Voltamos ao assunto dos videogames de novo? Sim, voltamos, afinal quase todo mundo curte videogames. Foi por isso que, há alguns dias, perguntamos a vocês quais eram os games de corrida mais legais de 8 e 16 bits, e fizemos uma lista com as suas sugestões (parte 1 e parte 2). Seguindo a linha evolutiva dos consoles domésticos, chegou a hora de perguntar: qual é seu game de corrida favorito da era 32-64 bits?
Na segunda metade da década de 1990 os consoles chegaram à sua sexta geração. Por conta dos chips com maior capacidade de processamento, os jogos agora ficaram bem mais complexos e começaram a ser feitos com gráficos tridimensionaos. Assim, a sexta geração também ficou conhecida como “era 3D”.
A Sega entrou na nova geração com o Saturn, de 32 bits, enquanto a Nintendo trouxe o Nintendo 64, com 64 bits (insistindo nos cartuchos em vez dos CDs). A Sony estreou no setor com o PlayStation, também de 32 bits, e foi absurdamente bem-sucedida. Estes fora os três consoles principais da sexta geração, e responsáveis por muitos momentos memoráveis na infância e adolescência de muita gente – este que vos fala, inclusive.
Tive um PSOne, a versão compacta e atualizada do PlayStation que foi lançada em 2000, e posso dizer que devo boa parte do fato de ser um entusiasta a Gran Turismo 2, considerado por muita gente o melhor game de corrida da sexta geração de consoles. Não é unanimidade, claro (nada é), mas certamente é um dos mais bem recebidos títulos do PlayStation.
Para muita gente, esta foi a porta de entrada para o mundo dos JDM
Quando foi lançado, em 1997, o primeiro Gran Turismo introduziu o slogan “The Real Driving Simulator“, mas já haviam simuladores para PC muito mais realistas e personalizáveis. No entanto, o grande barato da série Gran Turismo é o equilíbrio entre a acessibilidade de um arcade e o rigor técnico de um simulador: os controles e menus eram simples o bastante para permitir uma jogatina casual mas, ao mesmo tempo, o modo como os carros se comportavam te obrigava a respeitar pontos de frenagem, a ter noção de pontos de tangência e a aprender as diferenças da pilotagem virtual entre carros de tração dianteira, traseira e integral, por exemplo; e alterar as especificações técnicas dos carros (trocar motores, instalar diferentes tipos de modificações no motor, na suspensão, nos freios e nos pneus) alterava sensivelmente o modo como eles andavam.
Gran Turismo 2, de 1999, trazia tudo isto e ainda melhorava aspectos importantes: uma seleção de carros muito mais extensa – quase 650 modelos e versões diferentes, contra menos de 200 no primeiro Gran Turismo –, uma maior variedade de circuitos, menus melhor desenhados e trilha sonora mais variada, além de gráficos aperfeiçoados e controles aprimorados para os carros.
O jogo cresceu tanto que, diferentemente do primeiro Gran Turismo, foi gravado em dois CDs: um para o modo Arcade, e outro para o modo Simulation. Ao completar mais eventos do modo de simulação, você liberava conteúdo (carros e circuitos) no modo Arcade. Eu demorei bastante tempo para descobrir que era assim que funcionava – jogava só no modo Simulation e, quando finalmente me aventurei pelo Arcade, ver muito mais pistas e automóveis disponíveis foi uma boa surpresa.
Isto sem falar na icônica cena de abertura e na trilha sonora, que trazia composições próprias e músicas licenciadas – todas memoráveis, fosse Moon Over the Castle ou My Favourite Game, e em toda a nostalgia que emana do jazz que tocava enquanto você escolhia um carro novo para comprar, passeava pelas opções de preparação e esbravejava por não conseguir passar naquele teste para tirar mais uma licença. Ah, doces lembranças!
GT2 foi o título que consagrou a franquia como uma das maiores dos jogos de corrida, e sua receita básica permaneceu a mesma nos títulos que se seguiram – sendo reproduzida (e, para alguns, melhorada) por rivais como Forza Motorsport na geração seguinte. Na verdade, há quem diga que GT3 acabou decepcionando quem esperava um sucessor ainda melhor – tinha menos carros e um gameplay mais truncado, deixando com GT4 a responsabilidade de mostrar a qualidade da série no PlayStation 2. Mas isto é um assunto para um próximo post.
Agora, Gran Turismo 2 é um belo jogo, capaz de despertar a paixão por automóveis em qualquer pessoa, mas não é o único grande game de carros para os consoles de 32 bits e 64 bits. Quais são seus favoritos? Então, a caixa de comentários é toda sua!