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Project Cars Project Cars #338

Project Cars #338: começando os trabalhos na Silverado Turbo Diesel

Uma vontade, um sonho, um gosto, um objetivo, um desejo, uma busca, uma satisfação, um dever, uma obrigação, um momento, uma chave sendo entregue nas mãos dele, dizia o dono da revenda aquela frase clichê “da uma volta com ela e vê se tu gosta”, as mãos seguraram a chave com gosto, pensou ele “é minha vez agora, eu vou conseguir!” seu irmão mais novo o acompanhava, o havia convidado mais cedo “ei vamos lá olhar uma Silverado que encontrei em uma revenda”. Os dois entram na picape, a chave é inserida na ignição, ele pensa “será que esta também em trava? Acho que não, não quero cair novamente na mesma pegadinha, vamos revisar antes….”

Então vira-se para o lado antes de dar a partida e diz ao irmão “Ok! Vamos testar, vou analisar e quem sabe comprar com a conciência, não com a emoção!”. A chave então é girada, a eletricidade corre por aquela massa metálica azul, bombas, injetores, pistões, tudo começa a criar vida, o motor da seu grunido tipico de um seis-cilindros a diesel, o tok tok tok tok tok da lenta em segundos o transporta para sua juventude, para aquela monstra prateada de seu tio, ele acelera levemente, o giro sobre, o cano direto ronca alto…

espirito

Exatamente isto que aconteceu, fato verídico!

Um sorriso malévolo de canto é criado no rosto da pobre vítima. Começa ali a transformação de uma pobre alma, um espírito de brutalidade mecânica toma conta, ele vira-se ao irmão e diz “foda-se a razão essa camionete é minha!”

Pisa fundo no acelerador e vai fazer seu Monster-Drive. O tamanho não importa mesmo não tendo muita noção do mesmo, ninguém no transito se mete com gente maior, é a regra da vida, nunca tente fechar, espremer ou bater de frente em rótulas, cruzamentos se em teu caminho vier pick-ups enormes com dianteiras cromadas e reluzentes, pois, você vai se foder muito mais do que elas em qualquer hipótese!

Cada acelerada era uma injeção de adrenalina misturada com alegria, a emoção foi tanta que ele nem ligou muito para a embreagem que pesava duas toneladas e meia, aquelas pernas magras nunca fizeram tanta força para trocar cada marcha, mas foda-se novamente, era uma Silverado, era o que ele queria… E foi ai que começou, um começo que já havia começa há muito tempo atrás…

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Olhem e imaginem, é por isto que não se enfrenta coisas maiores que você!

Buenas, indiada! Estamos de volta com a segunda parte da epopeia da lendária Silverado! Vou contar uma breve história sobre o modelo e motorização, para ambientação geral de quem não saca nada ou quase nada desta pick-up assim como eu quando a comprei!

Em março de 1997 era apresentada ao Brasil a Silverado, uma pick up “full-size” que veio para concorrer diretamente com a bem sucedida F-1000, na época já re-estilizad. A caminhonete era feita na Argentina e importada para cá. Suas linhas agressivas, a cara de má e o porte bruto condiz com a motorização que era oferecida a ela em suas melhores versões, equipadas com o lendário motor diesel seis-cilindros “Sprint” MWM 6.07 TCA 4.2 litros. O motor era forte e fazia com que ela pendesse mais para uma camionete esportiva do que uma simples pick-up de trabalho diário, outras motorizações eram oferecidas como o seis-cilindros 4.1 a gasolina e o 4.1 Maxion a diesel, mas estas já não despertavam a emoção que o Turbo Diesel seis-cilindros proporcionava. Em sua breve história foi uma camionete muito boa e forte, trouxe vários avanços na época, mas sua produção acabou em 2002.

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Abaixo segue a ficha da motorização da camionete quando saia de fábrica:

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propaganda silver

Não falei que seria bem breve a história?

 

A alegria da compra, a realização de um sonho!

