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Project Cars Project Cars #126

A restauração de um Mercedes-Benz 190E 2.3 16 Cosworth é a história do Project Cars #126

Olá a todos os gearheads aqui do Flatout. Meu nome é Gabriel, tenho 20 anos de idade e atualmente faço faculdade de engenharia de produção. Venho apresentar a vocês o meu Project Car #126: um Mercedes-Benz 190E 2.3 16v Cosworth que está sendo restaurada.

Mas antes, gostaria de falar um pouco sobre minha paixão por carros. Desde que me conheço por gente tenho os carros como uma das minhas principais paixões. Na escola nunca fui muito o tipo que jogava futebol, e sim o cara que ficava desenhando carros durante a aula.

Entrei no mundo de restaurações e mecânica quando eu tinha por volta dos 10 anos e fui com meu pai a Curitiba em busca de um Ford 29 para fazer um hot rod. Devido algumas imprevistos nós acabamos por nunca comprar o Ford 29 mas em compensação acabamos juntando algumas outras “velharias” com o tempo. Entre elas estão um Chevy Nova 64, um Chevy Pick-up 54 e um Willys 37. Infelizmente todos estão parados e nenhum teve sua restauração concluída até agora, embora o Nova e a pick up estejam quase prontos.

Esses carros são do meu pai, e eu queria um projeto para eu mesmo tocar e procurar tudo que fosse necessário para finalizá-lo. Foi aqui que a descoberta da existência de um certo esportivo alemão se encaixou perfeitamente.

 

Como descobri o Mercedes 190 E Cosworth

Eu não vou contar a história do Mercedes 190E Cosworth pois acredito que grande parte dos leitores do flatout já leu algumas matérias postadas aqui que apresentam muito melhor do que eu seria capaz de apresentar. Por isso vou contar como eu conheci e adquiri o meu Cosworth.

Minha história com o Mercedes começou no meio do ano passado quando vi um episódio antigo do Top Gear sobre possíveis futuros clássicos protagonizado pelo Mercedes Cosworth. Foi paixão à primeira vista, mas de início eu não imaginava que encontraria um carro daqueles no Brasil e muito menos que poderia ter um.

De qualquer maneira, apenas por curiosidade fiz uma busca rápida no Webmotors e para minha surpresa encontrei um a venda por R$50.000, valor que acabou com meu sonho na hora. Depois da minha desilusão automobilística tentei esquecer essa ideia, mas todos os dias eu me encontrava gastando meu tempo de estudo na faculdade em frente ao computador procurando mais informações sobre a “Cossie”.

Até que um dia um anúncio me chamou a atenção pelo preço. Vi as fotos do carro e descobri que a coitada estava rodando com injeção adaptada de Santana. Achei que não seria uma boa ideia e por hora deixei de lado a loucura de comprar uma Cossie.

Obviamente não consegui deixar a ideia de lado por muito tempo. Uma semana depois lá estava eu, meu pai e minha namorada olhando o carro em Praia Grande. Em uma primeira olhada o carro aparentava estar apenas mal cuidado, mas inspecionando mais a fundo reparei que havia grandes danos causados pela maresia na lataria, mas nada que me desanimasse.

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Partimos para o test-drive, e mesmo tendo que lidar com o câmbio Getrag dogleg cheio de folgas e um buraco enorme na aceleração devido à injeção adaptada, fechei negócio e marquei de retirar o carro na segunda-feira seguinte. Os dias de espera pareceram intermináveis, mas finalmente chegou a segunda e lá fui eu com um amigo meu fanático por Mercedes (que por sinal me levou para Praia Grande em outra 190E) buscar a minha própria Cosworth.

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Dirigir um carro antigo é um misto de emoção por ter comprado um carro que você desejava, alegria por dirigir o carro, raiva devido aos “pequenos” detalhes que vão aparecendo e pelo menos para mim também enjoo causado pela fumaça de um motor mal regulado e sem catalisador.

 

Um pouco dos problemas

Bom, antes mesmo de chegar em casa percebi que a adaptação da injeção de Santana não fora uma boa ideia. O motor não desenvolvia bem, e dava falta em baixa quando se pisava fundo. A suspensão estava com folgas e barulhos normais de um carro antigo, mas um barulho em questão me preocupava — uma certa pancada quando acelerava ou brecava que eu podia sentir no pé.

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Mais tarde eu percebi que o barulho vinha da fixação do crossmember traseiro que estava podre e fazia todo o conjunto de suspensão e eixo traseiro se mexer em brecadas e aceleradas mais bruscas. Acredito que esses sejam os piores problemas do carro, fora isso há alguns outros pontos de ferrugem, a pintura que teria que ser refeita e o interior que apesar de original estava em péssimo estado.

Dois dias depois de ter comprado o carro, eu retirei seus parachoques, apliques e saias laterais para ver se tinha mais alguma surpresa. Apesar de ter achado alguns novos pontos de ferrugem, não tive nenhuma surpresa. O carro estava como eu imaginava.

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Após a analise inicial bastava decidir por onde começar a restauração. Deixar a mecânica zerada e depois fazer a funilaria e tapeçaria? Começar pela funilaria para impedir o avanço da ferrugem?

Depois de pensar um pouco decidi depenar o máximo possível o carro e levá-lo para o funileiro para deixar a carroceria perfeita, e somente depois de o carro estar pintado e pronto começar a mexer na mecânica. Um dos problemas de se fazer isso é que a pintura pode acabar danificada enquanto se mexe no motor e outras partes da mecânica.

Mas como eu havia realmente depenado o carro quase que totalmente, deixando apenas a suspensão para facilitar a vida do funileiro então eu já sabia que todo o serviço de mecância seria realizado fora do carro e depois bastaria apenas encaixar as peças do quebra cabeça.

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Chegando no funileiro o carro foi totalmente desmontado para deixá-lo na lata e iniciar o processo de funilaria que será focado em manter as características originais de pintura do carro. Um detalhe interessante deste carro e que muitos não percebem é que a pintura é uma espécie de “saia e blusa” onde a pintura dos apliques laterais e parachoques é da mesma cor do carro mas em semi-brilho, quase fosco.

Nos próximos posts veremos como foi a recuperação da carroceria e todo o trabalho da mecânica. Até lá, pessoal!

Por Gabriel Cappello Machado, Project Cars #126

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