Por Tomás Andrade, Project Cars #41
Olá a todos, FlatOuters! Já faz um bom tempo desde que publiquei o último capítulo do meu Project Cars — praticamente dois anos —, mas finalmente o carro está praticamente concluído.
No último capítulo disse que o projeto estava se encaminhando para o fim, faltando apenas a instalação das rodas novas, um novo jogo de pneus, o upgrade no gerenciamento do motor e, talvez, uma caixa de direção mais direta (a caixa hidráulica sem a bomba e o fluido). Pois consegui completar 90% da lista.
Começando pelas rodas novas. Vocês devem lembrar que eu havia conseguido um jogo de rodas originais do Fiesta Zetec-S europeu. Cheguei a colocar a foto delas no post porque o pagamento já estava feito e elas já estavam a caminho do Brasil. O problema, para variar, foi o processo de importação. O vendedor inventou de enviar como “sample parts” e elas acabaram retidas na receita e retornaram ao remetente para regularização.
O FlatOut já alertou sobre isso no guia de importação de peças — pena que o vendedor não fala português. Na hora de importar, não tente dar uma de esperto para cima da Receita Federal. Eles são o Estado, eles têm a caneta e a burocracia, são o poder constituído. Enganá-los, além de ser crime, é burrice: a corda vai arrebentar do lado mais fraco.
Com isso cancelei a compra e decidi fazer algo ainda melhor: comprar diretamente da OZ um jogo de rodas Superturismo 15×6,5. As TSW Imola que eu usava antes eram excelentes e muito bonitas, mas elas tinham tala 7, e sempre esbarravam em alguma coisa ao esterçar o volante. Agora ao menos eu posso manobrar o carro.
Como comprei diretamente da fábrica, a importação deu certo, paguei os malditos 110% de impostos em cascata, mas ao menos agora tenho um belo jogo de rodas italianas originais e novas. Um não, dois.
Comprei dois jogos de cara porque enquanto procurava peças para adaptar os freios a disco na traseira, topei com um Fiesta Sport decrépito por R$ 1.000 e não resisti. Vai ser o segundo projeto, provavelmente com um 2.0 turbo.
Sobre os freios a disco na traseira, eu não cheguei a comentar no post passado, mas fiz a adaptação como os europeus costumam fazer: usando componentes do Focus e discos do Fiesta ST (278/252 mm). O negócio é plug ‘n’ play: tira o tambor, ponta de eixo, coloca o espelho, ponta de eixo, disco, suporte da pinça, tudo sem adaptações. Parece até que foi feito para o Fiesta. Só precisei de um redutor de pressão para não travar as rodas traseiras.
Voltando às rodas, aproveitei a troca de pneus para trocá-las. Saem de cena os Michelin Pilot Sport 2, entram os Yokohama C Drive 2 195/50 R15. Gostei dos pneus, mas como o carro está pronto, na próxima troca pretendo colocar um jogo de Yokohama Neova.
A caixa de direção mais direta ainda não foi desta vez. Como disse anteriormente, meu carro originalmente veio sem direção hidráulica, então minha intenção é usar o conjunto de pinhão e cremalheira da caixa assistida, porém sem a assistência para ter uma relação mais direta. Ainda não sei quando vou fazer isso. Como não incomoda, vou deixar assim, por ora.
Por último, eu finalmente consegui fazer a reprogramação da ECU e a conversão para etanol. Quero dizer, o motor, como vocês devem lembrar, já era voltado para o uso com etanol. Trata-se de um motor de competição, vendido originalmente para os monopostos da F1600, que eu acabei comprando por engano achando que era um Rocam flex convencional.
Expliquei isso para os caras da Potenchip, de Gravatá/SC, disse que o carro está com o comando SWR e eles desenharam o mapa de acordo. Com a ECU reprogramada comprei as válvulas injetoras do Zafira 2.0 e enchi o tanque. Deu excesso, então comprei um regulador de pressão ajustado para entre 1,8 e 2 bar. O carro ficou liso como deveria.
Com essa conversão pronta, levei ao dinamômetro para verificar o resultado final. Minha última medição havia sido feita com o mesmo motor, porém com gasolina Pódium. A admissão e o escape eram os mesmos — filtro esportivo, coletor dimensionado 4×1 e escape de 2 polegadas. Mudei apenas o combustível e os bicos. Com gasolina e o mapa original o carro produziu 130 cv. Após o remapeamento e com etanol, o resultado foi 140 cv (~118 cv nas rodas) a cerca de 5.800 rpm — o limite está em 6.700.
Fiquei satisfeito com o resultado, afinal, é uma potência significativamente mais alta que a do Zetec-S original para um carro leve e que exigiu poucas modificações. Não acho que precise de mais que isso para me divertir com ele.
Agora, restam apenas duas coisas para fazer nele para que eu considere o projeto concluído: a instalação da caixa de direção, e o câmbio do Fiesta 1.0, de relações mais curtas. Aí sim, terei o hot hatch que a Ford não fez por aqui.
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