Na próxima semana começa o Salão de Genebra, onde os fabricantes apresentarão seus lançamentos mais importantes deste primeiro semestre (como acontece todos os anos). Entre facelifts e modelos inéditos serão mais de 80 novidades ao longo dos dez dias do evento — um número e tanto, especialmente para lembrar de cada um.
Por isso decidimos fazer este guia com as estreias mais importantes que veremos a partir do começo da próxima semana. Acompanhe aí e depois diga para a gente qual o seu favorito!
Alpina BMW B7 xDrive
O Alpina B7 sempre foi, de certa forma, o BMW M7 que nunca foi feito. Apesar do foco voltado para o conforto, o sedã baseado na Série 7 tem um bodykit mais esportivo, as tradicionais rodas de 21 raios da fabricante (sim, a Alpina é uma fabricante) e, claro, mais potência à disposição do pé direito.
Para Genebra, a Alpina irá levar a versão xDrive do B7, mas o modelo não será baseado no novo 760Li XDrive. Em vez do V12, ele terá o mesmo V8 biturbo de 4,4 litros dos demais modelos, combinado a um câmbio automático de oito marchas com o sistema Alpina Switch Tronic, feito em parceria com a ZF. O conjunto entrega 608 cv entre 5.750 e 6.250 rpm e 81,4 mkgf a partir de 3.000 rpm, e leva o B7 xDrive aos 100 km/h em 3,6 segundos e à máxima de 311 km/h!
Aston Martin DB11
Segundo nossos cálculos, a Aston Martin não lança um modelo completamente novo desde 2012 — a menos que você considere o Vulcan e o Lagonda Taraf, que são modelos exclusivos e limitados. Essa história irá mudar em Genebra, pois é lá que o sucessor do DB9 será apresentado.
Diferentemente de tantos outros lançamentos, o DB11 ainda não teve nenhum teaser ou foto oficial. Até agora tudo o que tivemos foram flagras de um carro que provavelmente é este novo modelo. O visual deverá ser algo parecido com o do DB10 que estrelou o mais recente filme da franquia James Bond, “Spectre”.
O DB11 será feito sobre uma nova plataforma mais leve, feita de alumínio, enquanto seus motores serão um novo V12 biturbo de 5,2 litros com cerca de 600 cv e, possivelmente, um V8 fornecido pela AMG.
Audi Q2 e Audi RS Q3 Performance
A Audi terá como destaque na Suíça um par de SUVs: o inédito Q2 e uma versão mais apimentada da versão mais apimentada do RS Q3.
O Q2 será o SUV compacto da Audi, algo com o porte próximo do Honda HR-V, e será baseado na plataforma modular MQB. Os motores serão os mesmos do A1: versões turbo de três e quatro cilindros a gasolina e uma família de motores diesel, todos conectados a um câmbio manual de seis marchas ou de embreagem dupla.
O visual ainda é totalmente desconhecido, mas segundo o consultor de marketing da Audi, Steffen Tarashti, o modelo terá grade elevada e traseira plana e larga. O teaser do carro coberto mostra uma linha de cintura curvilínea, mais alta após as portas traseiras.
Quanto ao RS Q3 (acima), ele ganhará a versão Performance, que tem 27 cv extras produzidos por seu 2.5 turbo de cinco cilindros com um novo sistema de arrefecimento e uma bomba de combustível de maior capacidade. Com a potência extra o tempo de aceleração de zero a 100 km/h cai de 4,8 para 4,4 segundos e a velocidade máxima sobe para 270 km/h com a modificação do limite eletrônico.
Bugatti Chiron
Provavelmente o lançamento mais aguardado do ano, o sucessor do Veyron promete ser ainda mais superlativo com um novo powertrain de 1.500 cv. A marca já confirmou que ele se chamará realmente Chiron, como um dos protótipos do Veyron, e que ele usará uma versão atualizada do W16 de oito litros e quatro turbos, possivelmente com um sistema híbrido para levar o desempenho do modelo a um novo patamar.
O visual do carro, considerando os teasers, será largamente baseado no conceito Vision Gran Turismo, incluindo a curva em C na coluna B. Além disso, segundo os rumores que circulam na imprensa europeia, ele será capaz de chegar aos 100 km/h em dois segundos e acelerar até insanos 464 km/h.
