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Project Cars

Project Cars #514: escolhendo a cor e montando o interior do meu Escort XR3 2.3

Por Jefferson Leitão, Project Cars #514

Olá, caros amigos apaixonados por carros e leitores do FlatOut. Meu nome é Jefferson Leitão e estou aqui novamente pra falar da segunda parte do meu projeto Escort XR3 2.3.

Demorou desde a última postagem pois tivemos problemas com a pintura do meu carango, em parte pela indecisão de qual cor pintar, e outra parte pela dificuldade de encontrar um substituto para o banho do batida de pedra, mas falaremos nisso mais adiante.

Então, vamos ao que interessa!

Na postagem anterior havíamos acabado o processo de funilaria e recuperação da lataria, principalmente do assoalho, que estava muito danificado por causa da ferrugem. Levamos o Escort até a oficina de pintura onde iniciamos o processo de remoção das camadas de tinta (e quantas camadas!) com removedor pastoso. Nisso descobrimos que o carro já havia sido pintado por completo e que em alguns lugares haviam três camadas de material.

Foi um processo trabalhoso remover tudo isso, mas a recompensa foi grande quando chegamos ao fim. Ficou uma lataria lisinha, sem remendos, sem buracos ou ferrugem — o que foi um grande alívio, pois estávamos assustados com tantas camadas que encontramos no caminho; já pensávamos que o carro estaria todo ondulado, mas no fim das contas estava muito íntegro e alinhado.

Após a remoção da tinta, chegamos a um impasse que atrasou a pintura em quase um mês: o que usar no lugar do “bate-pedra”. Ele não é indicado para aplicação diretamente no metal, por não ser fosfatizante. Pesquisei bastante até encontrar a solução e acabamos utilizando KPO diluído à tinta e acrescentando solvente até chegar na viscosidade ideal para aplicar com a pistola de pintura.

Encontrar a receita ideal demorou um pouco, mas entre testes e mais testes, acertamos e toda parte inferior, caixas de rodas e soleiras receberam o tratamento, que ficou perfeito, nesse meio tempo, até encontrarmos a receita do banho de KPO, escolhi a cor que iríamos pintar o XR3, Vermelho Alpino. Entre os testes falados, chegou uma Fiat Strada na oficina de pintura para fazer um retoque, era a cor que eu queria, fizemos então o pedido de todo o material necessário e o processo de pintura se iniciou.

Enquanto o trabalho de pintura era executado, vi a foto de um Escort britânico com um detalhe preto no pára-choque traseiro, retirado de uma BMW, que me deixou de cabelo em pé para descobrir como fazer o mesmo sem gastar uma fortuna numa peça dessas — afinal na Europa BMW é carro “nacional”. Depois de muitas medições, encontrei o doador ideal para o acabamento, o Chevrolet Celta, encontrei um pára-choque baratinho num ferro velho, mandei cortar e anexar o detalhe ao original, perfeito, hora de levar pra pintar junto do carro.

Ao final foram cinco camadas de tinta. A primeira camada era branca, e me deixou muito balançado em deixá-lo com aquela co. Contudo, já havíamos comprado o material e eu não iria devolvê-lo, então chegou a hora do vermelho.

Mais quatro camadas até resultar num vermelho forte, quase sangue, e, em seguida, mais quatro camadas de verniz que deu um brilho absurdo no Escort. Terminado o banho de vermelho, iniciamos o empapelamento para a pintura dos detalhes da versão XR3 — toda extensão dos vidros das portas e dos passageiros e parte da tampa do porta malas tinham acabamento em preto vinílico.

 

Hora de levá-lo pra receber o motor!

Só que não!

Terminado o processo de pintura, o carro deveria ir pra oficina fazer a adaptação do motor, mas o mecânico responsável por esse serviço estava cheio — que acabou atrasando mais um pouco a reforma do meu carro. Então resolvi levá-lo para garagem da empresa, onde fui mexendo nele aos poucos, sempre que sobrava um tempo inclusive ficando até mais tarde várias noites, é a partir desse momento que as idéias vieram a tona.

Entre muitas idéias de como seria o interior do carro, a que mais me agradou, e que deixou um interior absurdamente bonito, foi em fazer todo interior camurçado, como nos carros de Rali. Fiz muita pesquisa para saber como seria cobrir os painéis dessa forma, descobri na Inglaterra um kit próprio para esse fim, mas o envio do kit não seria possível por causa da cola, que não poderia ser enviada —  que me fez voltar às pesquisas até encontrar a solução. Descobri como é feito o processo de cobertura das calhas de borracha dos vidros dos carros, sabe aquele aveludado por onde o vidro do carro desliza pra dentro da porta?

