ja falamos deste assunto aqui a maioria das inovaçoes de verdade aquelas que mudam realmente algo profundamente nao acontecem num vacuo nao ha uma so pessoa genial por tras dessas inovaçoes; mesmo que esse genio seja o unico capaz a juntar uma miriade de coisas num so todo coeso e revolucionario ele o fez subindo os degraus criados por outros antes dele um exemplo e colin chapman um genio sem sombra de duvida mas um que diferente de todos em sua epoca e uma incrivel quantidade de gente mesmo hoje era um leitor voraz um aprendiz eterno num meio de competiçoes onde experiencia empirica a tentativa e erro e experiencia dos sabios idosos era tudo que interessava chapman descobriu os trabalhos teoricos de pioneiros como maurice olley na gm e nao adivinhava calculava para os antigos sua habilidade parecia magia; era tao somente experiencia pratica somada a uma bagagem teorica solida chapman era um genio por muito mais que apenas isso mas em todas as facetas deste engenheiro complexo sua genialidade so era possivel naquele ponto especifico da historia do automovel construimos algo sempre em cima do que criaram os que vieram antes de nos a historia de hoje e sobre exatamente isso sobre uma invençao que quando apareceu ninguem deu importancia a imprensa na verdade escorraçou a como uma brincadeira tecnologica cafona e irrelevante uma mancha em um carro que de outras maneiras era desejavel e moderno o publico concordou e a inovaçao sumiu esta inovaçao claro e o painel digital hoje ela esta em absolutamente todo lugar e algo onipresente por ser infinitamente melhor mais precisa infinitamente configuravel para os gostos de todos mais barata de funcionamento mais confiavel sim nao e a mesma coisa que relogios maravilhosamente belos legiveis e legais de por exemplo uma alfa romeo gtv tipo 105 como relogios de pulso suiços mecanicos numa era digital esses nunca vao sumir mas na vasta maioria das aplicaçoes vao e ninguem devia chorar por isso voce pode nao gostar do design ou do exagero do tamanho principalmente das imensas telas no centro do painel inventadas pela tesla e que pouco tem a ver com a conduçao em si mas isso e irrelevante aqui o que interessa e que a tecnologia existe e nao e ma em si e mais uma ferramenta no arsenal do engenheiro que pode usa la para fins sensacionais ou nao como a energia atomica que faz tanto a arma de destruiçao em massa mais poderosa da historia da humanidade e e capaz de fazer tambem a geraçao de energia eletrica mais limpa que se conhece em escala realmente industrial a tecnologia em si como a maquina em si nao pode ser julgada como bem ou mal; apenas o que nos humanos seus mestres fazem com elas entao vamos hoje descobrir como esses paineis digitais deixaram de ser uma curiosidade para serem algo real com desenvolvimento real para um produto real a ser vendido e garantido nao deixa de ser esta tambem mais uma materia comemorando os 70 anos do corvette; nem que seja de uma forma lateral o substituto de zora faz o seu corvette o engenheiro chefe do corvette de 1975 a 1992 chamava se dave mclellan mclellan substituiu zora arkus duntov no cargo efetivamente a segunda pessoa a ter a importante e invejavel cadeira e foi talvez tao influente quanto seu famoso antecessor era muito diferente de seu antecessor na verdade zora era um russo que era mais piloto de teste speed freak e agent provocateur que um engenheiro em si mclallan era um serio engenheiro do michigan uma cria da gm logico puritano e educado frente ao furacao maluco e sem estribeira que era zora arkus duntov [caption id= attachment_335899 align= aligncenter width= 627 ] dave mclellan[/caption] o seu corvette aquele que projetou de cabo a rabo e e seu e a quarta geraçao c4 de 1984 um carro que quase definiu o futuro do corvette tambem a base teorica e pratica que criou para o c5 antes de se aposentar definiram o corvette moderno pode se dizer sem medo de errar que o c6 e o atual c7 sao a evoluçao da base que mclellan fez para o c5 o c4 e um carro cheio de erros e acertos e parece claro todo compromisso que teve que fazer para chegar nele e em engenharia tudo e um compromisso erros as vezes crassos na verdade sempre tem um motivo serio por tras mesmo que algumas vezes este motivo que parecia tao importante durante o projeto tenha se provado irrelevante para o mercado e a critica prever o futuro coisa corriqueira para pessoas como mclellan nao ocorre sem alguns erros de diversos tamanhos prever o futuro