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Quanto custa o seguro do novo Polo 1.6 MSI e do Corolla Xei 2.0 VVT-i?

Na hora de trocar de carro, além dos fatores de apelo emocional como desempenho e beleza, é natural levar em conta os fatores racionais, como custo de manutenção e reparo, desvalorização média e, claro, valor do seguro. Afinal, como bom entusiasta, você sabe que cuidar do carro não se resume a manutenção adequada, uso correto, lavagem e enceramento. Uma boa apólice de seguro é fundamental para curtir nossos carros sem preocupações. Prova disso é que 90% dos carros novos vendidos no Brasil já saem do pátio das concessionárias assegurados, conforme indica um levantamento da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais realizado em 2017.

O valor do seguro é um critério tão importante que pode ser o fator decisivo de uma compra, especialmente quando se está em dúvida entre dois modelos com qualidades semelhantes. O problema é que muitos motoristas desconhecem como se chega ao valor do seguro, e quais são os critérios que o fazem variar de cidade para cidade e de modelo para modelo. Agora que você já sabe tudo sobre a contratação do seguro online, chegou a hora de conhecermos os fatores que influenciam o preço da apólice.

Para explicar quais são estes fatores, o  escolheu dois modelos que estão entre os dez mais vendidos do segundo semestre de 2018  — o Volkswagen Polo, e o Toyota Corolla — e simulou cotações em 20 capitais na maior seguradora do mercado nacional. O resultado a gente vê a seguir.

 

Volkswagen Polo 1.6 MSI

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Lançado no final de 2017, o Polo se tornou o modelo mais vendido da Volkswagen logo no primeiro semestre de 2018. Ainda que tenha sido ultrapassado pelo Gol neste mês, ele segue como o sexto modelo mais vendido no Brasil em 2018, com mais de 63.000 unidades acumuladas desde janeiro.Untitled-1

Baseado na moderna plataforma MQB, ele é oferecido em quatro versões, duas com o motor 1.0 TSI, uma com o motor 1.0 MSI e a intermediária com o motor 1.6 MSI, com bloco e cabeçote de alumínio, 16 válvulas e 117 cv, que é a mais popular delas. Por isso é esta versão que vamos usar na simulação: um Polo 1.6 MSI 2018/2018, cujo valor de referência, segundo a tabela FIPE, é R$ 49.055.

Como vamos comparar o preço em diferentes regiões, o perfil do motorista é sempre o mesmo: homem casado de 31 anos, que tem portão automático na garagem de sua casa, localizada em um bairro com boa infraestrutura nas 20 cidades mais populosas do Brasil.

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Nesse levantamento, duas cidades se destacaram: Niterói, no Rio de Janeiro, e Brasília, a capital federal. Elas são o melhor exemplo para entender as diferenças de valores.

Separada da capital fluminense pela famosa ponte de 13,3 km, Niterói tem uma das vistas mais belas do Rio de Janeiro, mas a beleza fica distante quando se fala em seguro auto: ela é a cidade mais cara do levantamento, com o valor do seguro chegando aos R$ 3.247 — mais que o dobro do valor em São Paulo, onde o seguro do Polo custa R$ 1.476. Na capital federal, o seguro do Polo custa apenas R$ 1.314.

 

Toyota Corolla XEi 2.0

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O Corolla já está entre nós há mais tempo que o Polo: a atual geração foi lançada em 2012 e atualizada por um facelift em 2017. Mesmo em final de carreira (a nova geração deve chegar na metade de 2019), ele se mantém como o líder de seu segmento com mais de 53.000 unidades vendidas em 2018.

A versão que usaremos nesta simulação é a XEi 2018/2018, que é a mais barata equipada com o motor 2.0 de 153 cv e câmbio CVT com simulação de sete marchas, e corresponde à maior parte das vendas do sedã. Seu valor de referência segundo a tabela FIPE é R$ 92.400, e o perfil do motorista também é homem casado de 31 anos, que tem portão automático na garagem de sua casa, localizada em um bairro com boa infraestrutura nas 20 cidades mais populosas do Brasil.

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Como na simulação do Polo, o preço foi mais alto na cotação para Niterói, chegando a R$ 5.664, e mais baixo em Brasília, onde a cotação ficou nos R$ 1.989 — praticamente o mesmo valor da capital paulista, onde o seguro do Corolla sai por R$ 2.006, uma diferença de apenas R$ 17.

 

Por que tanta diferença?

Uma das explicações para essa diferença de valores está num dos pontos principais de uma apólice: a violência urbana. Niterói conta com um alto índice de criminalidade, que é uma extensão da violência em todo o Estado do Rio de Janeiro. Como consequência, os índices de roubo e furto de veículos são mais altos. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o roubo aumentou 80% no Estado entre 2015 e o primeiro semestre de 2018. Em janeiro deste ano, por exemplo, Niterói registrou 176 roubos de veículos, um aumento de 44% em relação ao mesmo período de 2017.

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Na comparação que utilizamos, a seguradora assume que um veículo em Niterói fica muito mais exposto a riscos do que em uma cidade com menores índices de criminalidade, como é o caso de Brasília. A capital federal foi considerada o município com maior qualidade de vida do País, segundo o ranking da consultoria de recursos humanos Mercer. Por esse motivo, o seguro do Polo MSI saiu tão mais barato em Brasília.

Além disso, o modelo do carro também influencia a cotação: se ele tiver um alto índice de roubo e furto maiores, significa que é mais visado. Esse parâmetro é calculado pelo Índice de Veículos Roubados, que é obtido pela divisão do número de sinistros ocorridos pelo número de veículos expostos (segurados) em determinada região. É o caso do Toyota Corolla, que aparece entre os 30 carros mais roubados/furtados no Brasil, enquanto o Polo figura nas últimas posições, com um índice baixíssimo de sinistros.

Esses dados são importantes para explicar a variação do preço do seguro auto, mas a violência não é um fator isolado nessa análise. Se fosse assim, Alagoas, que é o 5º Estado mais violento do Brasil, deveria ter preços de seguro superiores aos do Paraná, que está na lista dos menos violentos do País. É importante destacar que a cotação realizada pelo IQ Seguros foi realizada em bairros com infraestrutura similar, o que inclui a segurança.

Mas outros fatores mexem com os valores finais do seguro. A taxa de sinistralidade por motivos não relacionados ao crime (ocorrência de batidas, por exemplo), assim como o custo de mão de obra e de peças para o reparo de acidentes também entra na conta do preço da apólice. Por fim, as seguradoras têm uma estratégia comercial própria para aumentar ou equilibrar a carteira de clientes – que pode variar de acordo com cada região do País ou até mesmo o tipo de veículo. Essa é uma variável de preço de cada empresa, que não é pública e pode ter mais peso para uma companhia do que para outra.

Em resumo, fatores como ano de fabricação, local de produção e índice de sinistralidade são essenciais para diferenciar o valor do seguro entre os veículos, assim como o perfil do motorista. Mas tão importante quanto essas informações é o registro do número de furtos e roubos em uma cidade, que acaba sendo um dos pontos mais decisivos para a variação do preço do seguro auto.