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Conheça o novo Rauda Díscolo argentino
“Um prato de almoço de família de domingo, divertido, delicioso e farto, mas que não vai ganhar nenhum concurso de culinária francesa”, é o que diz Hector “Tito” Pérez, famoso construtor argentino de carros de corrida, de seu novo carro esporte de rua no idioma do Lotus/Caterham Super Seven, o Rauda Díscolo. O carro é fabricado em Buenos Aires. Díscolo, em espanhol, significa “rebelde”.
É um spaceframe tubular em aço soldado, onde esses tubos ficam expostos como em um Ariel, mas aqui os vãos entre os tubos são fechados com chapa soldada. O motor é uma unidade de carro de tração dianteira, montado atrás dos dois ocupantes para torná-lo um carro de motor central-traseiro e tração traseira.
O carro se beneficia da nova lei de carros artesanais argentina, que permite veículos de baixa produção serem vendidos sem airbag, e outros equipamentos que encarecem sobremaneira o desenvolvimento. Pede que o sistema de emissões do motor original seja mantido, ruido seja baixo, cintos de segurança tenham ancoragens eficientes, e a coluna de direção colapse em impactos. Mas faz um “Seven” perfeito: não tem airbags, freios ABS ou controle de estabilidade (ESP). Não que faça carros inseguros: este, com know-how de pistas e cintos de 5 pontos, certamente protege bem o piloto no caso de um acidente.
Este é um tipo de lei interessante: incentiva pequenas empresas, como é comum na Inglaterra por exemplo, e existe também nos EUA, onde uma verdadeira indústria de várias pequenas companhias existe.
Tito Pérez, bem no estilo argentino, diz que seu carro é totalmente sem frescuras, e que todas as peças de desgaste são fáceis de se obter em lojas de peças normais em seu país: freios, articulações de suspensão, rodas, etc. Tudo vem de carros de alta produção. As suspensões, porém, são suas, toda num sistema duplo A com coilovers internos acionados por pushrods como um carro de fórmula.
O motor vem de Ford Focus 2.0 16v, um Duratec de 170 cv e 21 mkgf, acoplado à um transeixo Ford manual também do Focus, de cinco marchas. Os pneus são 225/40 R18, o entre-eixos é de 2610 mm, e o carro pesa apenas 680 kg em ordem de marcha. O que parece uma receita de sucesso. O preço lá é de US$ 25.000, ou R$ 127.000 no câmbio de hoje. Não é caro, definitivamente.
Como você sabe, é um tipo de carro que gostamos muito aqui no FlatOut, e para o qual dedicamos algumas matérias, que você pode acessar clicando aqui, aqui e, finalmente, aqui. Boa leitura! (MAO)
Porsche Vision 357 comemora 75 anos da Porsche
O ano de nosso senhor de 1948 marca a criação do primeiro carro com a marca Porsche. O carro era um roadster de motor central-traseiro baseado em componentes VW (um projeto da empresa Porsche afinal de contas), criado por Ferry Porsche, filho do fundador do escritório de engenharia com o nome da família.
Ferry precisava fazer algo: o seu lado tinha perdido a guerra, seu pai e cunhado estavam num xilindró francês como criminosos de guerra, e estavam morando num moinho de trigo convertido numa cidadezinha dos alpes austríacos onde se esconderam, chamada Gmünd.
Fazer um carro esporte foi uma boa ideia; não preciso contar para vocês quão grande é o sucesso, e a força, do nome Porsche hoje em dia.
Agora, em 2023, chega hora de festejar os 75 anos da companhia. Bem, do ramo produtor de automóveis da companhia; a Porsche existe desde 1932 como um empreiteiro de engenharia, um terceirizador, um escritório contratado. Se Hitler tivesse ganhado a guerra (bate na madeira aí), talvez ainda fosse.
Parece que a maneira de comemorar a efeméride é com o novo carro-conceito. Chama-se Vision 357. A equipe de design industrial da empresa (a “Style Porsche”) diz que o que vocês vêem aqui é a reinterpretação do Porsche 356 para a era moderna.
Não o 356 de 1948, claro; este foi imediatamente abandonado, em favor de outro carro que começou a ser produzido e vendido em 1950, chamado 356/2. Logo, ele perderia o “/2” e ficaria conhecido como 356 mesmo, pois o 356 sem “/2” era então um ilustre desconhecido. E é esse carro que é “reinterpretado” agora. Confuso? É claro, eu também. Mas é melhor deixar para lá e ouvir o resto da história.
“O carro-conceito é uma tentativa de combinar passado, presente e futuro com coerência”, disse Michael Mauer, vice-presidente da “Style Porsche”. O 357 adota as proporções do original, mas segundo a empresa mostra detalhes de estilo que olham para o futuro.