e o jogo depois de pronto e lançado e facil criticar adivinhar a reaçao tres anos antes e que e dificil [caption id= attachment_335897 align= aligncenter width= 999 ] o chassi do c4[/caption] por exemplo desde o lançamento o carro foi criticado por uma certa quantidade de movimento do curvao em relaçao ao resto do carro e os barulhinhos que inevitavelmente apareciam por causa disso mclellan explica que o carro fora desenvolvido durante muito tempo para ter como o c3 anterior e alguns f body camaro e firebird contemporaneos a configuraçao conhecida como t top onde dois paineis removiveis faziam do carro um quase conversivel mas sem os problemas estruturais dos conversiveis tradicionais por manter uma barra central de ligaçao entre a parte de tras do carro e o topo do para brisa [caption id= attachment_335883 align= aligncenter width= 800 ] o t top do c3[/caption] como o carro tinha que atender novas normas de impacto frontal e proteçao de ocupantes a gm empregou varios entao novos e sofisticados metodos de calculo estrutural computadorizado para o projeto a rigidez do chassi tipo spaceframe prometia ser excepcional mas mais adiante no projeto um executivo importante da gm coloca em duvida o t top segundo ele o mercado entendia o t top como um conceito ultrapassado e que o ideal seria o teto conhecido como targa nome inventado e registrado pela porsche sem a barra central de ligaçao [caption id= attachment_335889 align= aligncenter width= 999 ] c4 sem a barra do t top[/caption] mclellan foi radicalmente contra protestou veementemente e lutou contra mas no fim foi vencido e obrigado a retirar a barra de ligaçao com resultados obvios na rigidez final do carro a estrutura como fora projetada dependia daquele componente e nao permitia ganhos significativos com os reforços inferiores que foram adotados para compensar uma canetada mas uma coisa boa acabou vindo disso como um targa estruturalmente seria identico a um conversivel o corvette passou a ser oferecido tambem nessa versao apesar de inicialmente nao ter sido considerada nem como opçao e quando criou a base do c5 mclellan o fez de tal forma que toda a rigidez se concentrasse na parte de baixo adotando os dois enormes trilhos de perfil fechado hidroformados que sao a base dos corvettes desde entao essas longarinas hidroformadas sao componentes lindos começam a vida como longos tubos de seçao circular e se tornam longarinas bem mais curtas e de maior seçao agora retangular e fechada por meio de agua sob pressao injetada dentro deles dentro de um molde metalico ao corrigir os erros do passado criou uma estrutura inedita rigida leve eficiente e tao versatil que sobreviveu em conceito ate o c7 se perpetuando por pelo menos mais uma geraçao inteira do carro esporte americano mas este caso do t top foi um erro crasso apenas da gm como empresa sem nenhuma influencia externa a nao ser talvez a opiniao dos compradores de que o t top era ultrapassado muito mais relevante e o que aconteceu com o painel de instrumentos do c4 o pioneiro digital a historia do painel e a seguinte quando a gm começou a projetar a estrutura do corvette encontrou dificuldades para simular os impactos frontais hoje simulaçoes de impacto frontal e deformaçao de estruturas sao corriqueiras e inacreditavelmente precisas mas ha mais de trinta anos a tecnica ainda estava em sua infancia o time de mclellan entao acaba por entrar em contato com a grumman aircraft company a empresa sob contrato dos militares americanos estava estudando os casos de helicopteros caindo verticalmente neste tipo de acidente pouco dano ocorria na aeronave mas seus ocupantes sofriam muito e portanto algo devia ser feito quanto a absorçao de impactos para tal a empresa desenvolveu um metodo e comprou um supercomputador cray o computador e seus metodos tambem podiam ser contratados por empresas de fora e assim mclellan e a gm entram nesta historia todas as simulaçoes estruturais de crash test do corvette c4 foram realizadas no cray da grumman em bethpage nova york como nao poderia deixar de ser os engenheiros de ambas as companhias acabam trabalhando juntos a conversar sobre suas respectivas areas de atuaçao tornando a troca mutua de conhecimento e o trabalho em conjunto muito agradavel esse relacionamento acaba por gerar um convite por parte da grumman para que a equipe de projeto do corvette visitasse o a empresa para conhecer sua criaçao maxima o caça f14 tomcat [caption id= attachment_335909 