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Project Cars Project Cars #86

Project Cars #86: um volante sob medida e novos instrumentos para o Fusca Itamar “Maestro”

Olá, pessoal! Já faz algum tempo que eu vinha adiando a escrita deste post, então gostaria de pedir a compreensão de vocês pois estou terminando o ensino médio e fazendo um curso técnico em manutenção automotiva. Por isso ando sem tempo. Neste post vou contar e falar sobre algumas modificações estéticas que fiz sem seguir um estilo ou padrão, e sim seguindo o meu gosto. Conto com a opinião de vocês!

É complicado seguir uma sequência nos posts do tipo: suspensão, freios, motor, estética e afins porque o carro não passou por uma restauração ou algo parecido,  logo, nunca foi necessário seguir uma lista para que o carro funcionasse em perfeitas condições. As alterações que venho fazendo no Maestro (apelido do meu Fusca), não seguem uma ordem e não posso dizer que estão encerradas. Confuso, não? Vou explicar, por exemplo: estão faltando detalhes no lado externo, interno, a parte de suspensão, freios e motor, mas eles só serão feitos conforme a necessidade — e o bolso.

capa

Quando decidi mudar o interior do Maestro, optei por buscar características de outros carros — porque convenhamos: o interior de qualquer Fusca original, por mais bacana e espartano que seja, fica longe de ser algo esportivo ou que apele pelo prazer ao dirigir, a menos que você não goste de acelerar, o que definitivamente não é o meu caso.

Falando agora de interior e dando uma primeira olhada para ele com segundas intenções, pude notar que originalmente os engates das marchas eram demasiadamente longos e as trocas não eram feitas de forma intuitiva, e isso me incomodava de tal forma que logo fui atrás de uma solução para isso. Nesse meio tempo, fui ao meu primeiro encontro de Fuscas, a 9º edição do FUSCAXIAS, que acontece todo final de ano aqui na minha cidade. Lá deparei com a alavanca de engates rápidos modelo Trigger (gatilho) da americana EMPI. Logo que a vi, gostei do seu visual, procurei então, o dono do carro que estava instalada a alavanca e pedi para que eu pudesse ver de perto. Imaginem, foi a amor à primeira  vista: engates curtos, visual matador e, pra fechar o pacote, era plug and play.

Convenci meu pai, de que a alavanca era realmente boa e então fui à procura de alguma loja que a vendesse.

A instalação foi realmente plug and play; precisando apenas um pequeno corte no “carpete” que reveste o túnel do carro. Nossa! Trocar as marchas do pequeno Volks agora se tornou uma alegria: é diferente de tudo que já dirigi. Já fazem quase 2 anos que estou usando e só agora que descobri que ainda é possível fazer pequenos ajustes, movendo a base da alavanca para os lados ou para cima e para baixo, até que você ache a melhor posição para o melhor engate. No meu caso, ela ainda está ajustada para que a troca de segunda para terceira e de terceira para quarta sejam praticamente feitas em um movimento só, para cima terceira, para baixo a quarta. Mas com essa regulagem, a redução de terceira para segunda necessita um pouco de atenção (irei buscar a melhor regulagem o quanto antes).

Empi Shifter

Daí, partimos para o painel. Fui a busca de um volante. O original era enorme, estava gasto e não seguia a proposta do carro. Seguindo o padrão dos anos 1980 e 1990, cheguei a pensar no volante “quatro bolas” encontrado no Passat Pointer e nos Gol GTS e GTi, mas não casaria com carro. Volante de Saveiro Surf então? Totalmente fora… a meu ver esse volante não combina com os Volkswagen antigos. Estava decidido, queria algo que fosse oldschool mesmo! Olhei muitos Fusca por aí, e não achei nada simples e objetivo que seguisse a proposta do Maestro. Pensei também nos volantes de Porsche, mas estaria entrando no estilo “germanlook” e então, eu teria que seguir uma tendência no resto do carro para não ficar algo do tipo “wannabe”.

Certo dia, depois de tentar muitas vezes entrar em contato com a Sparco, encontrei a Lotse, que fabrica volantes. No site da marca, gostei do modelo 70-GT de 335 mm. O atendimento foi bom e duas semanas depois já estava com ele em mãos. A instalação foi fácil, vale lembrar que junto com esse volante pude conciliar duas coisas: a utilização do cubo com o acabamento sanfonado, um detalhe que eu sempre gostei e o modelo do volante côncavo, perfeito!  Com o volante no lugar, percebi que ele ficava muito próximo de mim e por isso, meus braços ficavam excessivamente flexionados, limitando meus movimentos. A solução foi fácil, cortamos o cubo até que a nova “altura” fosse ideal para dirigir.

volante-lotse-70gt-preto

Próximo passo foi a compra de tapetes novos pois os originais já estavam rasgados e gastos pelo uso. Encontrei aqueles de “carpete” com o logo VW e logo arrematei. Péssima escolha, porque por mais que eles tivessem “velcro” para a fixação, os tapetes escorregavam e acumulavam muita sujeira entre as fibras, sendo quase impossível remover toda a sujeira, mesmo aspirando. Então, aqui foi a minha primeira lição com relação a qualquer modificação em carros: antes de fazer ou comprar algo, pesquise bem e ouça a opinião de quem já fez algo parecido.