Após o teste acabei por fechando negocio na camionete, uma coisa engraçada foi que quando voltei  falei que ficaria, negociei o valor e avisei que a tarde traria o dinheiro e levaria ela, o senhor dono da revenda uma pessoa super correta me falou “Ok, vou segurar ela para você, mas se você não vir tem um cara louco para comprar ela” eu ri e concordei, claro que era papo de vendedor pensei, pois bem, a tarde quando levei o dinheiro e estava assinando os papeis entra na revenda um outro senhor bem sorridente e vai reto onde eu estava sentado com o dono e diz “e ai vamos fechar na Silverado” e o vendedor me olha da uma risadinha do tipo “viu eu não tava mentindo” e explica ao outro interessado que eu que ali me encontrava e era o novo dono da Silverado, cabisbaixo o outro senhor saiu pela porta, pude ver o desânimo e a tristeza exalando dele, por pouco não perdi a dita cuja, se tivesse seguido a conciencia e deixado para pensar em casa já era, as vezes um “foda-se eu vou enfiar os pés pelas mãos “resolve tudo!

Por ela paguei um valor abaixo do mercado, já imaginava que viriam algumas surpresinhas junto, mas ainda assim valia a pena, o dono da revenda se prontificou em por uma embreagem novinha nela pois como falei estava pior que fazer leg press com 250 kg, simplesmente não existia mais embreagem. Após a troca a camionete melhorou muito. Desta época não tenho muitas fotos dela pois as perdi em um problema tecnico em meu computador, mas descrevendo a vocês ela havia tomado um banho de tinta na revenda, pois como eu viria a ter certeza ela havia sido batida, a frente tinha sido toda colocada nova, os parachoques estavam em bom estado, o interior razoavel e a mecânica em dia…

Ao menos era o que eu achava. Uma coisa interessante, havia nela instaladas as quatro rodas da Hilux SW4 antiga, como a da foto, pensem numa coisa horrivel, simplesmente pavoroso, mas a cagada estava feita, ela estava em casa e agora era só minha!

Roda Hilux

Durante os primeiros dias eu ainda estava domando a querida, pois como já relatei, dirigir uma silverado ou pick-up´s em si é bem desafiador no começo, suas marchas são mais “duras” para entrar, cheias de manhas, com o tempo começei a me encontrar mais com ela, mas, ainda estava vagaroso na questão de acelerar tudo que podia com ela, seu torque é muito forte e dispara acima de 2 mil giros, a turbina que na época usava nela era uma Garret .53 e como eu nunca havia tido um carro turbo não tinha base de se era boa ou ruim para aquele motor, o que eu sabia é que não era original.

Após algum tempo dirigindo ela começei a notar que as vezes quando encontrava outras silverados ou pick-ups do mesmo “tipo” e acabavamos por, digamos, nos toriando e acelerando juntos eu disparava na frente e sempre levava, então começei a investigar por que ela fazia aquilo, visitei um amigo mecanico que havia trocado a embreagem dela e começamos a a olhar, notamos uma bomba elétrica adicional de 3 bar que havia nela, também um dosador, algo havia sido feito nela, mas o quê?

Investigações para lá, invesgitações para cá, consegui encontrar um mecânico que conhecia a caminhonete antes de mim, e então começei a juntar os pontos, a lenda rezava que, um dos antigos donos havia “estragado” o motor dela, e teve de arruma-lo, o que foi feito este informante não sabia, mas que já não era mais original não era, então dali começei a perceber o potencial dela, o motor já devia ter sido melhorado, bem como adicionado a bomba e dosador, o que no fim, mesmo que pequenas mudanças, fazem a diferença nela.

 

A avalanche de mer*** e a primeira vontade de atear fogo!

