AFun Casino Online

FlatOut!
Image default
Project Cars

Project Cars #43: a reta final e a conclusão do Mothafocus II

Por Gus Loeffler, Project Cars #43

E aí, amigos! Como andam todos? Muito tempo passou, quase quatro anos, mas eu só estava deitado, e não morto! Como sempre digo, se a coisa fosse fácil chamaria “futebol”, mas nunca é!

Depois da confusão de pensar na remontagem do Mothafocus como “versão civil” e guardar as peças para o novo Focus (o Sinister), a coisa ficou um pouco parada e acabei levando o carro pra casa, pra começar a mexer eu mesmo no raríssimo tempo livre que tenho. Comecei a desmontar por completo o que sobrou no carro, tirando chicote, interior, painel, praticamente tudo que fazia parte do MothaFocus versão soviética.

Comecei a pensar em refazer o motor com as peças que eu tinha, e botar o carro logo pra andar, e quem topou refazer a usina foi o Daniel da Home Garage.<

Mas aí então, começamos a descobrir as cagadas… Sempre tive em mente que na Ford existem os motores Zetec 16V “silver top”, de Escort e Mondeo, e “black top” de Focus. Todos os catálogos e materiais que tenho só falam disso, silver e black. Então teoricamente (na pratica a teoria sempre é diferente…) as peças que tinha já em casa serviriam tranquilamente para refazer uma parte de baixo 2.0 que havia comprado de um amigo já que todos eram black top, o que quebrou, o que tinha pra remontar e as peças novas. Serviriam, mas não serviram….

Desmontamos a parte de baixo, mandamos pra retifica pra abrir o bloco para os novos pistões de 85,3 que já estavam prontos com cerâmica e tudo, tudo indo bem até que começou a remontar. Quando montou os pistões pra pré montagem, eles passaram do bloco em cima quase 10mm! Mas caracoles, como pode? Comecei uma investigação mais a fundo, e descobri que pro “black top” existem 2 tamanhos de biela, 3 tamanhos de pino e duas alturas de pistão, e obviamente isso não aparece em nenhum catálogo…. Isso acabou gerando um baita atraso, pois eu tinha que achar pistões na altura certa e agora em 85,3 já que o bloco estava aberto e não podia perder.

Encontrei uma alternativa da Apexi, única marca que tinha disponível. Meio desacreditado, comprei assim mesmo e tivemos uma grande surpresa ao ver o acabamento desses pistões. Dimensionalmente perfeitos, diferença de peso entre os 4 de apenas 3g, bem surpreendente. Fizemos o revestimento em cerâmica com o Funari, e partiu remontar tudo.

Muitas peças novas originais ou de 1ª qualidade, tudo montado no maior capricho pelo Daniel. Eu tenho que ressaltar que o cara é um maníaco na montagem de motores, um capricho e qualidade de trabalho inigualáveis.  Usamos o mesmo cabeçote do motor antigo, que inacreditavelmente estava ótimo, e aproveitamos para montar com válvulas de inox forjadas Yamashita, junta de aço Elring, parafusos novos em tudo: cabeçote, bielas, engrenagem do vira, tudo zero.

Bomba de óleo original nova, correia dentada Cosworth em kevlar, a mesma usada nos Focus do WRC, polias OBX reguláveis de alumínio, e o Daniel mediu os comandos e viu que admissão e escape eram idênticos em duração, cruzamento, só mudava o levante que o de admissão era maior. Como acabei fazendo um pequeno estoque de peças de zetec, tirei um de admissão de outro cabeçote e montamos no escape, aumentando o lift no escape e acelerando a pegada da turbina.

Nesse meio tempo, Haruki começou a consertar o chicote queimado, e eu fui pensando no que fazer. Inicialmente iria trocar toda a parte elétrica por outra original de outro Focus que havia comprado batido (depois conto essa história), e manter na eletrônica original mesmo com turbo, como foi no início do carro em 2010. Mas pensando bem, ficaria com a ProTune PR440 guardada sei lá por quanto tempo mais até conseguir montar o Focus novo, o que também não compensaria muito. Decidi então manter a PR no carro e deixar no álcool mesmo, diminuindo bastante qualquer risco de quebras como na gasolina.