Não ficou bom, então, fui atrás dos bons e conhecidos tapetes “Borcol” que eram semelhantes aos originais, porém eram bem acabados e deixaram o interior com cheiro interessante. Ótimo!

Começamos então, a pensar no painel, chegamos a trocar os instrumentos originais por outros com fundo branco, no fim ficou uma “manolice”. Pensamos também em adaptar o quadro de instrumentos dos Porsche 914, mas comecei a pesquisar pela internet e notei que muitos fuscas Itamar estão usando estes instrumentos. E por mais bonito que eles sejam, eu voltaria na idéia do (“Germanlook” ou um “Fusca Porsche”), algo que eu não quero. Isso, sem contar que outras modificações no exterior já estavam feitas! Bom, desistimos da idéia.

Num sábado de manhã, eu e meu pai fomos até uma autopeça aqui da cidade, e quando já estávamos praticamente saindo da loja após comprarmos algumas peças pra a manutenção preventiva, olhei para o fundo de uma estante e vi bem de longe um velocímetro de um Alfa Romeo. A curiosidade foi maior do que eu. Pedi para olhar, e acreditem, ele era novo, nunca antes usado (não perguntem como). Mas havia dois problemas, o primeiro que não tinha o tacômetro para fechar o par e segundo o vendedor pedia 500 verdinhas pela peça! Quinhentas!

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Estava perto da data do meu aniversário e fiquei com aquele velocímetro na cabeça. Pesquisei por todos os cantos da internet e não encontrei ninguém que tivesse tentado instalar aquele velocímetro em um Fusca. A única coisa que encontrei foi uma história da “Gorete” do Rafa4Fun. Os amantes de Fusca já devem saber de qual estou falando.

Poucos dias antes do meu aniversário meu pai chegou com a peça em casa e pra melhorar ainda mais o presente, veio com o tacômetro junto, que na verdade estava escondido no depósito da loja, também novo! Então, começamos a projetar o molde para o novo painel.

Para fechar o painel, precisávamos acertar mais alguns detalhes fundamentais como, um rádio que não destoasse com o resto do painel, um console central que alojasse três mostradores e tudo isso precisava parecer original de fábrica, sem parecer algo feito de qualquer jeito, é claro!

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Já tinha o rádio em mente e que casaria perfeitamente com o novo painel. Um rádio original Volkswagen encontrados nos Volks mais atuais. O console central também foi desenvolvido pelo meu pai (assistam o vídeo) e os mostradores precisavam ser algo que ficasse parecido com os instrumentos do Alfa. Só encontrei mostradores com uma proposta mais atual, e os únicos mais antigos que encontrei foram os da marca Cronomac, que seguem a linha dos Fuscas mais clássicos, logo, também não combinavam.

No dia que fui buscar o Maestro da instalação do novo som, encontrei um Puma de um dos donos da “Cavion”, oficina que fez toda a instalação. E no painel do Puma encontrei 3 mostradores originais da marca que me chamaram atenção e que casariam bem com o novo console. De lá saí decidido e fui à busca dos tais mostradores.

Algum tempo de pesquisa na internet e encontrei (marcador de combustível, pressão do óleo e temperatura do óleo) todos do Puma.

Fechamos o painel e agora estamos à procura de dois bancos da marca Recaro, geralmente encontrados nos VW dos anos 80 e 90. O carro vai ficar com um toque anos 90 com estes bancos, por isso estou procurando pelo padrão Xadrez em tons de cinza que são encontrados no gol GTS ano 1991. Aqui, peço a ajuda de vocês para encontrar estes dois caras, que são geralmente encontrados em estado deplorável. Estou ciente de que talvez seja necessária uma possível restauração, mas prefiro começar com algo integro de estrutura. Conto com o apoio de vocês.

E para fechar o interior, tenho em mente fazer o Fusca um 2+2 usando como idéia principal a parte de trás dos “Singer”. Vocês devem estar achando que sou louco, pois falei o tempo todo em não usar a Porsche como idéia, mas a parte de trás dos Porsche não usa nenhum logo, nem nada.

A idéia é retirar o banco traseiro, aumentar a altura do túnel de forma gradual em fibra de vidro, este túnel pintado na cor do carro. Então, fazer dois acentos falsos usando o mesmo padrão dos bancos dianteiro e pra fechar o pacote, instalar uma barra (funcional) que atravesse o “chiqueirinho” e seja usada como suporte para colocar os cintos de segurança que no fim serão decorativos. Para vocês terem uma idéia vou deixar uma foto abaixo do interior dos “Singer”.

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Agradeço mais uma vez a oportunidade de poder contar essa historia a vocês e ao mesmo, quando bate aquela vontade  de largar tudo, venho aqui e leio mais um post dos Project Cars e encontro o que preciso pra continuar. Um abraço a vocês, meus amigos gearheads.

Por João Victor Manfro, Project Cars #86

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