Mercedes AMG C43 Coupe e Mercedes Classe C Cabrio
No estande da Mercedes as principais novidades serão o C43 Coupe, uma versão esportiva agora transformada em modelo AMG, e a versão conversível da Classe C — a primeira em mais de 30 anos da família.
O C43 AMG será uma alternativa mais acessível ao C63 AMG, e substitui as versões AMG Sport. Ele usará um V6 3.0 biturbo de 367 cv, tração integral com distribuição de torque 31-69 e câmbio automático de nove marchas, além de suspensão esportiva, para-choques, rodas e interior exclusivos da versão.
O conversível será, resumidamente, uma versão 75% menor do Classe S Cabriolet — ou um C Coupe com teto de tecido em vez de metal. As opções de motorização serão as mesmas do modelo fechado (1.6 e 2.0 turbo com 156, 184, 211 cv e 245 cv, V6 biturbo de 367 cv e possivelmente o V8 biturbo no C63 AMG Cabriolet.
BMW 760iL Xdrive
O 760iL xDrive é o destaque da BMW. Você pode até chamá-lo de “M7 com vergonha” pois ele será equipado com todos os recursos que você imaginaria em um M7. Veja só: ele terá um pacote aerodinâmico com para-choques mais agressivos na dianteira e um spoiler traseiro. Além disso, ele também terá escape esportivo e rodas exclusivas de 20 polegadas com pneus Michelin Pilot Super Sport.
O motor será um V12 biturbo de 6,6 litros preparado por ninguém menos que a divisão M Performance para produzir 608 cv e 81,4 mkgf. O câmbio será o mesmo automático de oito marchas usado em praticamente todos os outros modelos da marca, e intermediará o motor e o sistema de tração integral com distribuição de torque maior na traseira.
O super sedã promete chegar aos 100 km/h em apenas 3,9 segundos e depois seguir até os 305 km/h. É ou não um M7 sem o nome M7?
Além disso, ele também terá um volante esportivo de três raios, pedais de aço inoxidável e soleiras iluminadas e até um orgulhoso emblema “V12” colado na carroceria.
Ferrari GTC4Lusso
Tecnicamente ela é uma FF reestilizada, mas nós preferimos encará-la como um novo modelo. O nome mais sem graça da história da Itália deu lugar a um elegante GTC4Lusso, que evoca vários modelos de quatro lugares do passado, o motor ficou mais potente e o visual mais equilibrado e harmonioso que o da antecessora.
Falamos tudo sobre ela neste post, mas se você estiver com a franquia de dados meio capenga, aqui vai um resumo: o V12 de 6,2 litros ganhou mais taxa de compressão (de 12,3:1 para 13,5:1) e agora produz 30 cv a mais, chegando a 690 cv a 8.000 rpm. O torque também aumentou, mas timidamente, de 69,5 mkgf para 70,9 mkgf.
A aceleração de zero a 100 km/h ficou 0,3 segundo mais rápida e agora é feita em 3,4 segundos. A velocidade máxima é a mesma: 334 km/h. Outra novidade é o Passo Corto Virtuale, o sistema de esterçamento das rodas traseiras que auxilia o comportamento dinâmico do carro em alta velocidade e a manobrar o carro em baixas velocidades.
Ford Fiesta ST Plus
Este ainda não foi confirmado pela Ford, mas as apostas de que ele aparecerá em Genebra são altas. Depois de afirmar claramente que não está desenvolvendo um Fiesta RS, a Ford pode estar ao menos desenvolvendo uma versão mais apimentada do Fiesta ST.
Batizado ST Plus, segundo os ingleses da revista Autocar, o modelo poderá ter uma versão revisada do 1.6 turbo para produzir um pouco mais de potência que os atuais 185 cv e reduzir o tempo de zero a 100 km/h de 6,9 para a casa dos 6,5 segundos e levar a velocidade máxima além dos 220 km/h. Além disso, é provável que o ST Plus ganhe também alguns upgrades na direção e nos freios.
Jaguar F-Type SVR
Na Jaguar a novidade será o F-Type SVR, a versão mais radical do modelo e também o Jag mais rápido da história — em aceleração, não em velocidade final.
