Mais games no FlatOut! Em uma minissérie que começamos recentemente, estamos consultando os leitores sobre os melhores games de corrida para consoles domésticos (ou portáteis) já lançados, dividindo-os por “eras”: primeiro, foram os games de 8-16 bits (parte 1, parte 2); depois, de 32-64 bits (parte 1, parte 2 e parte 3).
Até agora, falamos de jogos que são, sem dúvida, clássicos. No entanto, nossa percepção destes jogos hoje em dia, a maneira como nos lembramos deles, é bastante influenciada pela nostalgia. É claro que conseguimos reconhecer avanços tecnológicos que estes games foram trazendo ao longo do tempo mas a verdade é que títulos como Top Gear, Sega Rally Championship ou mesmo o primeiro Gran Turismo são bem primitivos se comparados a títulos mais recentes, lançados a partir de meados dos anos 2000. Claro, são bons jogos e gostamos de revisitá-los de vez em quando (quem não gosta?), mas eles estão muitíssimo datados em gráficos, variedade ou jogabilidade.
A sexta geração de consoles começou na virada do século, Mais precisamente, em 27 de novembro de 1998, quando a Sega apresentou o Dreamcast, sucessor do Saturn, e o primeiro console doméstico da chamada “era dos 128 bits”. Depois dele veio o Sony PlayStation 2, lançado em março de 2000; e em seguida Nintendo Gamecube e o Microsoft XBox, ambos lançados em 2001.
É importante frisar, porém, que a nomenclatura “128 bits” usada para a sexta geração de consoles foi, na verdade, uma jogada de marketing utilizada pela Sega e pela Sony, que anunciavam seus consoles como sendo de 128 bits, embora não tivessem, de fato, 128 bits.
O Dreamcast teve vida curta, sendo descontinuado já em 2001 devido a uma mudança na política de produtos da Sega, deixando a briga entre Sony, Nintendo e Microsoft — esta última estreante no segmento.
Os gráficos desta geração de console finalmente começaram a ficar verdadeiramente realistas, com texturas muito mais detalhadas, efeitos de iluminação complexos e o fim dos sprites pixelados. Também foi na sexta geração que as desenvolvedoras começaram a flertar com jogatina online, e que lançamentos multiplataforma se tornaram comuns.
Foi também na sexta geração de consoles que aconteceu Need for Speed Underground, um dos maiores clássicos da história da franquia, e nossa sugestão.
Underground foi o primeiro grande reboot de Need for Speed. Era uma verdadeira revolução se comparado a seu antecessor, Hot Pursuit 2, que como o nome diz era um tradicional arcade que te colocava para acelerar supercarros em rodovias e fugir da polícia (e era sensacional, também). Agora, você dirigia carros tunados livremente pela cidade, passando por checkpoints para disputar corridas, cumprir missões, comprar carros, customizá-los e conferir sua garagem. Era parecido com Grand Theft Auto, sem as trocas de tiros com a polícia.
O carros também eram mais parecidos com o que se vê nas ruas. Claro, havia os mitológicos esportivos japoneses, como o Toyota Supra ou o Nissan Skyline GT-R R34, mas você também podia comprar um VW Golf ou um Ford Focus, se quisesse. Tudo completamente influenciado pela cultura de rua de Los Angeles, na Califórnia – mesma fonte na qual beberam os dois primeiros filmes da saga “Velozes e Furiosos”.
O conceito era tão revolucionário para a época que tanto Underground quanto sua sequência, Underground 2, lançados em 2003 e 2005, respectivamente, tornaram-se clássicos instantâneos, mesmo que tenhamos “deixado de gostar” (você sabe porque as aspas estão aí) deste estilo de modificação.
A customização dos carros era o real selling point de Underground. Você podia trocar body kits, rodas (e até colocar aquelas calotas spinner), aplicar pinturas especiais com efeito candy e furta-cor, mudar a altura da suspensão e encher a lataria de adesivos. Não era incomum, aliás, tentar recriar carros de “Velozes e Furiosos” em NFSU e NFSU2.
Isto porque a mecânica de jogo, com o mundo aberto, a sala de customizações, as músicas licenciadas por artistas do momento e a sincronia com cada momento da car culture mundial se tornaram marcas de todo Need for Speed desde então. E não foi à toa que ficamos tão empolgados quando, em 2015, um novo reboot nos prometeu um novo NFS na pegada de Underground.
Lançado para Gamecube, PS2, XBox, Game Boy Advance e PC em 2003, Underground também acabou se tornando um dos títulos mais democráticos de Need for Speed, outra tradição que se manteve até hoje. Sem falar em outros aspectos que detalhamos neste post em sua homenagem.
Se convenceu? Não importa a resposta. O que importa é que que queremos saber: qual é o seu game favorito da era 128 bits? Deixe a sua sugestão nos comentários, como de costume!