Por Filipe Falcão, Project Cars #533
Fala, Flatouters, beleza? Continuando a história do pequeno filhote, chegou a hora de fazer o remapeamento e pesquisando muito durante este tempo cheguei à conclusão que o melhor que seria possível de se fazer era utilizar o mapa Manic, famoso por ser utilizado no campeonato da Mini Challenge.
Aqui no Brasil, este mapa tem como representante/distribuidor a BTM. Confesso que o valor do mapa não foi nada barato, mas este mapa, tem um grande benefício de ter a possibilidade de se utilizar três configurações, ou seja, três mapas.
Com o carro em cima do dinamômetro, optei pelo mapa mais seguro (MAPA C) que solta labaredas e tiros, mas com uma solicitação de injeção eletrônica mais fraca. Vieram 235 cavalos de potência e 35 kgf de torque na roda.
O mapa ficou muito bom e o carro ficou mais gostoso de andar. Aqui vale ressaltar um que a potência original do Mini JCW aferido neste mesmo dia e no mesmo dinamômetro foi de 192 cavalos e 28 kgf de torque nas rodas. É um salto que não parece muito grande, mas mudou a característica do carro.
Como acredito, meus confrades, muitos de nós sempre estamos buscando um aprimoramento dos nossos possantes. Me surgiu uma oportunidade única que realmente não podia deixar passar. Sempre tive o sonho de adquirir rodas mais leves visto que em diversas matérias técnicas, comenta-se da massa não suspensa e o quanto melhora o comportamento do carro quando se diminui essa massa.
Apareceram as rodas Oz Superleggera na medida ideal para o Mini, eram usadas, mas estavam em um bom estado de conservação e o melhor, eram originais, leves.
Acreditem e pasmem, pesei ambas as rodas, a original do JCW pesa 9,9 Kg e a as Oz pesam 6,9 kg e com isso conseguimos eliminar 3 kg de massa não suspensa por roda e meus amigos, como o comportamento do carro mudou para melhor em todos os sentidos. O que me refiro a isso é como o carro acelerava, freava e fazia curva melhor por simplesmente o fato de as rodas serem mais leves.
Naturalmente, o objetivo agora era focar no conjunto dinâmico do carro, ou seja, tudo que poderia fazer com que melhorasse o chão do carro, principalmente a suspensão. Começamos pela barra de amarração deixaram uma maior rigidez à torção na dianteira e melhoram um pouco a estabilidade.
Após este passo foi necessário trocar a bomba de alta pressão de combustível, a qual foi substituída por uma nova adquirida na concessionária da Citröen. O preço na época foi de R$ 2.000. Não é barato, mas é um item de desgaste natural do carro.
Depois de alguns meses instalamos as molas Eibach que trazem uma altura mais baixa e uma maior carga na mola. Senti uma melhora no contorno de curva do carro. Nada absurdamente expressivo.
Mais uma parte que tivemos que fazer a substituição foi o rotor da turbina que por uma infelicidade da borracha que segura a tubulação do cold air intake. No famoso francês, Jacques (Jacquestamos fazendo…), aumentamos um pouquinho o tamanho da turbina, mas nada muito absurdo e com isso, tivemos que mexer no mapa do carro que passou para 245 cavalos e 38 kg de torque nas rodas.
Agora a história que estava indo bem começa a ficar um pouco tenebrosa…
Comecei a perceber que nas vezes que conferia nível do óleo e fluido do radiador, obviamente ambos com o carro frio, o nível do fluido do radiador, abaixava um pouquinho e a tampa do reservatório havia uma certa pressão interna. O que descobri com isso não foi uma notícia muito legal, porque o diagnóstico conclui que precisaria abrir o motor para trocar a junta do cabeçote e com isso vai uma mão de obra que tem que ser especialista e acostumada a mexer neste motor. Sabendo disso, comecei a usar menos o carro a fim de preservar o motor e evitar o pior, olhando basicamente todas as vezes que usava o carro o nível do arrefecimento e se necessário completava com o Motul Inugel Expert.
Olhando o copo meio vazio, mas também meio cheio
Com essa triste notícia e gostando cada vez mais do filhote, pensei no famoso francês novamente, JAQUE, terei de abrir o motor, porque não “aproveito” e compro o conjunto de pistões e bielas forjados, visto que são mais resistentes e com isso a possibilidade de ter algum problema diminuí bastante. Comecei a pesquisar aqui no Brasil e sim, já havia outros minis forjados e todos feitos em uma oficina específica, a mesma que troquei a embreagem. O lado bom é que tinha a “receita pronta”, o lado ruim é que essa receita não era brasileira.
Consegui com um importador uma condição muito especial (dólar fechado em dezembro de 2019 sem nenhum reajuste futuro) para trazer o kit que necessitava todos os produtos da marca Supertech, a qual, pelo que pesquisei é uma excelente marca e muito utilizada nos Estados Unidos. A lista de componentes era composta por Pistão Supertech 77.5 – P4-MIN56-N14-77.5CR10, Kit de Válvula Beehive Valve Spring Kit – SPR-MC56BE, Junta do Cabeçote Supertech – HG-MCR56-78-0.9T, Biela Supertech – CR-MINR56-H138.54. Além disso, precisaria adquirir as bronzinas novas (no caso adquiri da ACL Racing) e os prisioneiros do cabeçote da marca ARP.
O conjunto total das peças demoraram quase um ano para chegar dentre os motivos, a pandemia afetou muito em termos de prazo de fabricação. O primeiro recebimento parcial ocorreu em Março de 2020 e contemplava algumas coisas a mais que nosso amigo francês Jacques, gosta bastante.
Obviamente não era tudo que precisávamos da lista, mas já tinha mais 50% da lista e com isso conseguimos realizar a substituição dos discos (os 4 novos), linha de freio (Aeroquip) e fluido de freio RBF660.
Após amaciado o freio, meus amigos, quando essa pastilha esquenta, adicionado a este fluido de freio e o Aeroquip, é absurda sua capacidade de frenagem. Nos próximos capítulos, dessa saga, vamos falar do escapamento em Inox, pneus semislick, trackdays, a chegada parte final de componentes e a montagem do motor. Até mais!