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Project Cars Project Cars #423

Project Cars #423: as mudanças de plano na transformação do Jetta GLI

No final do ano passado, quando me inscrevi para apresentar meu carro no FlatOut!, imaginei que lá pelos meados de 2017 já teria feito todas as modificações que me propus a fazer e estaria apresentando um projeto “acabado”… Pelo jeito me enganei! Vocês irão ler a quarta e última parte do Project Car #423 e, no final, entenderão que as prioridades podem mudar.

 

Mantendo em forma

Na postagem anterior, o Jetta já estava com a aparência desejada: interior e exterior sóbrios, sem exageros. Tudo pensado para que o conjunto fosse harmônico, com cara de original melhorado (OEM+).

No tempo que se seguiu, eu só me preocupei em fazer a manutenção do carro e deixar tudo em ordem para que ele continuasse a ser confiável.

A manutenção, que foi uma das minhas maiores preocupações, não se mostrou algo fora da realidade. Mesmo aqui no Brasil é possível encontrar peças originais Volkswagem por preços bem acessíveis. A manutenção básica não é o bicho: trocas de óleo e filtro não saíram por mais de R$ 300; filtro de combustível em torno de R$ 200; filtro de ar e de ar condicionado, em média, R$ 80 cada; pastilhas de freio traseiro originais por R$250.

Alguns itens são naturalmente mais caros, mas nada que um pouco de pesquisa e importação não resolva. O problema mais “grave” que tive foi a necessidade de trocar um rolamento/cubo dianteiro. Na concessionária me pediram em torno de R$ 1.500 pela peça e mão de obra de montagem. Peguei o part number da peça e encontrei no eBay praticamente pela metade do preço.

No final das contas, a manutenção só irá se tornar cara caso você compre um carro sem histórico de manutenção e que precise substituir peças que foram negligenciadas pelo antigo dono. A velha história do barato que sai caro!

Foto 01

E assim eu fui curtindo o carro. Até que surgiu a oportunidade de vender as réplicas Pikes Peak. Como parte do pagamento eu recebi um jogo de rodas Siena aro 17 montadas em pneus 225/50. As rodas tinham um raladinhos e a medida dos pneus não eram as ideais pra mim, mas mesmo assim eu montei as rodas no carro e fiquei rodando com elas por um tempo.

Na mesma época recebi uma proposta decente nas Bionline 5 aro 16 e acabei vendendo também. A partir daí, eu tinha a desculpa perfeita pra procurar um novo jogo de rodas pra colocar no Jetta. Reiniciei minhas buscas pela internet, sempre pensando em montar algo diferente… Opções não faltavam, porém sempre acabava descobrindo que fulano ou beltrano já havia montado um setup parecido e acabava desistindo. Eu queria um jogo de rodas que ninguém havia montado em um Jetta ainda.

Um dia eu acabei me deparando com um jogo de rodas Alastaro aro 19 que eram vendidas como opcionais nas Amarok. As rodas eram originais VW e estavam com um preço bem interessante. Imediatamente pensei: E se…

Mesmo cheio de dúvidas, resolvi arriscar e comprei as rodas. Elas estavam em Curitiba e como eu minha noiva iríamos para o litoral de Santa Catarina nas férias, achei que seria uma boa idéia passar em Curitiba na volta e carregá-las.

Depois do merecido descanso, passamos em Curitiba e carregamos as rodas no Polo 9n3 dela. Deu um pouco de trabalho para acomodar as rodas e as bagagens, mas no final deu tudo certo e a viagem de volta foi super tranqüila.

 

Fazendo contas

Já em casa, tirei uma tarde para montar as rodas e decidir o que iria fazer.

Foto 04

Pra conseguir montar aquelas rodas eu iria precisar usar adaptadores ou refazer a furação das rodas, visto que elas são 5×120 e o Jetta usa 5×112. Se eu refizesse a furação da roda, eu tinha receio que o acabamento da face da roda não iria ficar bom. Se eu optasse pelos adaptadores, o offset da roda iria diminuir e as rodas poderiam ficar para fora da linha dos pára-lamas.