Então remontamos o ar condicionado que havia sido retirado, capo original, parachoque original, painel, volante, console, tudo como de fabrica outra vez. Os bancos Sparco foram pro Focus do amigo Daniel de Curitiba, e o resto mantive guardado.

Não tinha bancos pro Focus, então consegui um par dianteiro original, usei o traseiro do Focus batido e o tecido dos dianteiros do batido, e pronto, interior completo. Mantive o short shifter da M2 Performance, com a manopla original.

Conforme íamos desmontando o carro pra preparar a instalação do novo motor e chicote, ainda íamos encontrando pedaços do motor quebrado, dentro das balanças dianteiras, dentro do radiador que furou tb e arrebentou a hélice inclusive, atrás do farol, cada lugar que mexia achava um pedaço. Foi uma quebra e tanto…

Mecânica no lugar, elétrica remontada, fomos melhorando coisas que fui descobrindo na 1ª vida do carro que precisavam de um cuidado, como algumas mangueiras, retorno de óleo do turbo, wastegate, proteção para o motor da ventoinha que fica pertíssimo da turbina, etc.

Também decidimos mudar algumas coisas, voltar a bateria pro cofre por ex, e o amigo Henrique da Focuspeed fabricou o suporte para deslocar a bateria do lugar original para o lugar do filtro original. Também já fez o suporte pra nova bobina de Audi/VW, e uma tampa de acesso à bomba de combustível por dentro do carro, para não ter que baixar tanque pra mexer nisso, já que voltaria a usar somente uma bomba interna, retirando o surge tank e a bomba externa secundaria.

As rodas 17 brancas eu guardei, e encontrei num ferro velho umas rodas aro 16 que nunca tinha visto nesse tamanho, com o mesmo desenho dos Ka SRT turbo feitos pelo Souza Ramos. Depois de uma investigação descobri que se tratavam de Mangels modelo Naja, na medida 16×7,5, difícil ver hoje em dia rodas tão largas em aro 16. Montei pneus Yokohama A.driveR1 205/50R16 novos, restaurei as rodas, e acabaram casando super bem.

 

Eu tinha planos de tirar a suspensão pra montar no Focus novo, mas resolvi manter no carro e depois montar outra pro novo, então os amortecedores Eibach Pro Damper, as molas H&R Sport e as buchas Energy Suspension dianteiras e traseiras seguem no carro. Os discos traseiros também mantive, mas os dianteiros Ford Racing de 300mm saem para dar lugar aos de 278mm da EcoSport automática.

Aos poucos tudo foi tomando forma, mas com bastante trabalho pq nada, simplesmente NADA dava certo de primeira. Foi uma guerra sem tamanho.

Em junho desse ano (2019) finalmente o carro andou pela primeira vez. Eu estava tão cansado da guerra que foi, tão desanimado com tudo que aconteceu, que não queria nem andar.

Acabei andando só no dia de levar da Home Garage de volta pro Junior Campos, para terminar a pintura e acabamentos. Depois de tanto tempo, acabou que pintamos o carro inteiro, para tirar todos os riscos e amassados que já existiam e os que ganhou dos anos de andanças fora de casa. Junior deu um talento, deixou tudo em perfeito estado, e voltou a dar um animo ver o carro bonito outra vez.

Levei pra casa e terminei de acertar alguns detalhes, troquei a bomba de combustível, ajustei a linha e bicos, alguns outros detalhes, terminei de remontar por dentro e já pude começar a andar novamente.

O Dellilo deu um talento no mapa da injeção, e puxando o log da subida de 2015 descobrimos finalmente o motivo da épica explosão: tive dois picos de pressão de turbo de mais de 1,5kg, possivelmente por falhas na wastegate devido a temperatura durante a prova. O carro era acertado em 0,9kg, esses dois picos acabaram levando o motor ao colapso e à famosa bola de fogo!

