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Car Culture

Qual o ronco de motor mais bonito do Brasil?

Não há dúvidas de que o ronco do motor conta por mais da metade da experiência ao volante. Orgânico, musical, visceral, apaixonante, agressivo, tímido, rouco, anasalado – é principalmente ao ronco que atribuímos características humanas ao automóvel. Talvez seja por isso que todo car lover tem ou já teve alguma resistência aos veículos elétricos…

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De fato, todo o sistema – do filtro de ar à ponteira de escape – age como um instrumento musical. O motor é uma bomba de ar, cujo som, timbre, notas e acordes são formados pela passagem do gás em cada um de seus elementos: restrição do filtro de ar (quem nunca percebeu a diferença no ronco ao botar um filtro esportivo?), passagem do ar pelos corpos de borboleta (os mais treinados conseguem ouvir o momento em que o segundo estágio de um carburador quadrijet entra em ação), ritmo do fluxo de ar ditado pelo comando de válvulas (não só a rotação – por exemplo, os Vtec mudam totalmente o timbre, o tipo do ronco), diâmetro e curvaturas dos dutos de admissão e escape, a rotação do motor (que irá definir a nota), e a pulsação no sistema de escape, ditada pela ordem das explosões nos cilindros, sua frequência e a passagem de ar entre as válvulas de admissão e escape (overlap faz uma baita diferença).

A pulsação explica não só a diferença que existe entre um V8 com virabrequim plano (como o da Ferrari) e o cruzado (como o de um Mustang), como é o principal determinante que separa o ronco dos motores de dois, três, quatro, cinco, seis, oito, dez, doze e dezesseis cilindros. E há pulsações similares. Quando separamos as frequências do ronco de um motor V10, os registros mais graves e médios formam um acorde de terça maior – na mesma escala do cinco cilindros em linha, o que explica por sua vez por que um Audi Quattro tem ronco parecido com o de um Lamborghini Gallardo. Este parentesco também existe entre os motores de três, seis e doze cilindros, e entre os V8 de virabrequim de plano cruzado e os V16, por exemplo.

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A cereja do bolo, claro, é o sistema de escape. Ele não vai mudar as características principais de pulsação e alcance tonal – nunca será possível fazer um Honda Civic roncar como um Dodge Viper (não, swaps de motor e simuladores digitais de roncos não contam) -, mas é capaz de mudar radicalmente o volume e o timbre. O sistema de escape funciona como o amplificador e os efeitos básicos (distorção, chorus) de uma guitarra. Tubulação de maior diâmetro, fluxo mais livre com coletores dimensionados, câmaras com ressonadores de diversos desenhos, as possibilidades são infinitas.

 

Mas e aí? Qual o ronco de motor mais bonito do Brasil?

Divagações à parte, queremos saber a opinião de vocês: qual o ronco mais fodástico do Brasil? Contam apenas carros fabricados no País – e isso permite, por exemplo, a participação de veículos montados aqui com alguns componentes (como o motor) vindos de fora. Valem roncos de todas as décadas, de carros de corrida ou de rua.

Para enriquecer um pouco mais a lista, também valem carros específicos. Aquele carro de arrancada de Fulano, aquele monstro de track day de Beltrano, o popular preparado do seu amigo, etc. Assim, vamos fazer uma lista mista, que inclui modelos de automóveis originais e carros únicos.

Simbora participar? Deixem a sua resposta nos comentários – de preferência, com o link do seu vídeo favorito para demonstrar o ronco!