Sendo oito anos de história pra contar não vou ficar embromando muito, pois se for pra falar tudo sobre o Opala acredito que iria usar mais de cinco posts. Como disse na primeira parte, saí de Santa Catarina rumo ao Paraná, com o intuito de estudar/trabalhar e aí o Opala acabou ficando para trás — mas o gosto por carros não.
Na época que cheguei em Araucária as provas de arrancada na terra bombavam numa antiga pista de terra que havia próximo à Gerdau (quem é da região deve lembrar). Meu primo, meu tio e eu vivíamos lá de final de semana. Já mencionei que minha família é toda louca por carros/motos/motores?
Toda vez que via aquilo me dava mais vontade de trazer meu Opala pra poder fazer igual. No fim acabei trazendo uma moto, afinal de contas vivia quebrado e seria mais barato andar de moto. Por outro lado, não demorou muito até eu conseguir um emprego terceirizado na Petrobrás, e aí sim já podia trazer meu Opala pra curtir por aqui. Minha alegria durou pouco.
Sempre fiz eu mesmo a mecânica dele, e até achava ele econômico, mas nunca tinha percebido que minha cidade morava era do tamanho de um bairro de Curitiba. Como um Opala quatro-cilindros podia gastar tanto?
Mesmo assim fiz algumas viagens com ele pra praia e outros encontros de antigos até que um belo dia, voltando da casa da minha prima com meus amigos que moravam comigo, ao acelerar numa esquina… bum! Nossa! Que m* foi essa? Foi a bomba d’água que estava ruim e acabou por atirar as hélices de metal para fora do cofre. Não tenho fotos disso mas foi bem feio.
Já que estava feita a lambança levei o carro para casa e pensei: “Está na hora de fazer uma reforma nesse bicho. Vou por um seis-cilindros e pintar todo de novo. Mas que cor?”
Mandei ele de volta para Santa Catarina, na casa dos meus pais, para fazer tudo o que queria. Por influência de outros carros escolhi sua cor, seria laranja. Nessa parte meu pai me ajudou muito, sempre mandava fotos do progresso da pintura do carro. Ele também conseguiu motor 250S de um outro Opala baixado.
Agora só faltava terminar a pintura e fazer os bancos.
A cor do Opala para falar bem a verdade foi um das coisas que mais demorei pra decidir, pois ficava entre deixar original ou mudar sua cor depois de muito pensar decidi.
Vamos mudar de cor, mas qual? Olhava um Opala preto e pensava: “preto vai ser legal”. Aí olhava um vermelho: “Bah! Vai ser assim”. Por fim foi um filme que me fez decidir de vez: “Dukes of Hazard”, ou “Os Gatões”. Caso não lembrem do Filme, garanto que lembram do carro: o General Lee.
Decidida a cor, o carro foi todo desmontado e mandado para a pintura. Foi removida toda a cor antiga e revelados seus pequenos podres e partes com massa. Seu antigo dono tinha dado uma enroscada na lateral traseira no lado do carona. Nada demais, meu pai conta que lembrava da época do acontecido.
Terminada a pintura foi a vez dos bancos, que foram todos refeitos em outro estilo que me agradava mais. Por um tempo pensei em bordar meu nome no banco mas acabei escolhendo bordar a gravatinha da Chevrolet.
Nessa mesma época, consegui um volante original SS, e um painel do SS, assim como um jogo de rodas do SS que meu pai achou depois de muito rodar. Elas foram reformadas e alargadas.
Terminada a pintura levei ele de volta para Araucária para poder curtir ele e dar uma apimentada no motor. Porém quando eu estava quase terminando tudo que queria de fazer nele tive que dar uma parada pois, tive um pequeno contra tempo com minha pick-up Corsa enquanto voltava pra casa.
Assim o Opala teve de esperar mais um tempo com o seis-cilindros manso. Para ser mais exato foram longos quatro anos com ele original, mas mesmo assim me divertia muito com ele até meu tio dava uma brincada com ele. Uma vez ele até dei uma exagerada e acabei quebrando o pisca dianteiro e traseiro do lado do carona, enquanto dava uns cavalos de pau num carnaval que eu fui passar em Laguna/SC com meus primos.
Depois levei o carro novamente para casa do meu pai em Santa Catarina, e ali ele ficou,até começar a dar alguns problemas que não permitiam andar como um seis-cilindros deve andar. Foi então que resolvi sair às compras… e gastar como nunca tinha gasto antes. Tem horas que parece que preparação é um buraco negro que suga tudo que você tem.
Mas isso eu conto no próximo post.
Por Cristiano Schneider, Project Cars #366