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Richard Hammond volta a se acidentar durante as gravações de The Grand Tour

Ontem (10), Richard Hammond sofreu um acidente durante as gravações da segunda temporada de The Grand Tour. Ele pilotava um Rimac Concept One, supercarro elétrico de mais de 1.100 cv fabricado na Croácia, quando perdeu o controle em uma curva e capotou. O automóvel ficou irreconhecível, mas Hammond sofreu apenas ferimentos leves.

O incidente ocorreu nas filmagens para a segunda temporada de The Grand Tour no Amazon Prime, enquanto o apresentador de 47 anos participava de uma prova de subida de montanha na Suíça. Uma filmagem do momento do acidente foi divulgada pouco depois e, ao que parece, Hammond perdeu o controle da traseira do carro em uma curva, saiu da pista e caiu em um barranco.

O carro capotou e pegou fogo instantes depois. Hammond conseguiu sair sozinho do Concept One antes que as chamas começassem, e foi levado de helicóptero para o hospital da cidade de St. Gallen, a poucos quilômetros do local. Lá, constatou-se que o apresentador sofreu uma fratura no joelho esquerdo, além de algumas escoriações.

Jeremy Clarkson comentou o acidente no Twitter, dizendo que foi o mais assustador acidente de carro que ele já viu, e que Hammond passava bem apesar da aparente gravidade da batida.

Hoje, há algumas horas, , da cama do hospital, um vídeo onde diz que está bem, agradece pelo apoio dos amigos e pelo trabalho da equipe de médicos, pede desculpas à mulher e às duas filhas “por ser um idiota ao volante”, e explica que teve um pino implantado no joelho esquerdo. Jeremy Clarkson também publicou um texto em sua página no site onde diz que temeu pela vida do colega. Também disse que ainda não se sabe o que exatamente fez com que Richard Hammond perdesse o controle do Concept One.

Segundo Clarkson, fazia quatro dias que Hammond estava com o supercarro em mãos, conhecia seu comportamento dinâmico e que sabia que era um automóvel extremamente veloz.

Este foi o segundo acidente no qual Hammond se envolveu nas gravações de The Grand Tour – há cerca de dois meses, ele caiu de moto enquanto gravava em Moçambique, na África, bateu a cabeça e perdeu a consciência. Deste acidente também serão revelados detalhes na próxima temporada do programa.

Foi há onze anos, porém, que Richard Hammond enfrentou a colisão mais grave de sua vida – e também foi gravando para um programa de carros. Em setembro de 2006, o apresentador acelerava um dragster a jato chamado The Vampire. O carro de arrancada de 9,1 metros de comprimento era movido por uma turbina Rolls-Royce Orpheus, e era capaz de ir de zero a 438 km/h em seis segundos. Sua velocidade máxima era de 483,3 km/h recorde estabelecido no ano 2000.

As filmagens estavam sendo feitas na pista de pouso da Royal Air Force em Elvington, no Reino Unido. O então produtor Andy Wilman disse que a ideia era medir a absoluta velocidade máxima do Vampire (e não a velocidade média em uma determinada distância), com o próprio Hammond contando depois como era a sensação de acelerarar um automóvel tão rápido.

Hammond estava completando a sétima e última puxada, apenas para juntar mais imagens para o programa, quando o pneu dianteiro direito estourou. Um dos para-quedas do carro se armou, mas não foi o suficiente para conter o dragster descontrolado e, com isto, o carro invadiu a grama, capotou algumas vezes e parou cerca de 100 metros à frente.

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Richard Hammond foi atirado de cabeça contra o solo, teve ferimentos na boca e estava inconsciente quando foi removido dos destroços pela equipe de salvamento. Enquanto era socorrido, começou a recuperar a consciência e reclamou de dores nas costas, mas realmente preocupante era a possibilidade de uma lesão cerebral.

De fato, o apresentador feriu a parte frontal do cérebro, ficando em coma por duas semanas. No entanto, três meses depois, Hammond estava totalmente recuperado e aparentemente sem sequelas.  O relatório do acidente afirmou que a reação instantânea  de Hammond ao pneu estouado – acionar os freios e tentar levar o carro em direção à grama – foi típica de quem tem experiência com carros de corrida. Ele também puxou para trás a alavanca de acionamento do para-quedas, procedimento de emergência que desliga o motor a jato e corta a alimentação de combustível.

O primeiro episódio da temporada de 2007 foi ao ar no dia 28 de janeiro, quatro meses depois do acidente. Hammond disse que estava bem e contou detalhes a respeito do acontecido. No ano seguinte, em 2008, ele deu uma entrevista ao The Sunday Times dizendo que as lesões cerebrais tiveram, sim, alguns efeitos negativos a longo prazo – perda de memória, depressão e instabilidade emocional, que levaram o apresentador a se consultar com um psiquiatra. A experiência também levou Hammond a frequentar centros de tratamento e recuperação para crianças com lesões cerebrais como voluntário.

Em 2009, Richard Hammond escreveu sobre Felipe Massa, que nos treinos para o GP da Hungria daquele ano havia sofrido o impacto de uma peça em seu capacete a mais de 200 km/h. O objeto semelhante a uma porca abriu um corte de mais de 8 cm sobre o olho esquerdo do brasileiro.

A julgar pelas fotos tiradas após a batida de Felipe, com um único olho aberto olhando descontroladamente por sua viseira despedaçada, ficou claro que a mola da suspensão havia pousado à esquerda de sua fronte.

Machuquei a parte frontal do cérebro em meu acidente, em 2006, e como foi triste pensar na longa jornada de recuperação desse tipo de lesão. A parte frontal do cérebro é o lugar responsável por nossas emoções, nossa personalidade. É onde vivemos, quem somos. E qualquer dano ali é potencialmente catastrófico e pode levar anos para curar. Sei disso por mim, três anos passaram e o processo ainda continua.

Nós esperamos que Hammond não se envolva mais em acidentes como estes, e também que se recupere logo.