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Project Cars Project Cars #50

Project Cars #50 – realizando o sonho de ter um Civic VTi na garagem

Fala, galera! Meu nome é Lucas Leonardo, mais conhecido como ‘’Piki’’, e quero mostrar a vocês a minha divina tragédia: uma jovem japonesa de 21 anos que já passou por algumas plásticas ao longo da vida, por diversas classes sociais, morou em vários estados do Brasil, e hoje encontra–se em uma UTI no litoral catarinense. Sejam bem vindos ao meu projeto: Honda Civic VTi 1993, apelidado por mim e alguns amigos como “Blackdevil”. Considerando tudo o que já passei, ele justifica mesmo esse nome.

Tudo começou faz uns seis anos, quando comecei a sonhar com o meu primeiro carro, ainda no ensino médio. Deve ser o mais barato possível, o mais rápido possível , e também o mais descolado possível — afinal de contas, é o primeiro carro da sua vida.

Sou um desses sonhadores, e basicamente, imaginei ter todos os carros esportivos possíveis — dos nacionais ao importados: Gol GTi, Kadett GSi, Corsa GSi, BMW 325i, Eclipse e, claro, o saudoso Civic VTi!

Lembro que conheci o modelo em uma matéria da Quatro Rodas falando sobre o modelo, seus prós e contras, e o incrível 1.6 16v que produzia 160 cv sem turbo, sem supercharger, usando apenas aspiração natural achei aquilo simplesmente o máximo! Eram 100cv/litro, um design um tanto exótico, e uma lista de equipamentos com teto solar, ABS, direção hidráulica. Era tudo o que eu precisava.

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Assim decidi que ele teria que ser meu carro dos 18 anos. Na época eu tinha recém feito 16, então teria mais dois anos para pesquisar sobre ele, e saber qual o tamanho da encrenca que estava arrumando.

O tempo passou e o êxtase de comprar um DOHC VTEC  aumentou ainda mais quando fui a um encontro organizado pelo pessoal da região com os Hondinhas. Lá ouvi o tal do VTEC urrando forte.

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Enfim, quando fiz 18 anos eu já vasculhava os sites de busca de carros todo santo dia, até que, em um deles encontrei um exemplar anunciado em Curitiba. O preço parecia justo, o carro parecia íntegro. Seria ele a bola da vez?

Comentei isso com um amigo meu na época, e fomos olhar o bendito japonês. Esse amigo já tinha um Civic EX 1998, por isso ele conhecia mais que eu sobre o carro. Saímos cedo de Itajaí (SC), onde moro, a caminho do Paraná para ver o carro. Chegamos perto das 11:00 na clínica onde o rapaz trabalhava. Ele me levou aos fundos do lugar, para mostrar o nipônico e quando ele abriu o portão e vi o carro pela primeira vez, meu coração já disparou. Caramba, é um VTi mesmo!

Demos uma examinada no carro e logo perguntei: “Posso fazer o test drive?”

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Liguei o carro, me ajeitei no banco, andei alguns quarteirões, encontrei uma avenida mais afastada, e o rapaz logo me falou para acelerar e ver como o carro andava bem.

Rapaz… a primeira Vtecada a gente nunca esquece! O barulho inconfundível, o VTEC armando religiosamente aos 5.500 rpm me fizeram crer que aquele seria “o” carro.

O motor girava liso, a temperatura estava ok, nenhuma luz estava acesa no painel, a suspensão não batia nada. Só precisava de alguns cuidados por fora: a pintura já estava um pouco opaca e a frente levemente desalinhada — indício de alguma pancadinha (mais tarde confirmei isso; conto a vocês depois). Mas pelo preço estava justo. Consegui um desconto à vista, fomos ao cartório, depois ao banco, e só depois caiu minha ficha. Eu havia acabado de comprar meu primeiro filho! Tudo acertado, pé na estrada de volta, mais de 200 km longe de casa, mas vocês devem imaginar o sorriso de orelha a orelha né?

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 Depois de uma parada para abastecer, chegamos em casa. Um detalhe: eu havia avisado minha mãe que ia olhar o carro em Curitiba, mas não disse nada sobre comprá-lo.

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Pense na cara de espanto dela quando me viu buzinando na frente de casa, mais feliz que pinto no lixo. Ela sabia que eu era apaixonado pelo carro, então… para as mães, o que importa é a felicidade dos filhos não é? E que assim seja!

O VTi foi para a garagem e devidamente apresentado à família. No dia seguinte faltava mostrar aos colegas de trabalho (nesta época eu trabalhava com funilaria e pintura) e aos colegas de faculdade. Sucesso total!

Certa noite, saindo da faculdade com uma chuva razoável decidi passar pela BR101 (que corta a cidade). Encontrei um Jetta na faixa da esquerda e esperei ele abrir pra eu passar. Ele de fato deu passagem, mas antes que eu pudesse passar, ele jogou o carro de volta. Para não bater, freei e puxei o carro mais para a esquerda a uns 120 km/h. A traseira se soltou e eu acabei caindo no canteiro central.

Saí do carro já imaginando que o sonho tivesse acabado. O que aconteceu, eu contarei no próximo post. Abraços a todos e até o próximo.

Por Lucas “Piki”, Project Cars #50

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