Eu não tinha nem cinco anos completos quando minha mãe me colocou no banco do passageiro do nosso Escort 88 novinho com minha avó e minha irmã ainda bebê no banco traseiro para visitar minha tia no Rio de Janeiro. Era uma viagem curta, não chegava aos 200 km, mas era na Dutra, que não era uma rodovia muito segura na época. Além disso era uma moça de 30 anos com duas crianças e uma senhora de quase 60 anos no banco traseiro entrando em uma cidade com a qual ela não era assim tão familiarizada. Não era algo extraordinário, mas também nunca foi um problema para ela.
Minha mãe aprendeu a dirigir nova. Meu avô não era o típico pai de menina: "Quer dirigir? Então vai ter que trocar o pneu do carro sem minha ajuda". E foi assim que começou a relação de minha mãe com os carros: trocando o pneu de um Opala 1970 3800 com câmbio na coluna.
Meus pais quase sempre tiveram somente um carro. Não precisavam de dois: minha mãe deixava meu pai no trabalho e ficava com o carro o dia todo.