Descartei refurar e decidi usar adaptadores de 15 mm, diminuir o offset das rodas em 4 mm e alterar levemente a cambagem traseira. Falando assim parece uma decisão simples de ser tomada, mas foram vários dias pensando e calculando o que iria fazer para não “errar o pulo”. Outra decisão que tomei foi montar pneus 225/35, pois as rodas eram mais pesadas que as antigas e não queria maltratar os pneus.

Com os adaptadores em mãos me deparei com um novo probleminha: os parafusos das rodas eram muito longos e iriam encostar nos cubos. Procurei por parafusos mais curtos, mas mesmo estes precisariam ser cortados para que não houvesse contato com os cubos. Peguei umas dicas na internet e parti pra cima dos parafusos com uma serrinha manual. Prendi a cabeça dos parafusos em uma morsa, rosqueei uma porca e serrei uns 2 mm da rosca dos parafusos. Depois de uma tarde fazendo isso consegui montar as rodas no carro.

Conferi o aperto dos parafusos e fui dar uma volta na rodovia pra ver se estava tudo certo. Ótimas notícias, o carro estava andando nos trilhos! O toque final foi alterar um pouquinho a cambagem da traseira. Depois de toda essa “trabalheira”, o carro estava com o visual pretendido: bonito, simples e, até onde sei, é o único MK5 com essas rodas.

 

Um fôlego a mais

A partir daí resolvi que iria melhorar a parte mecânica do carro. Nenhuma alteração pesada, algo simples, mas que rendesse uma melhora na performance: CAI (Cold Air Intake) ou filtro de ar K&N, velas novas, reprogramação da injeção, cat delete e um abafador esportivo.

Comecei pesquisando a reprogramação da injeção. Conversando com o técnico responsável pela reprogramação da Prado Powerchips de Cascavel, fiquei sabendo que a reprogramação iria render de 15 à 18 cv, dependendo de fatores como o combustível usado e upgrades instalados no carro, e o valor ficaria em torno de R$ 1200. Se compararmos com um TSi 2.0, que ao ser reprogramado pode render até 60 cv, o investimento seria alto. Coloquei a reprogramação no final da minha lista do que fazer.

Com o CAI foi a mesma história, investimento alto e pouco retorno. Comprei um filtro de ar K&N inbox e me dei por satisfeito. Pesquisei opções de velas para melhorar a performance e o que encontrei foi muita informação desencontrada. Achei melhor não arriscar e fazer o “feijão com arroz” comprando um jogo de velas Bosch que atendem as especificações do fabricante.

A instalação do filtro é simples e fiz em casa mesmo. As velas foram substituídas na concessionária durante a última revisão que fiz. Após essas duas alterações já notei o carro mais leve e econômico (atentem que não estou dizendo que o carro ficou mais “potente”). Acredito que isso foi graças às velas novas, pois as velas que estavam no carro ainda eram as originais e não haviam sido substituídas pelo antigo dono.

 

Abandonando na última volta

E é aqui que meu projeto empaca! Pois bem, desde o final de outubro do ano passado estou envolvido em um projeto paralelo: vou me casar e estou construindo uma casa! Consegui conciliar as duas coisas até o começo deste ano, mas nos últimos meses, a casa tem consumido muito do meu tempo, energia e, principalmente, dinheiro.

Não há muito a ser dito aqui. Dentro desse contexto o Jetta terá que esperar, afinal a casa é prioridade pra mim. Queria muito estar apresentando um projeto concluído e falando dos meus planos para o próximo projeto, mas infelizmente não vai rolar. Espero que vocês se contentem com algumas fotos de como meu projeto se encontra atualmente…

Para “finalizar” a história do meu carro aqui no Project Cars, quero agradecer aos leitores que acompanharam o projeto e compartilharam suas opiniões e os responsáveis pelo FlatOut, pelo reconhecimento e oportunidade de apresentar meu carro aos entusiastas de todo país. Aproveito também para me desculpar por não poder concluir aquilo que comecei e dar aquele final feliz que vocês estavam esperando.

Foto 14

Abraço a todos!

Por Neimar Paulo, Project Cars #423

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