Não há maçanetas, estes detalhes ficando escondidos no vidro traseiro. As câmeras substituem os espelhos laterais tradicionais. Na frente e atrás, a Porsche esconde as luzes atrás de perfurações nos painéis da carroceria enquanto integra a terceira luz de freio no motivo da grade traseira, uma das várias formas de lembrar o 356/2 original.
O Vision 357 é um conceito de estilo, e a mecânica parece desimportante para a coisa toda. Mas é baseado no 718 Cayman GT4 RS, o que significa seis cilindros, quatro litros, e 500 cv naturalmente aspirados. Em posição central traseira, como o 356 original. Aquele que veio antes do 356/2 que foi emulado pelo estilo por este carro? Caramba, eu tento não confundir vocês, mas a Porsche não ajuda aqui.
Como estamos em 2023, um conceito não pode ser só um seis contraposto aspirado de 500 cv; é movido a combustível sintético, então a multidão furiosa pode guardar seus forcados e suas tochas e voltar ao trabalho em suas casas.
O público terá a oportunidade de ver o conceito em uma exposição especial em Berlim comemorando os 75 anos dos Porsche. A exposição no Drive Forum do Grupo Volkswagen abre em 27 de janeiro e vai até meados de fevereiro, com a Porsche planejando apresentar o conceito em outros eventos internacionais ao longo do ano. (MAO)
Variantes comerciais do Lada Niva são lançadas na Rússia
Sim o sensacional (mas decididamente antigo) Lada Niva continua firme e forte em produção na Rússia. A estatal Avtovaz continua a mostrar novidades na linha, que hoje é praticamente reservada para a população local. O exemplo mais recente são as versões comerciais.
O carro agora chama Lada Niva Legend, por motivos óbvios. As novas versões são as chamadas “vans” de cabine simples e cabine dupla. A modificação mais importante é a estrutura mais forte, que permite maiores capacidades de transporte de carga.
Os engenheiros da Lada aplicaram reforços semelhantes aos encontrados em caminhões de bombeiros e veículos de resgate baseados no Niva. Assim, a capacidade de carga dos veículos comerciais oscila agora entre os 640 kg e os 800 kg, representando um acréscimo de até 185 kg em relação à versões anteriores.
A linha inclui vários estilos de compartimentos de carga quadrados, com capacidade que vai de um a 3,5 m³. A empresa também oferece câmaras refrigeradas, vans com áreas de carga isoladas ou modelos especiais equipados com suspensão reforçada para terrenos mais acidentados. O entre-eixos é sempre de 2850 mm, não importando cabine ou implemento traseiro. A distância ao solo é de 205 mm (ou 240 mm opcional), e rodas de 15’ ou 16’ estão disponíveis.
Todos os Niva são movidos pelo mesmo motor a gasolina de quatro cilindros e 1,7 litros naturalmente aspirado, produzindo 83cv e 13 mkgf de torque. Assim como no Niva Legend regular, a potência é transmitida às quatro rodas por meio de uma caixa manual de cinco marchas e o carro tem três diferenciais, todos bloqueáveis por meio de controle na cabine. Um off-road que aqui no Brasil costumamos chamar de “raiz”, definitivamente.
Na Rússia, a linha Niva Legend parte dos ₽808.900 (a letra é o símbolo do rublo russo), ou R$ 59.858 para uma peruinha de duas portas básica, e estas vans mostradas aqui começam em ₽1,153,400, ou R$ 85.351 no câmbio de hoje. (MAO)
Ford Ranger Raptor lançada na Argentina com quase 400 cv
A Ford Argentina apresentou a nova Ranger Raptor na Argentina. Vem importada da Tailândia e estará à venda no país vizinho em maio próximo.
Será algo realmente impressionante. O motor é nada menos que o V6 biturbo a gasolina de 3 litros da Ford, o mesmo Ecoboost usado em tantos carros da empresa nos EUA (inclusive, em versão 3,5 litros, no Ford GT) . A Ranger Raptor argentina terá nada menos que 397 cv e 59,5 mkgf de torque. Barrabás.
Este motor só estava disponível na Ranger Raptor para os mercados da Austrália e África do Sul, ao que se junta o argentino agora. Na Europa, por exemplo, as regulamentações ambientais obrigam o desempenho do V6 a ser reduzido para “apenas” 292 cv.
Até agora a picape mais forte da Argentina era a Amarok V6; seu turbodiesel dá 256 cv e 59 mkgf. Não chega nem perto dos quase 400 cv da nova picape média.
O veículo vem também com uma caixa automática de dez velocidades e tração 4×4 selecionável, sem diferencial central, claro, padrão nos Raptor. Tal como a F-150 Raptor, terá também vários modos de condução, incluindo uma variante “Baja”, em homenagem às competições de deserto americanas. Com esta função ativada, um sistema anti-lag entra em ação, para obter uma resposta mais rápida dos turbocompressores.
O preço ainda não foi divulgado, mas já é permitido, de novo, a partir deste momento, sentir inveja dos Hermanos. (MAO)