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Car Culture Pergunta do dia

Que carro tem o revestimento interno mais inusitado que você já viu?

Se você é como este escriba, é provável que sempre acabe prestando mais atenção no interior dos carros do que no lado de fora. Claro, o visual da carroceria é a primeira coisa que te atrai ou não em um carro, mas você passa a maior parte do tempo olhando seu carro de dentro, ao volante. Assim sendo, o apelo de um interior bem projetado e bem acabado é muito forte.

E isto inclui, obviamente, o material usado para revestir este interior. A abundância de plástico nos carros atuais — os mais baratos costumam trazer tecido apenas nos bancos, deixando o derivado do petróleo nu em todos os outros lugares — rendeu-lhes, aqui no Brasil, o apelido de “plastimóveis”.

Ainda que seja meio injusta (não é preciso pesquisar muito para descobrir que os carros modernos, mesmo alguns dos mais básicos, trazem estruturas muito mais complexas e seguras do que a maioria dos antigos), dá para entender o motivo da alcunha. O revestimento do interior é essencial para a composição do visual do interior e, quanto mais, melhor.

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No entanto, ao mesmo tempo em que existem revestimentos tão icônicos que acabaram se associando à identidade de seus carros — caso do xadrez do Golf GTI, presente desde a primeira geração —, também existem aqueles que são um tanto… curiosos. Bizarros. Estranhos. Inusitados. Você entendeu.

Quem já deu uma fuçada na internet olhando carros xunados tunados pode atestar que um revestimento mal escolhido pode, sim, matar o interior de um carro. Mesmo que a intenção seja boa.

Para abrir as sugestões, vamos falar exatamente disto: boas intenções. Dizem que o inferno está cheio delas quando alguém erra tentando acertar — foi o que aconteceu em 1969, quando a Chrysler decidiu lançar um opcional bem curioso: o Mod Top.

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Como você deve saber, nos anos 60 e 70 era muito comum que os carros tivessem um revestimento de vinil no teto, simulando o visual da capota de um conversível. E nem dá para dizer que isto é coisa de americano, porque aqui no Brasil o Chevrolet Opala, o Ford Galaxie/Landau e praticamente toda a linha Dodge brasileira tiveram versões com teto de vinil, de série ou opcional.

Normalmente, o material escolhido era de cor lisa e texturizado como couro, usando cores neutras como preto, marrom, bege ou até mesmo branco — ainda que existissem versões monocromáticas, cuja tonalidade combinava com a cor da lata. De vez em quando, porém, alguém acabava inventando moda.

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No caso do Mod Top, o vinil deixava a discrição de lado e apostavam em padrões florais — a cada dos anos 60 e 70, não? No entanto, a intenção não era apelar para os adeptos do flower power, mas sim às mulheres.

Por alguma razão, o pessoal da Chrysler achava que as mulheres comprariam mais carros se eles não fossem tão “masculinos”. Assim, para agradá-las, eles devem ter achado que era uma boa ideia deixar os automóveis mais parecidos com vestidos. Ou ao menos é isto o que as propagandas da época davam a entender:

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“Apresentando o carro que você pode vestir”

O opcional estava disponível para o Plymouth Barracuda e para os Dodge Satellite e Dart. O Barracura trazia um padrão amarelo, enquanto os dois Dodge apostavam em uma estampa verde ou azul. O detalhe é que ambas foram desenhadas e fornecidas pela Stauffer Plastics, empresa americana que, entre seus produtos, tinha toalhas de mesa e cortinas de banheiro. E consta que foi justamente de uma de suas cortinas que veio a inspiração para o desenho do vinil nos carros.

Mas a pergunta não era sobre revestimentos internos? Sim, claro. E os Mod Top estão aqui porque o revestimento de tecido dos bancos e portas trazia exatamente o mesmo desenho do vinil do lado de fora. Que tal lhe parece sentar no seu Mopar e se sentir na cozinha (ou no banheiro) de casa?

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Nem precisamos dizer que a ideia não deu muito certo — não apenas porque criar versões de produtos “para elas” raramente funciona, mas também porque o resultado estético não era exatamente interessante. Tanto que, em 1969 e 1970, apenas por volta de 1.000 carros foram equipados com o Mod Top, e boa parte deles acabou sendo descaracterizada pelos donos com o tempo.

Nada disso impede, contudo, que os carros que sobraram tenham seu apelos a colecionadores e aficionados — como qualquer outra versão especial e rara de um muscle car, diga-se. Na verdade, existe até dedicado a catalogar os Mod Top que sobrevivem (já avisamos que o visual da página é dos primórdios da internet). Segundo os cálculos deles, são pouco mais de 100.

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E eles são apenas um dos exemplos de forrações internas bizarras e curiosas que já vimos por aí. Mas a gente quer a ajuda dos leitores para lembrar de mais alguns. Sendo assim, aproveite que a área de comentários é toda sua e responda: qual foi o revestimento interno de carro mais inusitado que você já viu?