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Project Cars Project Cars #80

Project Cars #80: a história do Subaru Impreza GL AWD de Tiago Máximo

Fala, galera do FlatOut! Meu nome é Tiago Máximo e tenho 29 anos. Trabalho com TI (programador .Net) e sou fissurado por carros desde sempre. Minha maior influência veio do meu irmão mais velho que tb é apaixonado por carros e mecânico (industrial) por profissão. Meu primeiro carro foi um Passat TS 1.6 Turbo que comprei pouco antes de completar 18 anos e foi meu irmão que ajudou a comprá-lo.

Minha história com o Subaru começa depois de uma grande frustração com meu antigo projeto, um Chevette 76 que já estava havia mais de um ano parado na garagem.

Chevette Desmontado

O fato é, depois de um ano com o Chevette parado eu tinha uma montanha de peças top de linha, um carro com a estrutura toda podre e dois motores que não funcionavam. Apesar de ser um carro nacional e relativamente fácil de mexer, para mim era tudo muito difícil.

Minha ideia desde o inicio era fazer tudo por conta própria e depender o mínimo possível de mão-de-obra de terceiros. Como meu projeto era diferente e com peças não usuais em Chevettes, tudo envolvia muita adaptação e bastante trabalho. Muito desse trabalho veio de mim, que estava sempre mudando o projeto.

Itbs supercharger e painel do Chevette

Inicialmente queria colocar borboletas individuais no motor original com uma injeção eletrônica Megasquirt. Depois veio a ideia de um supercharger no motor original e por último um motor AP. Como já tinha o supercharger, colocaria o compressor no AP.

pecasdoEG6

Nessa época eu comecei a trabalhar com importação e, por coincidência, um amigo estava fazendo o motor inteiro de um Civic VTi, o famoso EG6. Ajudei a comprar várias peças para ele: pistão, bielas, válvulas de titânio com molas para girar 12.000rpm,  comando, radiador de alumínio, partes de suspenssão e muito mais. Eu via aquilo tudo sendo montado no carro com a facilidade de remover uma peça e colocar outra. Estava tudo ali, pronto, testado e com qualidade. Bastava comprar e colocar no carro! Vivenciar a evolução desse EG6 me deixou ainda mais frustrado com o Chevette.

Um dia qualquer no trabalho, desacreditado no sucesso do Chevette, comecei a olhar alguns anúncios de carros e deparei com um Subaru sendo vendido por R$ 6.000.

Fiquei meio incrédulo diante do preço. Procurei outros anúncios e achei vários na faixa de R$ 6.000 a 12.000. Fui logo fazendo uma pesquisa rápida no eBay e vi que existia uma grande variedades de peças e opções no mercado internacional.

Sem muita esperança, fui pesquisando mais anúncios até que achei o anúncio de um Subaru 4×4, 2.0, completo e que estava a 120 km de mim. A pedida era R$ 11.000 e pelo valor não dei muita bola pois naquele momento era completamente impossível eu comprar um outro carro por dois motivos. Primeiro que eu não tinha o dinheiro e segundo porque queria manter meu casamento.

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Algumas horas depois voltei no anúncio para dar uma olhada com mais calma e percebi que aquele anúncio já estava ativo havia três meses. Mandei um e-mail para o vendedor perguntando se o carro ainda estava à venda e logo recebi uma resposta dizendo que sim, e que ele aceitaria negociar o valor.

Papel e caneta na mão, comecei a fazer as contas. Se eu vendesse todas as peças do Chevette, talvez conseguisse comprar um Subaru:

pecasdoChvette1

Chevette no estado: R$ 2.000
Motor AP 1.8 com caixa de cinco marchas de chevette: R$ 1.000
Kit de Flange AP para Chevette: R$ 500
Pinças de freio com pastilhas Wilwood: R$ 1500
Intercooler com tubos e mangotes: R$ 1500
Injeção eletrônica Megasquirt MS3 – R$ 1800
Sonda lambda wideband Innovate – R$ 700
Bobinas COP Accel – R$ 600
Bobina e cabo de vela MSD: R$ 300
Freio de mão hidráulico: R$ 500
Supercharger Eaton M24 – R$ 700
Borboletas individuais – R$ 500

Pronto… estava ali, bem na minha frente a oportunidade de trocar um Chevette que não andava por um Subaru, 4×4, 2.0, completo, com injeção eletrônica e infinitas possibilidades de preparação.

Hum, nada mal! Tudo seria maravilhoso se eu não precisasse vender tudo isso para conseguir a grana do Subaru.

Liguei para o proprietário e combinei de ver o carro no sábado seguinte. Com isso eu teria exatos sete dias para levantar esse dinheiro. E-mails pra cá, telefonemas pra lá e quatro dias depois 70% das peças estavam vendidas. Ainda não somavam os R$ 11.000 do carro, mas como o vendedor aceitaria negociar, essa seria minha carta na manga!

Quando cheguei para ver o carro foi amor à primeira vista! Essa foi a visão que tive:

Subaru Prata

 

Esfreguei os olhos e duas piscadas depois vi isso:

Subaru na garagem

Sem olhar muitos detalhes fiz uma proposta de R$ 8.500. Era tudo o que eu não podia pagar pois eu não tinha todo esse dinheiro ainda. Não era a coisa certa a fazer, eu sei disso… porém, esse tipo de oportunidade é como um cavalo selvagem. Ele passa correndo, sem sela e sem rédeas. Você tem somente uma chance de laçá-lo. Se deixar fugir pode ser que nunca mais em toda sua vida encontre outro cavalo selvagem como esse!

Negócio fechado. Meu cavalo selvagem já estava selado e pronto para ser domesticado! Depois de 130 km, ao chegar em casa e mostrar o carro à minha esposa, ela fala: “Pelo menos não corremos risco de pegar tétano neste carro!”

A partir dali começou a busca desenfreada por informações sobre o carro. Meu conhecimento técnico sobre mecânica e pilotagem estava um pouco acima do básico e eu precisava de muito mais para conseguir tocar esse novo projeto.

O motor do Subaru é do tipo Boxer e tem uma construção bem diferente dos habituais motores em linha que eu estava acostumado a mexer. Eu olhava para o cofre e ficava meio perdido, era tudo muito diferente.

Boxerbaru

Em pouquíssimo tempo aprendi muito sobre o carro e a marca. Descobri algumas boas lojas no EUA onde eu teria possibilidade de comprar alguma coisa e poucos dias depois eu estava com uma lista de peças que não acabava mais. Eu não tinha ideia do que precisaria e muito menos o que eu queria. Tudo que achei legal foi para a lista de desejos e conforme meu conhecimento sobre o carro aumentava essa lista era incrementada e refinada até que chegou o momento da primeira grande compra.

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Mas essa é uma história para o próximo post. Nele vou falar sobre as dificuldades na compra de algumas peças, valores de itens básicos de manutenção e para onde o projeto está caminhando. Até lá!

Por Tiago Máximo, Project Cars #80

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