Esse mesmo! Tive que fazer um aparelho utilizando um taser (sim: aqueles aparelhos de defesa pessoal que dão choque) por ser necessária uma corrente de alta tensão, e uma peneira de cozinha feita de inox, bem na gambiarra mesmo.

Fiz uns testes e o resultado foi o esperado, então comecei a fazer as modificações no console principal pensando em onde colocar a Injeção Eletrônica Programável (Fueltech FT550), e tome pesquisa até encontrar o porta objetos da L200 Triton à venda. Fiz a compra e comecei as engenharias, fiz com que a abertura da tampa fosse motorizada, pois quero que abra e feche juntamente com as travas de portas, mostrando o módulo ou escondendo ao travar ou destravar o carro. Terminada a automação, cortei o painel para encaixar a nova peça, uma vez no lugar, fiz os acabamentos em fibra de vidro e fiz o processo de flocagem.

Com o console principal pronto, fiquei em busca de um console central pra colocar no carango. Encontrei, no mesmo ferro velho do pára-choque do Celta, um console central do New Civic que me aparentou ser o ideal pra meu projeto. Após alguns testes e modificações, vestiu como uma luva entre os bancos de meu XR3.

Depois de pronto, percebi um problema: esqueci do freio de mão. Mais pesquisa, mais leitura e mais buscas me levaram a incluir um freio de mão eletrônico no projeto, onde um atuador linear faria o trabalho de puxar o cabo do freio após o impulso de um botão.

Fiz, mais uma vez, o sistema eletrônico que aciona o freio de estacionamento caso eu esteja com o pé no freio e aperte o botão ou solta o freio se também estiver com o pé no freio e puxe o botão. Após alguns testes, verifiquei que estava funcionando bem e desmontei tudo novamente pra começar a cobrir o piso e painel corta fogo com manta asfáltica.

 

Hora de remontar o chicote elétrico e mais problemas!

Chegou o momento de recolocar o chicote elétrico, mas quando separava os fios, encontrei mais problemas no caminho, fios partidos, queimados, cortados e mal isolados, isso sem contar a caixa de fusíveis, cheia de gambiarras e terminais derretidos.

Resolvi refazer o chicote utilizando duas caixas de fusíveis universais que encontrei na internet, usei uma para os componentes ligados diretamente à bateria e outra para os componentes pós chave, deu um trabalho absurdo, mas consegui. Enquanto trabalhava com o novo chicote, chegou a encomenda que fiz da China, um kit de alarme presencial com rastreador e comando sem chave com Bluetooth para utilizar o celular para travar, destravar, baixar os vidros e dar partida remota, e o botão Start Stop para substituir a ignição, instalei tudo e finalizei a elétrica.

 

Bancos originais ou modificados?

Alguns podem achar até um crime fazer o que fiz — até eu fiquei com receio em fazer, mas deixar original não iria combinar: mandei remover os forros originais dos bancos Recaro e cobrir parte em couro parte em camurça, tudo preto, pois todas as peças de acabamento interno também seriam em preto.

Gostei do resultado, acredito que vocês também tenham gostado, quando os bancos chegaram, passei a trabalhar no processo de flocagem de todas as peças plásticas do interior, refizemos a forração do teto em courvim preto, montei o teto solar e todos os acabamentos já flocados em seus lugares.

Enquanto fazia a fiação do media player, o pacote com a Fueltech FT550 chegou, e já fui colocando tudo no lugar, só pra ver como ficou, mas a ligação do chicote de injeção será feito por um preparador especializado. Comprei também um Kit TPMS que faz a leitura da pressão e temperatura dos pneus e removi o relógio de teto original do carro colocando o display do TPMS no lugar.

Depois disso comecei a estudar o melhor lugar onde instalar os componentes da suspensão a ar, estou pensando em colocá-los no lugar do pneu de estepe, mas ainda hoje (16/07/19) não tenho certeza se o farei ou deixarei o sistema no porta malas, a mostra. Vamos deixar essa duvida “no ar”. Saberemos qual a minha decisão na próxima postagem.

Espero voltar o breve possível com a terceira parte desse projeto. Um grande abraço e até mais!