Ele será oferecido tanto na versão roadster como cupê e usará o V8 de cinco litros sobrealimentado com compressor das versões R, porém com modificações para produzir 575 cv e 71,3 mkfg. Além da maior potência, o SVR também será mais leve, graças ao novo escape de titânio e Inconel (o material dos escapes de F1) e também à adoção de outros materiais de baixo peso, totalizando uma redução de 25 kg, sendo 16 kg apenas no escape.
A potência, como nos demais F-Types, será enviada às rodas pelo câmbio Quickshift de oito velocidades — que aqui foi levemente modificado para realizar trocas ainda mais rápidas. Com o sistema de tração integral e os enormes pneus 265/30 R20 na dianteira e 305/30 R20 na traseira, o SVR chega aos 100 km/h em apenas 3,5 segundos e segue acelerando até os 320 km/h se for um cupê e 313 km/h se for o roadster. Os freios também foram modificados e agora usam discos de 380 mm na dianteira e 376 mm na traseira — os de carbono-cerâmica opcionais são ainda maiores: 398 mm e 380 mm. Nos dois casos eles usam pinças de seis pistões na frente e quatro na traseira.
O sistema de tração integral também foi modificado, e agora o diferencial eletrônico da traseira foi refinado para melhorar a distribuição de troque entre os eixos. Outra mudança foi a aerodinâmica: o para-choques dianteiro agora tem tomadas de ar maiores para reduzir o arrasto e um splitter maior. A traseira tem um novo fundo para acelerar e suavizar o fluxo aerodinâmico e assim reduzir a sustentação. A asa traseira móvel é ativada a 100 km/h no conversível e 112 km/h no cupê.
Lamborghini Centenario
Talvez o segundo lançamento mais aguardado do ano seja o modelo especial que a Lamborghini irá apresentar em Genebra, desenvolvido para comemorar os 100 anos do nascimento de Ferruccio Lamborghini.
O Lamborghini Centenário será produzido em edição limitada e baseado no Aventador, o que significa que ele terá tração integral e o atual V12 de 6,5 litros da marca, possivelmente modificado para produzir mais que os 750 cv da versão Super Veloce.
Maserati Levante
A Maserati pela primeira vez terá um SUV como principal lançamento. O Levante será o primeiro SUV da longa história da marca e já foi revelado em fotos no começo da semana. A versão de produção não ficou muito diferente do conceito Kubang, com visual agressivo na dianteira reforçado pelos faróis em ângulo incisivo e pela grande grade dianteira.
Os motores serão os mesmos da linha Ghibli: dois V6 3.0 a gasolina com 350 e 430 cv e um V6 3.0 a diesel. O Levante 350 irá de zero a 100 km/h em 6,3 segundos e chegará à máxima de 243 km/h, enquanto o modelo mais potente, 450, precisará de apenas 5,2 segundos e chegará aos 264 km/h. O modelo diesel é pouca coisa mais lento que o 350: 6,9 segundos para chegar aos 100 km/h e 230 km/h de velocidade máxima.
Mclaren 570GT
Na McLaren a novidade será o mais novo modelo da sua Sport Series, o 570GT. Com interior mais luxuoso e mais espaço para bagagens, a proposta é o uso diário e longas viagens.
Ele tem um vigia traseiro maior e teto panorâmico fixo, que iluminam mais a cabine dando uma sensação mais forte de espaço. O acesso à cabine é facilitado por um maior ângulo de abertura de suas portas diedrais. A bagagem é acomodada no carro em uma área de carga de 220 litros acessada pelo vigia traseiro — o que tecnicamente torna esse carro um hatchback. Como o foco aqui não são as pistas, a suspensão também passou por modificações, e agora prioriza o conforto.
Por dentro, a o 570GT traz acabamento de couro, bancos elétricos com memória de posição e aquecimento, sensores de estacionamento na frente e atrás, escape mais abafado e coluna de direção elétrica com sistema automático para facilitar o acesso do motorista.
O motor é o mesmo 3.8 V8 biturbo de todos os outros Macca, e com os mesmos 570cv do irmão 570S. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 3,4 segundos, de zero a 200 km/h em 9,8 segundos e a máxima chega aos 328 km/h.
Pagani Huayra BC
A versão mais radical do Pagani Huayra já foi mostrada em uma galeria de fotos oficiais, mas seu lançamento “pra valer” acontecerá no Salão de Genebra.
