Versões esportivas, por definição, são mais potentes do que os modelos básicos que lhes deram origem. Some a isto o fato de vivermos em uma época na qual motores menores e eficientes entregam cada vez mais potência, e você consegue entender porque hoje, quando vemos um esportivo com 450 ou 500 cv, pensamos “só isso?”
Ok, talvez estejamos exagerando — afinal, nos ofereça um passeio em um Chevrolet Corvette, um Nissan GT-R ou um Mercedes-Benz C63 AMG para ver se não topamos no mesmo instante. É fato, porém, que em um planeta onde os carros mais rápidos beiram os 1.000 cv, o piso de potência esteja cada vez mais alto — o que ajuda a explicar porque a Dodge decidiu dar 717 cv ao seu mais visceral muscle car, o Dodge Challenger Hellcat.
Só que hoje, ainda inspirados pelo aniversariante Elise, decidimos remar para o sentido oposto. A máxima “potência não é nada sem controle” pode ser aplicada aqui, afinal o Elise é um símbolo da leveza e da dinâmica sobre a potência, tendo nascido com um motor de 1,8 litro e apenas 136 cv e, com pouco mais de 725 kg, levava menos de seis segundos para chegar aos 100 km/h em uma reta e garantia o entretenimento nas curvas graças ao entre-eixos curto, a posição de pilotagem colada no chão e à suspensão independente do tipo duplo-A nas quatro rodas.
A nossa sugestão de fato, porém, é mais atual: o Suzuki Swift Sport, que chegou ao Brasil este ano em duas versões: Sport e Sport R, ambas equipadas com um quatro-cilindros de 1,6 litro aspirado de 142 cv. Talvez você agora tenha apertado os olhos e perguntado: “só isso?”
É, “só isso”. E com estes 142 cv, que chegam aos 6.900 rpm (uma faixa consideravelmente alta), mais 17 mkgf de torque a 4.400 rpm, o Swift veio para tentar conquistar àqueles que estão em dúvida sobre qual hot hatch apimentado comprar em meio a um segmento que inclui desde o pequeno Fiat 500 Abarth ao consagrado Golf GTI.
O motor, com comando e coletor de admissão variável, e escape todo em inox (com saídas duplas funcionais), é acoplado a uma caixa manual de seis marchas e leva o Swift Sport aos 100 km/h em oito segundos, com máxima de 210 km/h. Mas não é só isto: com rodas de 16×6 polegadas e pneus Yokohama 195/50; entre-eixos bem curto (para se ter uma ideia, é 60 mm menor que o do Mini Cooper), suspensão acertada e esterçamento das rodas traseiras, ele é um carro muito comunicativo e ágil — e um dos favoritos dos que vão explorar Nürburgring Nordschleife com um carro alugado (você pode ler nossas impressões técnicas sobre ele aqui).
Além disso, com 1.065 kg, ele pesa entre 100 e 153 kg a menos que seus maiores rivais e traz a ótima relação peso/potência de 7,5 kg/cv. A ergonomia é mais do que correta e existe a possibilidade de ajustar o banco do motorista para uma posição de pilotagem bem baixa — todas estas, características bastante desejáveis em qualquer esportivo, mas que ficam especialmente atraentes quando a potência é só um detalhe, e não o principal atrativo.
Seu maior problema é o preço: no Brasil, são R$ 75.990 pelo Swift Sport e R$ 82.990 pelo Sport R, que traz rodas de 17×6,5 polegadas, pneus 205/45 e sistema multimídia como opcional. É um valor perigosamente próximo de concorrentes maiores, mais potentes, mais sofisticados e modernos, de Citroën DS3 a Audi A1, mas seu conjunto certamente garante a diversão ao volante que você espera de um carro nesta faixa. Por estas e outras, o Swift Sport é nossa sugestão.
Agora, queremos saber de você: qual é o esportivo com menos de 150 cv mais legal já fabricado? Lembrando que não precisa ser um carro nacional ou mesmo estar à venda atualmente. A caixa de comentários é toda sua!