Por Gus Loeffler, Project Cars #489
E aí, amigos! Depois de algum tempo sem novidades, no capítulo de hoje da novela “Amor e Ódio pelos Carros” vou atualizar um pouco sobre o que tá rolando com o “XRS1600Ti”.
No começo desse ano, o Junior desenrolou uns problemas que tava enfrentando na oficina, e partiu pra cima do Escort.
Eu estou com praticamente todas as peças pro carro já em mãos, no começo do ano peguei o coletor de escape e a turbina com meu amigo Funari, que fez cerâmica em tudo. O que acabou ficando mais legal é que ele conseguiu fazer cerâmica preta no coletor e saída do escape, e cerâmica prata normal no caracol quente da turbina. Vai ficar legal, tudo discreto como pretendo, quero fazer várias coisas do motor em preto, meio que na linha do Passat.
Com a parte de funilaria praticamente pronta e o assoalho pronto, começou a preparação pra pintura e a caça a algum outro detalhe que tenha escapado. Como o carro era muito bom estruturalmente e não tinha repinturas/material velho, o Junior fez um belo trabalho de alinhamento das peças, ficou liso e como novo!
Depois da aplicação do primer, deram uma mão de preto fosco pra achar algum defeito ou ondulação, repassaram os detalhes e finalmente, tinta no bicho! Cada foto que eu recebia do Junior em cada etapa (quase ao vivo) eu ficava animado, como é legal ver o carro ganhando tinta e realmente mostrar um pouco do que vai ficar no final, é muito legal!
Depois da tinta e verniz, ficou um tempo descansando pra receber um polimento bem suave “de limpeza” somente. A parte interna foi pintada depois e envernizada também, ficou perfeita!
Após o polimento, as várias peças novas que estavam guardadas há mais de 8 anos, novas e originais, finalmente começaram a ver a luz do dia fora das caixas! Faróis, lanternas, piscas dianteiros, consegui vidros das portas novos (os do carro estavam bem riscados), e uma das últimas peças que faltava do quebra cabeça era o suporte dianteiro original dos faróis de milha e neblina. O de neblina estava fixado no parachoque, enquanto originalmente é preso no mesmo suporte que prende os de milha, e todos vão presos no painel frontal do carro. O Junior também conseguiu achar uma grade dianteira nova e original, agora tudo no carro está de acordo, novo e original!
O Junior também deu um talento em várias peças originais, como as fechaduras das portas e vários parafusos, que foram zincados e ficaram zerados. Em muitos outros lugares, usou parafusos allen de inox, do jeito que eu gosto, monta uma vez só e nunca mais incomoda, além do acabamento ser muito melhor.
Depois que terminar mecânica e elétrica e estiver tudo pronto e andando, volta pro Junior pro polimento final e aplicação das faixas que vão ser customizadas e discretas, como eu gosto.
Também já aproveitei pra levar algumas peças do interior pra restaurar. Eu tinha um outro tabelier completo em melhores condições que o original do carro, também consegui os porta revistas das portas sem os furos dos botões de vidro elétrico, já que optei por tirar os lentos motores elétricos e montar vidros manuais, a boa e velha manivela.
O console nos modelos nacionais leva os dois botões dos faróis de milha e neblina. Isso aconteceu porque nos modelos nacionais tínhamos versões a álcool, e no painel tiveram que alojar o botão do injetor de combustível e também o afogador. Já no RS1600i os botões ficam no painel, justamente no lugar que foi ocupado pelo injetor e no espaço vizinho que no nacional é vazio, e o console é diferente, sem os botões. Na caçada de peças encontrei um console do Ghia mk3 zerado, que justamente é igual ao do RS1600 sem os botões, e levei junto com as outras peças para restaurar e pintar tudo na mesma cor, no tom cinza original do XR3, que também já testou a cor no porta revistas e ficou ótimo.
No tabelier, além da restauração e pintura, pedi alguns reforços internos e principalmente nas bordas do tabelier por inteiro e nos pontos de fixação, que são pontos críticos desse carro. O painel é feito com uma fibra de coco prensada, e com o tempo isso vai se soltando, principalmente perto dos pontos de fixação, e começa a fazer ruído e se desmanchar aos poucos. Considerando que já é uma peça de mais de 30 anos, os reforços vão ser bem vindos e permitir que dure um bom tempo sem incomodar, quero montar uma vez só e não mexer mais!
Pensei em tampar o furo do afogador para ficar como no RS1600, mas vou aproveitar pra montar ali uma chave geral, mesma coisa que meu irmão fez no Gol dele, aproveitando o buraco que vai ficar sem função.
Agora com tudo praticamente montado na parte externa, o carro vai pro próximo estágio: revisão da parte elétrica completa, instalação do kit turbo, troca do cambio, reforço das longarinas dianteiras e instalação da eletrônica Megasquirt. O ar condicionado está instalado, consegui os comandos originais para acionamento, preciso trocar o condensador e refazer as mangueiras do compressor, que vou esperar pra fazer sob medida pois pretendo dar uma organizada e limpada no cofre, então talvez as mangueiras precisem passar por lugares diferentes do original.
No motor, o plano é trocar a junta de cabeçote por um modelo de aço, mudar as molas do eixo dos balanceiros por buchas para evitar que os balanceiros saiam do lugar em rotações mais altas, e provavelmente mudar as varetas pelas dos caminhões Mercedes 608, que é uma adaptação bem comum para os CHT. A embreagem ainda não decidi o que usar, não precisará ser uma pastilhada, mas quero investigar alguma opção um pouco maior e que eu possa fazer o disco com cobre trançado, mesma coisa que uso no Passat, o que pra potência pretendida no Escort será mais que suficiente.
Por enquanto é isso, agora o jeito é esperar ansiosamente os próximos passos e botar a joinha pra rodar o quanto antes. To ficando animado, o carro ficou lindíssimo, apesar de que as rodas de ferro que tão nele tão matando o resultado, mas estão aí só pra quebrar galho, daqui uns dias as BBS voltam pro lugar e já posso acertar a altura da suspensão novamente, aí sim vai mostrar realmente como está.
Valeu amigos, até a próxima e “if in doubt, FLATOUT!”