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Zero a 300

Quanto vai custar a Maverick no Brasil? // um novo Shelby a caminho // um “novo” Lancia Aurelia e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do , o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Quanto vai custar a Ford Maverick no Brasil?

Logo que Ford Maverick começou a rodar em testes nos EUA, apareceram os primeiros rumores e apurações de que ela seria vendida no Brasil. Inicialmente, falava-se nela como uma concorrente da Fiat Toro. Porém, uma boa olhada no posicionamento dos modelos da Ford somado ao fato de ela ser um modelo importado do México, já nos levantaram suspeitas de que ela não conseguiria fazer frente à picape da Fiat em termos de preço de venda. Quando ela foi finalmente lançada nos EUA e seus preços foram revelados, ficou claro que ela jamais seria uma rival direta da Toro no Brasil.

Primeiro, porque a Maverick usa uma plataforma mais recente que a da Toro, o que significa um custo de produção mais elevado e necessidade de amortização de investimento. Depois, porque a Fiat Toro, embora equipada com um bom e moderno motor turbo, fica nos 185 cv, enquanto a picape da Ford chega com 250 cv. É claramente um carro de outra categoria. Nem mesmo o motor diesel se aproxima do 2.0 turbo da Ford, pois o torque do 2.0 turbodiesel da Fiat é 35,7 kgfm, enquanto a Maverick tem 38,3 kgfm. No fim das contas, isso resulta em um inevitável descompasso na tabela de preços.

A Fiat Toro com o motor 1.3 GSE Turbo parte dos R$ 137.400 (em SP) e vai até a faixa dos R$ 175.000. Equipada com o motor diesel, ela parte de R$ 172.020 e vai até os R$ 210.000 na versão de topo equipada com todos os opcionais disponíveis. A Ford, caso queira disputar com a Toro, irá mirar a versão de topo Ranch. Mas, honestamente, não parece o caso. Talvez a Ford esteja apostando no pioneirismo na exploração de um nicho como fez com o EcoSport, quase 20 anos atrás.

Afinal, o fato de a Maverick ser uma picape monobloco não é fator determinante para que ela seja concorrente da Fiat Toro — assim como a Duster Oroch nunca foi uma rival direta da picape da Fiat. Essa relação não tem base no mundo real, mas em uma interpretação equivocada por ser baseada apenas em uma das dezenas de características dos carros.

Agora, por que digo que a Ford tentará criar um nicho para si? Porque a marca já confirmou que é a Maverick Lariat FX4 que chegará ao Brasil no início de 2022. Lá fora, esta é a versão de topo, que custa cerca de US$ 26.500 (parte de US$ 25.500 e pode chegar aos US$ 27.800). Como comparação, o Bronco Sport vendido no Brasil é a versão Wildtrack de R$272.600, que tem como equivalente a americana Badlands, de US$ 33.000. Da mesma forma, o Mustang Mach 1 custa R$ 545.000 e é vendido por US$ 55.300 nos EUA. Isso nos dá uma razão de conversão variando entre 9 e 10 — ou seja: o preço inicial em dólar como divisor do preço final em real.

Considerando que a picape Maverick tem carga tributária mais semelhante à incidente sobre o Bronco, podemos esperar, portanto, que versão Lariat chegue ao Brasil por cerca de R$ 210.000 e R$ 240.000 — que, por acaso, é o intervalo de preços entre a Ranger Black, com o motor 2.2 e a Ranger Storm 3.2. São propostas diferentes de picape, claro, mas considerando que parte do público consumidor de picapes as utiliza como carros de passeio, apenas, a Ford estaria preenchendo um gap de preços com um produto que pode ser mais interessante para essa parcela do público. E, de quebra, pode roubar alguns compradores da Toro Ranch diesel. (Leo Contesini)

 

Shelby promete novo Mustang para 15 de dezembro

Carrol Shelby levou uma vida tão cheia de eventos e conquistas diferentes que poderia encher mil livros. E provavelmente o fez. O fato é que qualquer capítulo da vida deste texano é maior que a vida inteira de pessoas normais como nós. Mas como não poderia deixar de ser, é também uma vida cheia de esquemas, movimentações corporativas estranhas, brigas por nomes e propriedades, e uma bagunça empresarial de dar gosto. Nada é perfeito.

Os Mustang GT350 e GT500 atuais (o primeiro recentemente descontinuado) são feitos pela Ford; apenas o nome Shelby é licenciado pelo gigante de Dearborn. Os carros que a Shelby American oferece são os Super Snake e o Signature Edition, Mustangs ‘tunados’ pela empresa sediada em Las Vegas, foco de muitas disputas envolvendo propriedade e nomes, durante os anos.

O GT350R: descontinuado

Esta semana a Shelby anuncia que, em 15 de dezembro próximo, vai mostrar “algo especial”. Como o anúncio veio com uma imagem da silhueta de um Mustang coberta pela capa, mas muito pouco além disso, imaginamos que será um novo Mustang preparado pela empresa. O que será exatamente é um chute; ninguém sabe exatamente o que realmente virá.

Mas um bom chute é o seguinte: o GT350, o carro que originalmente fez grande parte da fama da Shelby a partir de 1965, agora foi descontinuado pela Ford, sobrando apenas o Mach 1 e o GT500 em sua gama. A hora parece propícia para o GT350 voltar a ser um Mustang normal da Ford, preparado pela Shelby American. Mas para saber se é isso mesmo, vamos ter que esperar dia 15 de dezembro. (MAO)

 

Lincoln Zephyr ressurge na China

A China parece ser realmente o depósito de marcas obscuras e obsoletas americanas. A Buick por exemplo, certamente teria tomado o caminho do Dodô se não fosse a força do nome neste que é hoje o maior mercado do mundo. E agora chega a notícia que uma marca a muito tempo defunta, a Lincoln-Zephyr, vai voltar para o mercado chinês. Agora como um modelo Lincoln.

