Salve, galera! Depois de ter contado um pouco da minha saga no primeiro post, chegou hora de começar a detalhar o meu projeto! Sei que muitos vão me criticar, chamar de herege, xingar, dizer que não devo fazer isso com um ícone da indústria automotiva brasileira etc. A turma do frisinho vai pirar, mas meu carro não vai seguir a linha da placa preta…
Sempre gostei de carros antigos, principalmente do meu SP2, porém todo mundo sabe das limitações de um projeto dos anos 1970. Portanto a ideia aqui é um carro com o melhor do design antigo e o melhor da tecnologia atual, com uma pitada Pro-Touring. Mas calma pessoal, sou contra modificações irreversíveis, então vou buscar sempre um equilíbrio entre a razão e a emoção para realizar alterações que, se um dia eu precisar ou quiser, possam ser desfeitas.
Exterior
Por fora vou tentar manter o máximo possível da identidade do carro com seus detalhes e acessórios. Quanto às rodas penso muito nas Scorro Dragster pois, como comentei com alguém no post anterior, as minhas “Bolo de Noiva” estão trincadas e não sei se ficariam seguras mesmo reformadas.
Quero deixar o visual o mais parecido possível com isso
Interior
Apesar de possuir quase todas as peças de acabamento interno a ideia é aliviar peso e deixar o carro com um visual “Racing”, portanto o interior vai ser inteiro depenado, mantendo somente o painel original. Usarei bancos concha, cinto de quatro pontos e rollcage para reforço estrutural.
Pelo menos já tenho onde sentar e me amarrar.
Motor
Cogitei a possibilidade de montar um motor a ar, 1.9 aspirado com tudo do bom e do melhor. Depois do primeiro orçamento desisti da ideia, pois gastaria só com o motor e injeção exatos R$17.069,31 (sem o frete) para conseguir 130 pocotós.
Depois de muitas pesquisas, receber sugestões absurdas (de AP à V8) achei uma opção bem interessante porém cara, o motor do Chevy Corvair. O custo seria perto dos R$ 15 mil para um boxer de seis cilindros e 130 cv. Acabei descartando pelo tamanho; o motor não caberia sem cortar um pedaço da lataria e como eu sou chato com modificações irreversíveis o motor do Corvair acabou eliminado.
Continuando minhas pesquisas internéticas acabei deparando com uma Kombi com motor de Subaru. Fiquei igual um louco procurando material sobre como fazer isso e as dificuldades envolvidas. Achei vários vídeos no youtube de Fuscas com essa modificação e cheguei à conclusão que era complexo mas nem tanto. Decidi fazer.
Comecei então a caça ao doador de órgãos e apareceram várias opções variando entre um Legacy 93 bem judiado por R$5.000 até um motor de WRX 2012 por R$13.000. Foquei nos carros inteiros e mesmo que castigados por questões de peças de perfumaria (radiador, reservatórios, fiação, conectores, etc) que viessem a fazer falta durante a adaptação e de preferência providos de um EJ22.
Após a publicação da primeira parte do projeto dei uma travada no freio e segurei a onda por motivos de força maior, mas sempre dando uma olhada nos sites de classificados para ver se não aparecia uma “galinha morta”. Eis que a Marylou falecida (A.K.A. galinha morta) apareceu:
Aqui jaz um Subaru
O doador de órgãos é um Legacy Sedan 93 2.2 AWD com o motor fumando, sem as rodas, embreagem detonada, lataria bem feia, arrematado por R$1.400,00 com os docs em dia. Como não vou usar as rodas, nem a embreagem e nem a lataria acho que fiz um bom negócio, até porque qualquer motor que eu pegasse teria que dar uma geral.
Câmbio
Em todos os stages (pode ser que eu enrosque no #1 ou pule #2) estão previstos o uso de homocinéticas, embreagem hidráulica e estou estudando alavancas de câmbio que transformam o câmbio H em “sequencial” com um mecanismo parecido com esse:
- Stage 1: xcâmbio original SP2, quatro marchas.
- Stage 2: câmbio SP2 quatro marchas retrabalhado (dentes retos, blocante, etc…)
- Stage 3: câmbio Subaru manual cinco marchas com coroa e pinhão da para inverter a rotação do diferencial.
Freios e suspensão
Aqui provavelmente eu utilize as pinças e discos do Legacy para aproveitar o embalo da doação de peças. Quanto à suspensão, na dianteira a ideia é partir para uma “Duplo A” com coilovers, a dúvida só fica entre comprar uma pronta, tipo a da , ou desenvolver um projeto do zero com base em alguns que vi na internet.
Na traseira o negócio fica complicado. Dúvidas pairam sobre minha cabeça entre somente usar a suspensão da Variant II ou desenvolver todo um sistema. Alguns fatores travam essa tomada de decisão. Será que somente o sistema IRS da Variant dá conta do recado? Todo o trabalho de desenvolver uma suspensão nova vale a pena? Qual é mais fácil de reverter caso não seja satisfatório o resultado?
Em minhas pesquisas achei esse desenho de uma suspensão traseira que pode servir de inspiração para a minha.
Bom pessoal, por enquanto é isso. No próximo post vou começar a detalhar o estado do motor e o que estou fazendo nele. Até lá!
Por Danilo Gamarros, Project Cars #93