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Alpine será marca de elétricos e terá parceria com a Lotus
A Renault apresentou nesta quinta-feira um plano completo de reestruturação de suas marcas e modelos, e, entre as novidades, está a transformação da Alpine em uma marca de carros elétricos com uma pegada mais esportiva.
O plano, intitulado Renaulution (um trocadilho infame com Renault e “revolution”), foi apresentado em um documento de 82 páginas e traz uma imagem de três carros diferentes da Alpine que formam, segundo a Renault, a “garagem dos sonhos”: um modelo compacto com a legenda “for me” (para mim), seguido por algo que parece ser um crossover, com a legenda “for us” (para nós) e um esportivo com a legenda “for the weekend” (para o fim de semana). Este último parece ser o sucessor do Alpine A110.
O esportivo será desenvolvido em parceria com a Lotus, que também ingressou no ramo dos esportivos elétricos recentemente com o Evija — o carro mais pesado de sua história. Há uma expectativa de que os carros sejam leves, já que a Alpine deu uma lição de como se faz um carro leve com o A110 e até inspirou Gordon Murray em seu T.50, mas eu não apostaria nisso porque tanto a Lotus quanto a Alpine são formadas por engenheiros e não mágicos, e carros elétricos ainda precisam de baterias.
Os outros dois modelos da Alpine, contudo, não terão relação com a Lotus, e serão baseados nas plataformas CMF-B e CMF-EV. Ainda não há data para a chegada dos Alpine elétricos, mas a Renault diz que espera tornar a marca lucrativa a partir de 2025, então eles não devem demorar a aparecer.
Renault 5 voltará a ser produzido como elétrico
Outro ícone francês de outrora que será transformado em um modelo elétrico é o clássico Renault 5. A fabricante apresentou o conceito 5 Prototype, que é uma releitura moderna e descolada do compacto que foi o antecessor do Clio e ícone do Grupo B do WRC.
O conceito foi uma grata surpresa, porque conseguiu modernizar os elementos do design original de forma criativa, interessante e coerente. O que mais me chamou a atenção pela boa sacada foi o antigo logotipo do losango listrado, que ganhou uma versão hi-tech em que as listras remetem a um circuito elétrico vibrante.
A tomada de ar no capô, deslocada para a esquerda do carro, presente nas versões mais apimentadas do clássico, foi usada aqui para abrigar a tomada de recarga, enquanto os icônicos faróis de milha da versão mais radical foram lembrados na forma das DRL do conceito.
O Renault 5, como os Alpine, também não tem data para ser lançado, mas também não deve demorar a aparecer porque a Renault espera que os elétricos correspondam a 30% de suas vendas até 2025. Para isso ela terá sete novo modelos elétricos nos próximos quatro anos — três da Alpine, este R5 Prototype e uma renovação eletrificada do Renault 4. Não é interessante como as fabricantes vêm apelando ao passado para nos conquistar com os elétricos?
BMW deixará de usar embreagem dupla nos modelos M
Não acho que alguém seja fã de transmissões de dupla embreagem, mas caso você seja um e queira um BMW com esse tipo de caixa, é melhor se apressar para garantir os últimos M2 desta geração, porque eles serão os últimos BMW equipados com um câmbio DCT. Depois disso, a única alternativa aos manuais será o câmbio automático de oito marchas com conversor de torque — nos modelos M, inclusive.
Segundo o pessoal do BMW Blog, que apurou a informação, a BMW decidiu aposentar os câmbios de sete marchas e embreagem dupla porque o atual ZF8HP de oito marchas já se iguala ao DCT em termos de tempo de troca e controle; porque a marcha adicional permite um escalonamento “close ratio”, é mais econômico e permite o uso do sistema de tração integral xDrive, com ou sem o modo drift.
Ecurie Ecosse anuncia série de continuação do Jag C-Type
A lendária Ecurie Ecosse anunciou que irá produzir sete exemplares de continuação do Jaguar C-Type, o carro com o qual ela conquistou nada menos que 59 pódios entre 1951 e 1955.
Os carros serão praticamente idênticos aos dos anos 1950, construídos a mão em Coventry, como os originais, com direito à carroceria de alumínio aeronáutico revestindo os chassis de treliça espacial (spaceframe) de aço, como idealizado por Malcolm Sayers, o criador do C-Type.
Todos, claro, terão a combinação de azul e branco dos carros da equipe, que era identificado pelas cores nacionais da Escócia, incluindo até mesmo os escudos Ecurie Ecosse pintados a mão.
Por dentro, os bancos concha de época também serão feitos de alumínio com revestimento de couro azul. À única concessão à modernidade são os cronômetros Tag Heuer “Master Time”, afixados ao painel do carro.
Debaixo do capô os C-Type escoceses terão uma versão do motor XK seis-em-linha da Jag, capaz de produzir 300 cv com uma pequena alteração no deslocamento, que não terá 3,4 litros como o original, e sim 4,2 litros, além de injeção mecânica de combustível. O câmbio também não será exatamente idêntico, porque originalmente o C-Type usava um manual de quatro marchas e esta continuação terá um manual de cinco marchas.
Além do motor, a suspensão e os freios também foram modificados e melhorados, e com todas as mudanças este novo C-Type vai de zero a 100 km/h em 5,2 segundos e segue até os 250 km/h, segundo a Ecurie Ecosse.
O primeiro dos sete exemplares já está concluído e disponível para testes na loja da Ecurie Ecosse em Londres, mas os preços não foram divulgados.
Lada Niva ganhará nova geração
As novidades da Renault atingiram até o veterano Lada Niva. O modelo também fará parte da renovação da marca — que agora pertence aos franceses — e ganhará uma nova geração até 2025.
O novo Niva será baseado na plataforma CMF-B, a mesma do novo Clio e do Captur, e será um pouco mais compacto que sua versão original. Isso, porque ele deixará de ter a versão de duas portas para ser feito apenas com quatro portas — as portas traseiras deverão ter maçanetas embutidas na coluna C.
Quanto ao visual, ele é mais um conceito retrô que a Renault apresentou nesta manhã. Embora tenha sido apenas na forma de esboço, ele irá manter os piscas sobre os faróis, a dianteira “achatada” e os faróis circulares que marcam o design original do carro.
Não há detalhes sobre motorização nem do visual da traseira do carro, mas a plataforma CMF-B dá pistas de que ele irá compartilhar os motores com os demais carros construídos sobre esta base, notadamente o atual 1.3 turbo que também é compartilhado com a Mercedes-Benz.