Problemas e mais problemas, começei a levemente me arrepender quando alguns messes depois começaram a pipocar coisas para arrumar, o mecânico meu amigo, ficava cada vez mais feliz quando me via! Foram meses de gastos que por sorte na época me eram possíveis pagar, a começar pelo diferencial que teve de ser desmontado e re-feito, após isto começamos a troca de pastilhas de freio, lonas e revisão do sistema, quando acabamos pensei “ok, já se foram milhares de dinheiros mas agora esta tudo ok, só aproveitar”. Pobre alma tola, em breve ouve a necessidade de revisão da bomba de água a qual começou a falhar, lá se vão mais alguns dinheiros, mas desta vez ok pensei “acho que não vai ter mais nada”. Só rindo mesmo. E lá se vai a bomba de direção, que, por sorte teve conserto e não foi preciso gastar milhares, apenas centenas.

Turbina velha2

Um pouco da emoção já havia passado, e o martelo justiceiro e pesado da consciência caiu sobre mim, ela estava me sugando tudo, já havia enfiado mais dinheiro nela do que em qualquer coisa que eu tinha comprado até hoje, roupas para quem, vida social para que, a silverado estava pedindo dinheiro, eu precisava, naquele momento percebi como um viciado em crack se sentia, eu precisava de mais dinheiro! Nesta época eu trabalhava na prefeitura de minha cidade durante o dia e a noite na lancheria que havia aberto a pouco tempo, era puxado, foram muitas as noites que dormi sentado enquanto o resto da equipe trabalhava fazendo lanches, mas era por uma boa causa, a Silverado, claro!

Turbina velha1

Neste meio tempo em uma das muitas visitas ao mecânico resolvemos tirar a tampa do cabeçote para averiguar, quando desmontamos a parte da turbina veio aquele balde de água fria… não isso é pouco, veio aquele balde de álcool hospitalar 92º com giletes e agulhas (agora ficou melhor). Sim: a turbina estava jogando óleo para dentro do motor…

Quando começamos a orçar, fiquei boquiaberto, ali a vontade de atear fogo se materializou em minha mente, imaginava-me sentado em um banquinho vendo ela pegar fogo rindo e sentindo me vingado por tudo que ela me sugou. Passada a imagem mental malevola que tive com ela, disse ao mecânico que iria pensar o que fazer, que achava melhor tocar para frente e pegar qualquer tranqueira, de tanta raiva que estava na hora…

 

Quando se da álcool a um bêbado você não o deixa mais bêbado, você o deixa feliz!

Pensei muito, refleti, tive ponderações responsáveis, mas nada disso me fez mudar de ideia, liguei para o mecânico e disse “manda vir a turbina, vamos deixar ela tinindo”, não estava lá mas creio que o mecânico sorriu novamente. Turbina em casa, foi removida a .53 que após testes verificamos que estava com o eixo em bom estado e sem folgas, poderia ir longe ainda, mas eu não quis arriscar pois caso o motor disparasse a m**** seria gigantesca.

Turbina nova 2

Quem não sabe o que é motor diesel disparar vou explicar rapidinho, a turbina joga oleo para o motor que por sua vez vai se alimentar deste oleo caso seja uma quantia que possa manter ele ligado, então, o motor só vai desligar quando acabar o oleo do carter e se acabar o oleo do carter já imaginam né? E sim da para engatar uma 5ª e tentar parar o motor só que como falei ele vai insistir ligado e adeus caixa e motor, enfim é uma m****.

Turbina Nova1

Após a instalação da turbina nova uma .42 verificamos que a pegada mudou totalmente, a camionete agora era arisca em baixas rotações, facilmente enchia a turbina fazendo com que virasse um foguete nas tres primeiras marchas, porem a final da terceira ficava a desejar, porem como o meu objetivo era montar uma camionete rapida para arrancada e não final, estava otimo, de bom tamanho! Agora o atual problema eram os pneus e rodas. Aquelas rodas. Argh! Que coisa pavorosa. Mas isto é papo para o próximo post, bem como novas histórias e também um guia de “como comprar uma silverado sem tomar na rabiola como eu tomei”.

Abraços a todos e logo mais tem mais! Não deixem de comentar!

Por Jonatan Fontoura, Project Cars #338

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