecho” do meu projeto.

Desde que comecei a construir o Gol, havia estabelecido para mim que a meta era virar 2 minutos no circuito de Interlagos. E é óbvio que iria ver o quão perto disso chegaria neste primeiro contato com o carro pronto. Desta vez, fui sem dó, nem piedade, com o booster ligado.

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O acabamento de portas feito pelo amigo Geraldo Miranda melhorou – e muito – a aparência do interior do Golzinho. Ficou chique =) Foto: Rafael Micheski / Revista Track Day

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Ficou evidente na pista que os freios dianteiros ficaram excessivamente fortes – cagada que eu acentuei ao fechar a válvula de regulagem de pressão do freio traseiro, acreditando que eu havia abrido-a completamente. A mordida muito forte na dianteira desequilibrava a traseira principalmente na frenagem do S do Senna, em que eu iniciava a frenagem pouco antes da placa dos 100 metros, vindo a 226 km/h reais.

Pretendo sanar esse problema dos freios com pastilhas um pouco mais duras – talvez voltar para as BP-20 que usava até então, ou mesmo partir para as mais conservadoras BP-10. Existe a possibilidade de eu perder poder de frenagem com pastilhas menos extremas, porém, com o freio mais equilibrado, poderei ajustar a suspensão com mais precisão – e tirar tempo nas curvas, onde o Gol ainda pode ganhar bastante, a meu ver.

Como a suspensão já está num nível quase insuportável de rigidez para andar na rua, e a altura também está no limite do aceitável, acredito que agora o próximo passo será retornar para a Impacto Especiais para tentarmos uma geometria um pouco mais agressiva que a atual, para tentar “pregar” um pouco mais a dianteira e soltar a traseira.

Neste Track Day em Interlagos, inclusive, virei 2:00.907! Realização sem tamanho! E fiquei ainda mais feliz ao ver que, com algumas simples correções na minha tocada do traçado, além dos pequenos ajustes em freio e suspensão para deixar o carro mais estável, a volta em Interlagos ficará bem mais rápida. Agora miro em 1min58 alto – sempre com pneus e suspensão de rua.

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Gravação no Acelerados

Embora eu estivesse mais pálido que papel, tremendo mais que vara verde – e embaralhando mais que um motor AP 2.1 carburado a álcool com comando 288º na partida a frio, no inverno de Santa Catarina, na hora de falar -, a gravação no Acelerados foi um sucesso. O clima da captação foi fantástico, o Rubito acelerou pra valer, e pela primeira vez na história o meu carro não foi zoado pelos meus chefes. E o tempo me surpreendeu.

Sejamos realistas: todo o meu projeto foi desenvolvido em um Gol, carro que passa longe de ter uma dinâmica exemplar, e que ainda por cima não é (nem será) 100% de pista. Salvo os esportivos de altíssimo nível, pedir para um carro ser usável na rua e andar extremamente bem na pista, é o mesmo que exigir que alguém dance frevo enquanto tenta desarmar uma bomba nuclear: não funciona. Você só fará bem uma das duas coisas de cada vez – favor tentar a bomba primeiro.

Por este motivo, meu carro jamais virará tempo absurdo em qualquer lugar, e foi exatamente isso que aconteceu no Velocittá, nas mãos do Rubinho. Ainda mais porque o traçado lá é travado, e a turbina gigante do APzão precisa de altas rotações para funcionar bem – algo difícil de atingir também naquele circuito, em função das relações longas. Ainda assim, eu tinha imaginado um tempo “ok”, e um tempo “muito bom” – que, por motivos óbvios, não posso falar agora. O Golzinho foi mais rápido que o “muito bom”. Superei as minhas expectativas, caras!

No fim das contas, ainda fui convidado para fazer uma corrida de uma volta contra os chefes – o Cassio num Chevrolet Camaro, o Gerson num C43 AMG, o Rubito num Lotus Elise e eu no Gol. Foi uma das experiências mais insanas da minha vida – e o resultado vocês verão no programa.

Quando tudo acabou e eu vi que o Golzinho – e eu – havíamos chegado ao fim intactos e com a honra preservada, retornei aos boxes mandando ver no 3Step, comemorando o sucesso. Vitória de ter passado 5 anos ralando para fazer esse projeto acontecer, ter o reconhecimento de ser chamado para o programa, e conseguir resultados dignos. Por mais preciso que eu tente ser com as palavras, jamais conseguirei dividir com precisão com vocês o que senti naquele dia, com tamanha realização.

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Pra mim, esta imagem, que eu roubei do trabalho, é extremamente “forte”. Comemoração no fim da gravação do Acelerados, após tudo ter dado certo e ninguém ter sido atingido por uma biela do Apzão =P . Imagem: Bruno Terena / Arquivo Acelerados

 

Após a Volta Rápida

Depois da Volta Rápida, tratei de curtir o Gol ao máximo e gerar novos conteúdos para o Alta RPM – quem quiser se inscrever e acompanhar o canal, por sinal, super agradeço. Além dos vídeos “Como Funciona” que voltei a fazer com frequência, comecei uma nova série chamada “Projeto Gol”, para compartilhar características informações e curiosidades do projeto. Este sobre os freios foi o mais recente:

Além de uma nova serie chamada “Especial”, com vídeos de temas diversos, comecei também uma linha de vídeos chamada “Test Drive Gol”, em que convido amigos e profissionais do setor automotivo para dirigirem o Gol, e tirar algumas impressões da experiência. Comecei com meu melhor e mais antigo amigo, Diego, e o resultado ficou divertidíssimo:

No dia 3 de março tive a oportunidade de andar com o Gol no autódromo da Fazenda Capuava, no Interior de São Paulo. Abracei a oportunidade na hora: não apenas nunca tinha andado para valer lá, como sabia que seria um ambiente muito difícil para o hatch.

O traçado da fazenda Capuava é extremamente travado, situação em que a turbina gigante do Gol (que só acende de verdade lá para as 5.000 rpm) e a relação de marcha longa (3,89:1 de diferencial, 2.66 de primeira, 1,70:1 de segunda, 1,23:1 de terceira e 1,09:1 de quarta) foram reais impeditivos. Até pior do que o traçado travado e encurtado que usamos no Velocittá. Com a chicane após a curva 1 na Capuava, virei 1min46s50, segundo o aplicativo da OMP. Isso sem o Booster, que decidiu não funcionar no dia.

Infelizmente, outro componente também decidiu parar de funcionar, na Fazenda Capuava. Enquanto levava o grande amigo Fabio Castellotti para curtir umas voltas, fomos surpreendidos pela quebra da coroa e o pinhão do câmbio. E tudo foi registrado:

A situação foi um tanto desagradável – e foi agravada pelo fato de eu estar sem grana para arrumar o câmbio no momento. Até fico chateado, mas qualquer aborrecimento no momento é ofuscado pelas ótimas experiências que tive com o Golzinho nos últimos tempos! Um dos maiores exercícios na vida é focar nas coisas boas, não ruins. E teve muita coisa boa até o Golzinho pedir um pouco de descanso.

Meu projeto está chegando perto de ser realmente concluído – e acredito que os relatos por aqui, também. Mas ainda volto para falar sobre a matéria do Acelerados, e dar os últimos updates da situação do Golzinho Darth Vader. Até mais, pessoal! =)

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Por Márcio Murta, Project Cars #331

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