Olá pessoal ! Vamos às novidades que o Barulhento tive nos últimos meses. Continuando os textos anteriores, eu estava na iminência de fazer o Barulhento voltar a funcionar.
Conseguimos fazer isso na semana entre o Natal e o Ano Novo! O Mingo liberou o carro para eu ir curtindo e amaciando, porém ambos sabíamos que faltavam uns acertos no carro… É que a “criança” aqui já estava tão ansiosa que ele liberou o carro com restrições.
Pensa numa criança que de uma vez só ganhou o presente de Natal, Dia das Crianças e Aniversário! Este era eu tirando o carro da oficina e guiando ele até minha casa, uns 5 minutos dali… Os dois vídeos abaixo, peço desculpas pela má qualidade, mas foram feitos em sequência exatamente na saída da oficina, com o celular tremendo na mão enquanto eu o segurava junto com o volante e dirigia (não façam isso!!!), depois de mais de 3 anos esperando para guiar o Barulhento…
Bem, como percebem no meu comentário, a direção é “aquela maravilha” de precisão que descrevi nos textos anteriores, e os freios estavam péssimos pela falta de uso.
Mas e quem estava se importando???
O ronco era glorioso e meu carro finalmente estava andando novamente! Dei até uma leve esticadinha para ouvir o motor, que teve o “barato cortado” por um dos itens abaixo. Coisas que percebi nesta curta voltinha:
1) Eu precisava regular urgentemente os freios! Porque com a direção “ágil” do Maverick e um motor V8 tinindo de novo, ou eu arrumava os freios ou viraria um torpedo em breve, ou seja: disparo no sinal e saio destruindo tudo pelo meu caminho.
2) A embreagem estava fora do ponto e estava péssimo trocar de marchas, o sistema estava muito macio, porém desregulava muito fácil. O Mingo criou uma nova conexão por cabo que deixou a embreagem macia, como a de um carro novo, sem precisar trocar as pedaleiras originais pelas do quatro-cilindros (que tem acionamento por cabo, ao invés do sistema de alavanca do seis e oito cilindros). Mas até chegarmos ao ponto ideal de fixação, eu tinha que entrar debaixo do carro a cada voltinha no quarteirão que desse, para regular novamente o ponto da embreagem. Felizmente é muito simples de fazer isso.
3) O carro estava aquecendo um absurdo, tanto que cheguei em casa e o ladrão do radiador começou a jorrar vapor como uma Maria Fumaça estacionando, tamanha a sobrepressão do sistema.
4) Depois de desligar o carro, após uma pequena volta, se tentasse religá-lo uns dois ou três minutos depois ele não pegava mais!
Arrumando os Probleminhas
Vamos por partes. Primeiro os freios. Regulamos eles e voltaram a atuar como originais, ou seja, para os padrões atuais metem medo em quem nunca andou num carro antigo, pois parece que não vão segurar o carro… Mas até que seguram se souber usá-los. Questão de se acostumar e aprender a antecipar as reações dos outros motoristas.
Porém pouco depois de eu regulá-los, numa das vezes em que ia dar a passadinha padrão na oficina para resolver um dos itens acima, fiquei sem freios. Estourou um retentor e vazou todo o fluido…
Normal. Faz parte da diversão! E o freio de estacionamento é independente, caso aconteça algo muuuuito ruim (como ter que tentar frear – risos).
O problema era que eu estava num trânsito absurdo, desliguei o carro para não esquentar demais e depois ele não ligava! Ou seja, pane completa! O Mingo veio me socorrer, fizemos o carro pegar de novo e andei uns dois quilômetros emocionantes sem freios, só usando o torque a meu favor e torcendo para ninguém se meter de repente na frente do carro. Quem disse que a emoção só está em domar um carro acelerado, não sabe como é emocionante controlar um monstro desses nessas situações! Não passei de 40 km/h, mas cheguei suado de emoção. O pior de tudo é que realmente me diverti com o desafio. Reparo trocado, problema resolvido.
Bem, o problema dele não pegar foi resolvido também nessa visita. A bomba de combustível estava com um problema de vedação, e devido ao calor excessivo do motor todas as vezes em que eu o desligava, ela “abria” e permitia que a gasolina que estava entre a bomba e o carburador, incluindo a que estava no filtro, retornasse para o tanque e o carro não pegava mais. A bomba foi trocada na garantia, pois era novinha!