A principal novidade do modelo é o motor V12 retrabalhado para produzir 800 cv e 112,1 mkgf — ou 70 cv e 10,1 mkgf a mais que o Huayra “comum”. Além disso, ele ganhou uma nova transmissão de embreagem dupla e sete marchas fornecida pela Xtrac (que faz os câmbios do WRC), com trocas feitas em 75 milissegundos em vez de 150.
O Huayra BC também é 132 kg mais leve, chegando a 1.218 kg. A dieta incluiu elementos de fibra de carbono no interior, escape de titânio e até freios Brembo feitos exclusivamente para o modelo. Por último, o Huayra BC também recebeu novos recursos aerodinâmicos, como um novo splitter frontal e saias laterais, um difusor maior e uma asa traseira fixa.
Porsche 718 e 911R
Na Porsche o aniversário de 20 anos do Boxster será comemorado com uma atualização da atual geração do modelo e até mesmo um novo nome para ele. A partir de agora ele será conhecido como 718 Boxster e usará motores flat-4 (nem venha com piadas sobre o Fusca) em seu cofre central-traseiro.
A versão de entrada o modelo usará o flat-4 em sua configuração de dois litros, 300 cv e 38,7 mkgf (entre 1.950 e 4.500 rpm) — um ganho de 35 cv e 10,2 mkgf em relação ao 2.7 flat-6 aspirado do modelo anterior. Quando combinado com o câmbio PDK de embreagem dupla e ao pacote Sport Chrono, o novo motor turbo leva o Boxster aos 100 km/h em apenas 4,7 segundos — 0,8 s a menos que o motor aspirado. A velocidade máxima é de 275 km/h.
A versão intermediária Boxster S terá um flat-4 um pouco maior, de 2,5 litros, e com turbo de geometria variável. Com isso, o trabalho dos quatro cilindros vão produzir 350 cv e 42,8 mkgf (também entre 1.900 e 4.500 rpm), representando um aumento de 35 cv e 6 mkgf em relação ao flat-6 de 3,4 litros do modelo anterior. Com o câmbio PDK e o pacote Sport Chrono, o modelo chega aos 100 km/h em 4,2 segundos e à máxima de 285 km/h. As duas versões vêm de série com o câmbio manual de seis marchas.
O downsizing, como sempre, foi motivado pela economia de combustível e maior desempenho. O câmbio PDK também será atualizado com “marchas virtuais” para economizar combustível, um recurso que usa duas engrenagens intermediárias adjacentes para melhorar o consumo de combustível em velocidade constante.
Em relação ao design, o 718 traz mudanças sutis por todos os lados: novos para-choques, faróis e lanternas modificados, novas tomadas de ar laterais, uma pequena grade traseira, entre as lanternas, e novos volante, console central e sistema multimídia.
A segunda novidade é apenas uma especulação e não foi confirmada pela Porsche, mas pode ser uma agradável surpresa se der as caras na Suíça: o 911 R. A apuração é dos australianos do site Motoring. Segundo o site, o 911 R será uma versão modificada do GT3, porém sem asa traseira nem as rodas de tala larga, e com produção limitada a apenas 600 unidades. Em relação ao powertrain, ele usará o flat-six de quatro litros aspirado com 500 cv do GT3 RS em vez do 3.8 do GT3 “comum”, e o câmbio será manual de seis marchas. Ah, e ele também será a 22º versão do 911.
Volvo V90
Na Volvo o principal lançamento logicamente será a belíssima perua V90. Baseada no Concepct Estate, ela ganhou os melhores elementos de design do conceito, como a linha de cintura e, claro, as lanternas traseiras. A dianteira, como já era de se esperar, é idêntica à do S90.
A perua será o terceiro modelo da família topo-de-linha da Volvo e, como seus irmãos XC90 e o S90, é baseada na plataforma modular SPA (Scalable Product Architecture), Isso também significa que ela será oferecida com os mesmos motores: a família Drive-E, baseada no motor 2.0 de quatro cilindros. Seus nomes descrevem a faixa de potência: a T5 é um turbo com 245 cv, a T6 usa turbo + compressor e tem cerca de 306 cv, e a T8 usa o powertrain híbrido com 400 cv.
O câmbio será Aisin de oito marchas e a tração deverá ser integral ao menos nos modelos T6 e T8 — com a possibilidade de haver uma versão de entrada T5 com tração dianteira.