align= aligncenter width= 627 ] o cockpit do f14 tomcat[/caption] obviamente e um dia incrivel para todos os engenheiros mas mclellan faz algo a mais leva consigo tambem os chefes do estudio de design do corvette jerry palmer exterior e bill scott interior bill scott e seus funcionarios e os engenheiros de interior sao os que ficam mais marcados pela visita o piloto e navegador do f14 ficavam cercados por botoes alavanquinhas e comandos diversos e algumas telas digitais; o cockpit do caça fora desenvolvido com funçao em primeiro lugar obvio apesar de complexo ao extremo tudo devia ser possivel de se acessar intuitivamente no escuro e usando luvas pesadas a clareza e funcionalidade dos mostradores digitais deixou a equipe impressionadissima [caption id= attachment_335898 align= aligncenter width= 999 ] o painel do c4 1984 pioneiro esquecido[/caption] o que sucedeu foi uma pequena e ate hoje desconhecida revoluçao bill scott e os engenheiros debaixo de mclellan desenvolveram mostradores digitais para o novo corvette e basearam o painel de instrumentos todo nessas telas planas parecidas com as do f14 a visualizaçao dos instrumentos e a clareza da informaçao passada melhorou muito e novos tipos de componentes os mostradores digitais de cristal liquido foram desenvolvidos para produçao e validados abrindo caminho para seu uso industrial em massa apesar do preço ainda alto a especificaçao automotiva era muitas vezes mais drastica que a aeronautica com operaçao no calor e frio extremos poeira nevoa salina interferencias eletromagneticas entre tantas outras os mostradores acabaram extremamente precisos tambem a qualquer velocidade o velocimetro errava por menos de 1 6 km/h os instrumentos convencionais de entao eram calibrados a uma velocidade de teste e a leitura era pelo menos no melhor dos casos 5% fora da realidade o corvette nao foi o primeiro instrumento digital da historia mas foi o primeiro de cristal liquido muito parecido com os atuais em sua construçao basica; ao valida los para venda em inumeras normas automotivas abriu caminho para um desenvolvimento que da frutos ate hoje incrivel nao bem nao foi como foi recebido na epoca um painel star wars a imprensa especializada porem nao gostou nem um pouquinho do painel de caça a jato de mclellan por choque do novo saudosismo ou mesmo resistencia para aceitar a mudança de algo que em sua opiniao estava otimo e nao precisava mudar o painel foi muito criticado para os criticos americanos era cafona exagerado em 1984 a febre da star wars de 1977 ja arrefecia e essas soluçoes modernas cheias de mostradores digitais agora pareciam cafonas a critica implacavel e incessante acabou por acabar com este tipo de painel e atrasar seu desenvolvimento por pelo menos 20 anos depois do impeto inicial do corvette mesmo o corvette c4 teve que mudar o seu painel totalmente para aplacar a ira da imprensa antes do fim de seu ciclo de produçao [caption id= attachment_335907 align= aligncenter width= 999 ] em 1991 este painel apareceu com ponteiros e instrumentos convencionais tambem mas ainda bastante digital [/caption] mas depois do desaparecimento nas ruas o painel digital lentamente voltou naquele que e o mais serio e focado em funçao campo da engenharia automobilistica as competiçoes hoje em dia praticamente nao existe carro de corrida sem um moderno painel de cristal liquido e e claro a nova paixao da humanidade por telinhas de computador bonitinhas espalhadas por todo lado em celulares e tablets abriu caminho para que telas digitais voltassem aos automoveis primeiro nas irrelevantes centrais de entretenimento e navegaçao e agora de onde nao deviam ter saido no painel com configuraçoes variaveis e possibilidades literalmente infinitas e elas sao o futuro sem sombra de duvida o caminho da cafonice parece que foi o principal tomado por todos; mas mesmo quando isso arrefecer o mostrador digital multiconfiguravel e um caminho sem volta uma inovaçao que a seu tempo foi quase que totalmente ignorada nao e incrivel mclellan se resignou apenas mesmo que aquilo fosse algo que julgava muito legal disse resignado uma caracteristica classica de uma profissao onde a frustraçao de nao ser entendido e diaria a imprensa viu o painel digital como algo cafona e chamativo; nos o vimos como uma forma de visualizaçao clara precisa e completamente sem ambiguidades a visao deles foi a que prevaleceu dave mclellan
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