Não faltam histórias de automóveis que marcaram época, fizeram história, venderam bem, conquistaram uma legião de fãs e, um dia, deixaram de ser produzidos sem deixar um sucessor, para a tristeza de milhares de fãs. Já aconteceu com algum de seus carros favoritos?
Uma fabricante de automóveis pode optar por encerrar a vida de um modelo sem lançar um sucessor por uma variedade de razões. Às vezes a demanda do modelo não é suficiente para justificar a continuidade de sua produção, enquanto em outras o fabricante simplesmente decide que não há espaço para uma nova geração ou carro com a mesma proposta.
Com o Mazda RX-7, foi um pouco das duas coisas. O esportivo com motor Wankel surgiu em 1978 como Savanna RX-7, e tinha motores de dois rotores de 1,2 ou 1,3 litros, aspirados ou com turbocompressor. Era um cupê relativamente simples, compacto e leve — pesava, no máximo, 1.100 kg e tinha 165 cv na versão mais potente, com turbo e injeção eletrônica. O preço também era convidativo e o RX-7, com mais de 470 mil unidades produzidas, se tornou um sucesso no Japão e nos EUA.
Ao longo dos anos, o carro foi crescendo e ficando mais complexo. A segunda geração, de 1986, era maior, tinha estilo mais moderno (inspirado no Porsche 944) e mais recursos. Também ganhou um comportamento dinâmico mais neutro que lembrava os grand tourers, com menos sobresterço e mais potência — o motor mais forte da linha tinha 202 cv. Até que, na terceira e última geração, o RX-7 se tornou um esportivo ainda mais refinado, que usufruia das tecnologias mais avançadas disponíveis na Mazda para entregar 280 cv, ao mesmo tempo em que seu público ficava cada vez mais reduzido.
Apesar de ser extremamente recebido pela crítica e pelas publicações especializadas, o RX-7 de terceira geração vendeu bem menos no Japão do que as gerações anteriores entre 1991, ano em que foi lançado, e 2002. Nos EUA, ele foi descontinuado em 1995.
Ainda em 1995 a Mazda apresentou o conceito RX-01, que propunha um sucessor para o RX-7. Com o interesse em esportivos declinando no mundo, porém, o projeto foi cancelado. Mais tarde, em 2003, a Mazda ainda aproveitou o motor do RX-01 no Mazda RX-8. Ele não era um novo RX-7, e sim um esportivo diferente, com quatro portas e nenhuma coluna central.
Embora nunca tenha deixado de sugerir que em algum momento, o mundo teria um novo RX-7, a Mazda nunca colocou os planos em prática — além da preocupação com as vendas, a razão foi o alto consumo de combustível e óleo dos motores Wankel (que também ocasionou o fim do RX-8 em 2012). Recentemente, contudo, novos boatos de que um RX-7 de quarta geração será lançado em 2017 começaram a surgir, pois a Mazda estaria trabalhando em uma maneira de tornar os Wankel mais eficientes e menos poluentes.
Seria perfeito, pois em 2017 a Mazda irá comemorar os 50 anos do lançamento do Cosmo, seu primeiro modelo de rua movido por um motor rotativo. Contudo, ainda achamos que é cedo demais para nos empolgar — vamos aguardar e ver o que os próximos anos nos trazem.
Enquanto isto, nós queremos saber: que outro carro incrível saiu de linha sem deixar sucessor e você adoraria que voltasse?
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