O Zephyr original, 1936

Um passo para trás para contexto: O Lincoln-Zephyr é uma criação do sofrido filho de Henry Ford, Edsel, e seu braço direito, Eugene Turenne “Gene” Gregorie. Apaixonado pelo design e as artes em geral, Edsel é o responsável, em última instância, por criar o design da Ford, e todo carro bonito da empresa desde o modelo A. O Zephyr foi criado em 1936, inspirado nos Chrysler Airflow e nos estudos de motor traseiro de John Tjaarda na Briggs Manufacturing Company. Era uma linha mais barata da Lincoln, com desenho futurista, fazendo a ponte entre o Ford V8 DeLuxe e o Lincoln Model K em tamanho e preço. É um clássico do design industrial.

Embora a Lincoln tenha abandonado os sedans em seu mercado doméstico, continua firme com eles na China. O novo Lincoln Zephyr, originalmente revelado como um carro-conceito no início deste ano, agora fez sua estreia em produção e estará à venda na China no início de 2022.

Com entre-eixos de 2990mm, o Zephyr está entre os defuntos americanos MKZ e Continental em termos de tamanho. Lincoln não disse se tem tração dianteira ou integral, mas parece usar uma arquitetura transversal, baseado no Fusion. O motor é um 2.0 turbo e quatro em linha, a transmissão uma automática de oito velocidades, mas não se sabe muito mais. O design parece interessante, se um pouco derivativo, como se fosse o resultado de uma tórrida noite de amor entre um Audi A7 Sportback e um Lincoln Continental. E de alguns ângulos, lembra até o VW Virtus.

Uma espiadela num futuro próximo, em que a Buick e a Lincoln se tornam marcas chinesas. Quem diria! (MAO)

 

Aurelia Outlaw European CSL: um ‘restomod’ do Lancia Aurelia

O “restomod”, carros antigos reimaginados com mecânica modernizada, são uma febre entre milionários, gente que não está contente de comprar um GT3 igual o do vizinho, e tem de alguma forma se sobressair com algo ainda mais especial. Na maioria das vezes, o resultado desses exercícios é quase pornográfico em sua beleza e performance.

Assim é este Aurelia ‘Outlaw’ European CSL: uma reinterpretação moderna do clássico Lancia Aurelia dos anos 1950, o primeiro V6 de produção, e um GT clássico da casa de Vicenzo.  Apenas três carros serão feitos.

O carro é movido não por um motor Lancia: é um Alfa Romeo “Busso”, o mais famoso V6 italiano, aqui preparado para 3.2 litros e 304 cv. O carro pesa apenas 1100kg, e com o nervoso Busso, deve dar um desempenho fenomenal. Lembre que o Aurelia original não passava, em suas versões mais bravas, de 110cv.

Thornley Kelham, o criador da obra, modificou o resto do carro para lidar com a potência extra, e diz que foi ajustado para estrada, não pista. Diz que ainda é inspirado na personalidade ágil original do Aurelia, mas está mais de acordo com as expectativas modernas. O teto é rebaixado, e o acabamento e interior estão de acordo com o esperado pela sua clientela de artigos de luxo impecáveis.

Normalmente esse tipo de transformação apenas melhora carros, transformando com mão de obra e materiais de primeira, algo normal em artigos de luxo, mas mantendo seu espírito original. Aqui pairam dúvidas. O Aurelia não era veloz; velocidade vinha de sua capacidade de manter velocidade em qualquer terreno e lugar, seu comportamento extremamente confortável e seguro. Um forte e preparado V6 Busso girando alto e gritando forte? Sei não. Nem mesmo o clássico desenho original é mantido, o teto rebaixado arruinando-o completamente para ficar mais palatável à sensibilidade moderna.

Mas enfim, isso pouco importa: os três carros já foram vendidos e os seus donos certamente podem ter, também, um Aurelia original para lhe fazer companhia. Qualquer opinião sobre ele então, e a notícia sobre sua existência, tem valor apenas como entretenimento. Are you entertained? (MAO)

 

Estudo da EPA descobre o óbvio sobre emissões e eficiência

O capitão óbvio, aparentemente, foi contratado pelo governo dos EUA. Digo isso, porque a EPA, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, divulgou seu relatório anual de tendências automobilísticas, no qual revelou que os carros do ano-modelo 2020 atingiram o recorde histórico de baixo consumo de combustível e baixo índice de emissões. Bem… entendo que a constatação é necessária por uma questão de oficialidade, mas considerando a pressa da indústria e do governo em tornar inofensivos os carros, isso era esperado, não?

Afinal, caso não tivéssemos chegado ao recorde histórico em 2020, mas em 2016, haveria algo muito errado nessa história toda.

Segundo a EPA (opa!), o consumo médio dos carros do ano-modelo 2020, nos EUA, aumentou em 0,21 km/l em relação a 2019, chegando a 10,81 km/l. Enquanto isso, a média de emissões de CO2 dos veículos baixou para 218 g/km, uma redução de 4,4 g/km em relação a 2019. O volume médio atingido em 2020 também representa uma redução de 24% nas emissões de CO2 em relação a 2004, enquanto o consumo reduziu 32% nesse mesmo período. (Leo Contesini)