A embreagem foi mais simples. Bastou colocar uma contra-porca no parafuso regulador que foi colocado no sistema. Este parafuso desrosqueava com o uso, e bastou colocar uma porca para travá-lo na posição regulada. O sistema ficou excelente e não desregulou mais. Ainda não acredito em como ela ficou macia, não parece mais que estou fazendo leg press todas as vezes em que troco as marchas!
Agora vamos para o problema que está me chateando: o aquecimento excessivo. Chegamos a adaptar uma ventoinha elétrica no radiador, mais moderna e em teoria eficiente que a hélice original. Porém os motores modernos (e seus termostatos) trabalham com uma temperatura pelo menos 10ºC acima da recomendável para meu motor. Voltamos a colocar uma hélice acionada pelo virabrequim, só que de sete pás no lugar da original de cinco pás. Melhorou um pouquinho. O problema é que estamos sem a coifa do radiador, e por isso a hélice não cria a sucção necessária no radiador e não resfria o líquido como devia. Depois de muita procura, achei um cara que faz uma réplica da coifa e encomendei ela. Vamos ver se isso resolve de vez este problema.
Em tempo: descobri depois que o termostato dos Opalas seis-cilindros trabalham com uma temperatura boa para meu carro, na faixa de 76ºC (fica como dica para que estiver com um problema semelhante). Mas decidi manter o sistema mecânico mesmo, e um dia darei um banho de cromo naquela linda hélice que arranjei!
E enquanto isso, mesmo com os probleminhas que aparecem, vou me divertindo em pequenos passeios. Como ele aquece muito ainda, mal saio do bairro, mas isso não me impede de me divertir um bocadinho.
Conheço muita gente por conta do carro, vários me param na rua e puxam assunto por conta dele. Nunca comprem um carro assim se quiserem passar discretamente pelas ruas ou achar chato interagir com os outros… Todo o tipo de pessoa me aborda perguntando do carro e pedindo para eu acelerá-lo: desde senhores em carros importados, pedestres em geral, motoristas e cobradores de ônibus (vivem emparelhando e escancarando a porta pra falar comigo), até mendigos já vieram falar comigo e pedir para eu dar uma esticadinha na saída do semáforo!
E uma vez uma senhorinha veio arrastando uma senhora que devia ser a filha, com lágrimas nos olhos dizendo pra ela que junto com seu finado haviam comprado um idêntico em 1974 (ano do meu) e que tinha sido o primeiro carro zero deles.
Outro que conheci por conta do carro e aqui do FlatOut, foi o moderador “AstolphoGM6”, num dia desses fui na BTS comprar uma calotinha que estava faltando em uma de minhas rodas e o encontrei lá. Abaixo uma foto da roda com a calotinha no lugar: um pequeno detalhe que valoriza o conjunto!
Neste meio tempo, fiz um acertinho que garantiu sem dúvida nenhuma uns 30 cavalos extras ao motor:
Bônus: Criando uma nova geração de Gearheads
Enquanto vou me divertindo com o Barulhento, vou tentando criar uma nova geração de Gearheads. Abaixo estão minhas crias recebendo a “má influência” do pai…
Minha filhinha já tem ferrugem no sangue e gosta de carros antigos em geral, além de ter uma verdadeira adoração pelo Barulhento…
Ela também está influenciando o mais novo membro de casa e sempre que pode brinca de dirigir o carro…
E agora uma pequena filmagem da primeira vez em que ela andou no Barulhento, a caminho da escola… Vejam o sorriso de felicidade!
Bem, pessoal, conforme aparecerem mais novidades passo por aqui para dividi-las com vocês, meus amigos. Porém o projeto deve dar uma boa desacelerada, se resumindo aos acertinhos para deixar a Fase 1 realmente completa, pois a grana está curta, beeeem curta. Como o carro está andando, isso nem me deixa chateado. Vou curtir ele, testá-lo e deixar em condições de confiabilidade para fazer viagens. Com o tempo vou fazendo os demais acertos e vou contando para vocês.
Até mais, pessoal!
Por Arthur Episcopo, Project Cars #48