Montei uma wastegate ainda integrada, mas da Kinugawa, de mola, mais precisa e confiável que a original.

O escape de inox 3” desde a turbina acabei mantendo no lugar, mas coloquei mais um abafador para fica mais civilizado. Estava muito escandaloso, mas mesmo com 2 abafadores ainda tem um ronco nervoso mesmo na marcha lenta, fala grosso o carrinho!

O carro surpreendeu pela força e disposição desde as baixas rpms, é só mostrar o pé direito que frita pneu com raiva, parece que despertou do estado de coma e quer descontar tudo no asfalto!

Alguns desavisados já foram tristes pra casa!

O carro está praticamente pronto, andando, quase 100% confiável, faltando pequenos detalhes normais em carros preparados e principalmente que ficou 4 anos parado. Falta ainda fazer uma ligação do ar condicionado, terminar o mapa da injeção no dinamômetro daqui uns dias, volta pro Junior para fazer o 1º polimento e está pronto.

E aí entra outra parte da história.

MothaFocus II será vendido.

Nesse meio tempo todo eu comprei um Focus XR batido em um leilão, e que pretendia fazer o meu novo Focus. Por isso batizamos de “Sinister”, não era pra ser um nome malvadão, fodão e tal, mas porque ele era sinistrado mesmo!

Mas, desmontando o carro pra passar algumas peças pro MothaFocus como capô, ar-condicionado, interior etc, acabei vendo que a estrutura estava mais afetada do que imaginei, e não compensaria arrumar. Então, terminamos de desmontar e dei baixa desse carro infelizmente. Os XR são raros, deu dó fazer essa eutanásia nesse, mas foi necessário, não tinha opção.

Então acabei comprando outro Focus, que teve um problema de incêndio no painel, chicote e parte do interior, mas que toda a parte de carroceria estava boa, e acabei ganhando dois novos amigos, Marconi e sua esposa Solange, os antigos donos do carro. Então tirei a mecânica, já que vou usar a que saiu do XR batido, e nas férias desse ano desmontei por completo para começar a funilaria início de janeiro. Esse carro é um projeto que comecei a pensar em 2013, comecei a comprar peças em 2014 e até agora não tenho todas ainda, mas quase tudo! (foto52 e 53)

O painel stack, capô que era do branco com as saídas de ar do Sierra, parachoque do RS, rodas, freios, e as demais peças do motor que já tinha, vão tudo pro novo Sinister.

Ainda estou trazendo peças aos poucos, faltam poucas coisas agora, o mais difícil (e caro) felizmente já trouxe tudo, mas isso vai ficar para um futuro quando tiver nova chamada de Project Cars!

De verdade meu muito obrigado ao Flatout por todo apoio de sempre, parceria monstro, Daniel pela garra de comprar essa briga e ir até o fim, Haruki e Henrique pela parceria, Junior Campos pelo carinho com os brinquedos, ATS Pneus pela ajuda de sempre, Funari meu grande amigo que sempre tá na briga junto, Dellilo pelo acerto e disposição de ver o carro andar cada vez mais, meu amigo/irmão Paulo Palmer que sempre ajudou e esteve junto nas idéias malucas minhas, meus irmãos parceiros de sempre, todos os amigos Fordeiros (e os não fordeiros tb!) que sempre apoiaram e quando eu mais estava de saco cheio ajudaram a não meter fogo em tudo e mandar pra pqp!

Não é fácil, nunca foi, mas esse foi talvez o carro mais complicado que já mexi nessa reconstrução dele, aprendi muito sobre os Zetec 16V com essa, mas até tudo caminhar foi bem frustrante.

A parte boa é que serviu de laboratório para o novo Focus, me ajudou muito a planejar bem o que será feito no novo e vamos ganhar tempo com isso com certeza.

Por enquanto deixo aqui a lista de equipamentos do MothaFocus II, caso alguém se interesse. Ainda não fechei valores, mas em breve anuncio oficialmente no GT40.

É isso por enquanto amigos, muito obrigado pela cia e “if in doubt, flatout!”