Fala, pessoal! Estou de volta com mais notícias do Maverick 351W, o Project Cars #47. No último post, contei detalhes da primeira partida e alguns problemas que tive com a ignição do 351. Agora, contarei como esses problemas foram solucionados e até uma puxada na reta de arrancada.
Depois de algum tempo com o carro “de molho” chegou o novo distribuidor, um MSD Pro Billet. Pra quem nunca mexeu nesses distribuidores, eles são altamente ajustáveis, vêm com várias molas e limitadores para que você possa acertar uma curva de avanço mais próxima do ideal para o seu motor. Além do distribuidor, acabei pulando um pouco as prioridades do projeto que seriam investir em tração e freio, e troquei meu antigo Holley 4150 de 650cfm por outro de 830cfm.
Com todas essas peças em mãos, coloquei o carro pra funcionar. Depois de um acertinho pra lá de básico, o carro ficou “andável” — a única ressalva é um buraco na transição do sistema de lenta para o sistema de alimentação principal.
Amigos, não há palavras no dicionário pra dizer o quanto o ronco desse motor depois de 4.000 rpm giros é lindo. Para não ser sacana, vou deixar um vídeo de uma saidinha mais apimentada do sinal (acelerar na rua é burrice, perdoem a minha empolgação). Agora o próximo passo é achar o que está causando esse buraco na aceleração, montar a sonda wideband, amarrar o carro no dinamômetro e fazer o acerto fino.
Esses últimos dias estão sendo bastante proveitosos pra mim. Por incrível que pareça já usei ele até pra ir pra faculdade. Nesse tempo tive oportunidade de sentir melhor o comportamento da suspensão depois das modificações que já citei no primeiro post: molas de Landau, amortecedores KYB GR-2, buchas em poliuretano, Shelby Drop, cambagem mais negativa e cáster no “tudoquedá”.
Fiquei impressionado com o resultado, além do carro “na mão”, ele ficou muito mais previsível e ganhou uma tendência agradável ao sobre-esterço (todos os Mavericks que eu já dirigi até hoje são extremamente sub-esterçantes). Essa suspensão, funcionando em conjunto com a caixa de direção do Omega e o torque monstruoso do V8, deixaram o carro extremamente prazeroso nas curvas.
Mesmo com o diferencial sem qualquer tipo de bloqueio, é só dar uma pisadinha mais forte de segunda pra andar de lado, e por conta da suspensão bastante rígida e a direção mais direta, ficou muito fácil de controlar, garantia de muitas risadas em dias de chuva.
Até hoje só dei três puxadas com o carro na pista de arrancada (201m), todas no mesmo dia, mas infelizmente não consegui fazer um tempo condizente com a preparação. Como o projeto ficou “encalhado” na garagem por algum tempo, os cilindros da embreagem enferrujaram e perderam a vedação e com o uso mais hardcore o vazamento piorou e já não era possível trocar as marchas com agilidade ou alinhar no pinheirinho com a primeira engatada. Some isso aos pneus traseiros totalmente carecas, a falta de um bloqueio no diferencial e um acerto mais fino na carburação e ignição, e dois parceiros de 100kg cada sentados no banco de trás pra dar “chão” nos 60 pés.
Na única puxada em que eu consegui engatar as três marchas, com muita dificuldade, andei na casa dos nove segundos baixos. Pelo tempo de reação de quase 6 segundos, vocês podem imaginar o quão difícil estava engatar a primeira pra sair.
Para concluir o post um pedido aos leitores: se alguém tiver uma caixa de satélites de Dana 44 para relações curtas (3,92:1), e quiser fazer uma doação, dê um sinal de vida. Estou procurando uma caixa de satélites que já esteja baleada, ou com as satélites em mau estado, só pra soldar as planetárias e ver como fica a tração do carro. Mais uma vez, obrigado pela atenção e aguardem por mais atualizações. Abraços!
Por Henrique “Hanks” Costa, Project Cars #47